Em 1944, a maior goleada do clássico San-São: 9 a 1 para o Tricolor

Com informações do site oficial do São Paulo FC
Foto: Arquivo A Gazeta

Os jogadores do São Paulo que golearam o Peixe em 1944

No estádio municipal, o Pacaembu, em uma tarde do dia 18 de junho de 1944, o São Paulo aplicou a maior goleada da história do clube no rival Santos: um inesquecível 9 a 1, em jogo válido pelo Campeonato Paulista de 1944. Em verdade, naquele dia, o Tricolor marcou 23 gols na equipe praiana, pois os aspirantes, na preliminar, também golearam o adversário impiedosamente: 14 a 0! Nunca se viram tantos gols assim na capital do Estado até hoje!

O São Paulo, naquele campeonato, já havia goleado outros clubes antes (SPR, 8 a 2; Jabaquara, 6 a 2; Portuguesa Santista, 7 a 4), mas vinha de uma vitória magra e decepcionante contra o Juventus, 1 a 0, além de um empate por 3 a 3 com o Palmeiras, após estar vencendo o jogo por 3 a 1. Querendo provar o valor da equipe, os são-paulinos não poupariam esforços contra o alvinegro santista.

Tudo começou muito bem. No tradicional confronto preliminar, envolvendo os aspirantes das duas equipes, o Expressinho Tricolor passou por cima do oponente com estrondosos 14 gols, anotados por Yeso (6), Teixeirinha (2), Américo (2), Ministro (2), Leopoldo (2). Ou seja, toda a linha de frente do time anotou no mínimo dois tentos no confronto.

O massacre - O profissional, contudo - e talvez pela goleada inicial ter mexido com o brio santista - começou o jogo perdendo. Aos 13 minutos, Soler bateu uma falta com precisão no gol de King. Mas o Tricolor acordou e, aos 20 minutos, com Pardal, empatou a partida após passe de Tim. O jogo seguiu então parelho, até o ataque rival perder um gol incrível, com Ruy, cara a cara com o goleiro. A partir daí só deu São Paulo!

Aos 32 minutos, Alberto pôs a mão na bola: pênalti marcado. Pardal foi lá a bateu certeiro, embaixo de Joãozinho, o defensor da meta santista, anotando o segundo gol dele na partida. Pouco tempo depois, outro passe açucarado de Tim e gol de Remo, aos 37 minutos. E assim encerrou-se a primeira etapa da peleja.

O jogo recomeçou com Tim endiabrado: Aos 4 minutos, ele tabelou com Sastre e disparou em corrida, isolando-se dos adversários e chutando com precisão: 4 a 1 para o São Paulo! Começou a cair então uma chuvinha fina, daquelas chatas, que só deixam gramado e bola escorregadios. Aproveitando-se do fato, Sastre, aos 11 minutos, cruzou a pelota de couro para Luizinho, que, sem receio algum, testou com categoria para o fundo do gol: 5 a 1!

Mas os são-paulinos queriam mais e continuavam pressionando. Acuado, Jaú chutou em falso e perdeu a bola para Tim, que comodamente ampliou o placar, aos 16 minutos. Não perca a conta, já são seis! A categoria e técnica dos tricolores era tanta, que espantava os cronistas da época. O jornal A Gazeta Esportiva, no dia seguinte, registrou: "É tão certa e completa a supremacia tricolor que seu ataque se limita a zombar do adversário com a bola nos pés, fazendo a delícia da torcida. São lances e mais lances embriagadores e todos eficazes que nascem no campo santista".

O Tricolor começou a perder gols a rodo! Remo atingiu uma bola na trave. Tim resolveu driblar, de última hora, o goleiro, e deixou escapar um tento. Já sofrendo em demasia, o santista Ari Silva perdeu o controle e atingiu violentamente Luizinho: o juiz o expulsa de campo. Com um a mais no gramado, não tardou e o São Paulo elevou a contagem. O sétimo gol veio de cobrança de falta de Sastre para Luizinho, que, de cabeça e antecipando-se ao goleiro, novamente balançou as redes, aos 27 do segundo tempo.

A chuva apertou e os refletores foram acessos, mas os tricolores queriam mais. 33 minutos: Pardal avançou até a linha de fundo e cruzou curto para Sastre, que surpreendeu Joãozinho, chegando antes - era o oitavo gol! E, quando quase não havia tempo para mais nada, aos 44 minutos, passe de Sastre para Remo e o placar foi finalizado em 9 a 1! Talvez a torcida são-paulina tenha deixado o Municipal um tanto quanto desgostosa por não ter sido alcançada a dezena, mas nove estava de bom tamanho.

O fato curioso - O destino pode ser muito cruel, às vezes. O goleiro do Santos nessa goleada, Joãozinho, ficou marcado pelo resultado e deixou a equipe praiana ao final da temporada. Permanecendo em Santos, passou a jogar pelo Jabaquara em 1945 e lá, no dia 8 de julho, sofreu outra avalanche de gols do São Paulo, na maior goleada da história do Tricolor até hoje (junto a outra ocorrida em 1933): 12 a 1.

Vida dura... estima-se que Joãozinho, em 11 jogos contra o São Paulo (quando defendeu Comercial da Capital, SPR, Santos e Jabaquara), tenha sofrido nada menos que 52 gols, média de quase 5 a cada jogo.
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