Julinho Botelho - um grande craque no Brasil e na Itália

Julinho com a camisa da Seleção

Julinho Botelho foi um dos grandes pontas-direta da história do futebol brasileiro. Grande jogador, foi ídolo na Portuguesa, Fiorentina da Itália e no Palmeiras. Julinho chegou a botar Garrincha no banco em um amistoso da Seleção Brasileira em 1959, contra a Inglaterra, no Maracanã, onde foi vaiado no início, mas saiu de campo aplaudido no fim da partida.

Júlio Botelho nasceu em São Paulo, no dia 29 de julho de 1929. Começou a jogar futebol cedo e defendeu as categorias de base do Corinthians, quando encontrou sua posição na ponta-direita, e onde se profissionalizou em 1950. Sem espaço no Timão, Julinho Botelho, seis meses depois, aceitou a ser negociado com a Portuguesa por Cr$ 50 mil.

Na Lusa, fez parte de um grande time

Na Lusa, Julinho estreou na equipe profissional no dia 18 de fevereiro de 1951, em uma derrota contra o Flamengo por 5 a 2, no Maracanã. Apesar do revés na estreia, foi na Portuguesa onde o futebol do ponta-direita despertou. Seis dias depois do seu primeiro jogo, o craque fez dois gols na vitória de seu time contra o América do Rio, por 4 a 2, no Pacaembu.

A partir daí, Julinho não parou de melhorar seu futebol e chegou na Seleção Brasileira, onde conquistou o Campeonato Pan-americano em 1952, o vice-campeonato sul-americano em 1953, disputou a Copa de 54, sendo eleito melhor jogador da posição, e venceu a Copa Roccca de 1960. Na Lusa, ainda conquistou dois Rio-São Paulo (1952 e 1955). Depois do último título pela Portuguesa, Julinho foi negociado com a Fiorentina.

Em sua passagem pelo futebol italiano, onde foi ídolo

Julinho Botelho foi a contratação mais cara da equipe italiana para a temporada 1955/1956 e correspondeu todas as expectativas, sendo o grande jogador no título nacional em seu primeiro ano de clube. No clube, ainda foi duas vezes vice-campeão italiano e finalista da Copa dos Campeões da Europa.

O craque tornou-se um dos grandes ídolos do futebol italiano no final da década de 50. Certa vez, quando andava de trem na Itália, precisou passar a viagem inteira escondido no banheiro para evitar o assédio dos fãs. Mas, em 1958, já mostrava seu desejo de retornar à São Paulo. A Fiorentina fez uma proposta irrecusável e ele ficou. Ficou por mais um ano, mas pela vontade de voltar lhe deram o apelido de "Senhor Tristeza".

No Palmeiras, na primeira Academia

Ainda em 1958, o craque eclinou a convocação para Seleção Brasileira de Futebol que disputaria a Copa do Mundo de 1958. Ele acabou alegando que, como não atuava no futebol brasileiro, não seria justo para com os jogadores que atuavam no Brasil, que ele representasse o país em um campeonato mundial.

No ano seguinte, a Fiorentina não conseguiu inverter o desejo de Julinho Botelho voltar ao Brasil e o jogador desembarcou no Palmeiras, fazendo parte do time que ficou conhecido como "Primeira Academia". Logo se tornou um dos maiores ídolos do Alviverde, onde conquistou o Supercampeonato Paulista contra o Santos de Pelé. Foi fundamental logo neste seu primeiro título no Palmeiras. 

Na Seleção, quando enfrentou a Inglaterra, no Maracanã, em 1959

Ainda em 1959, outro fato marcante na história do jogador. Em 13 de maio de 1959, a Seleção Brasileira de Futebol enfrentaria no estádio do Maracanã a Inglaterra, em uma partida amistosa. Quando o locutor oficial do estádio anunciou a escalação da Seleção Brasileira de Futebol, as 160 mil pessoas que estavam no estádio foram uníssonas vaiando o nome de Julinho Botelho, pois o técnico Vicente Feola, havia preterido, para a partida, Mané Garrincha, jogador naturalmente amado pela torcida carioca.

Porém, Julinho Botelho calou as vaias, com uma atuação magistral, sendo fundamental para a construção do placar, 2 a 0 para o Brasil. Ele abriu o marcador, logo aos 7 minutos, com um golaço, e fez a jogada do segundo gol brasileiro, dando o passe para que Henrique marcasse, aos 32 minutos de jogo. Ao final da partida, Julinho recebeu os mais intensos aplausos já ouvidos no Maracanã desde a Copa do Mundo de 1950.

Melhores lances da partida Brasil e Inglaterra, em 1959

Ainda no Palmeiras, ganhou uma Taça Brasil. Também fez parte do elenco que disputou o jogo histórico em que o Palestra vestiu a camisa da Seleção e goleou a seleção uruguaia por 3 a 0, na inauguração do Mineirão. Na sua despedida contra o Náutico, em 1967, já com 38 anos, saiu aos 32 minutos do primeiro tempo e deu lugar ao peruano Gallardo. Na primeira bola que o peruano errou o estádio inteiro puxou em coro: “Volta Julinho!”

Julinho Botelho ainda tentou a carreira de treinador, passando por Portuguesa, Palmeiras e Corinthians. O craque faleceu no dia 11 de janeiro de 2003, vítima de problemas cardíacos, mas deixou sua marca no futebol brasilero e mundial.
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