Didi como treinador do Fenerbahçe

Didi em treino no Fenerbahçe: conquistou dois Campeonatos Turcos (foto: arquivo Fenerbahçe)

Em uma época onde se questiona a qualidade do treinador brasileiro, onde poucos conseguem trabalhar no exterior, principalmente nos grandes centros, seria bom olhar para o passado e ver que os técnicos nascidos nesta terra já foram a vanguarda do futebol, assim como os jogadores. Um destes foi Didi: craque dentro de campo, ele também teve uma bela carreira dirigindo times no exterior e a história que vamos contar foi quando ele foi parar na Turquia, em 1972, para dirigir o Fenerbahçe.

Vale lembrar que Didi, que já tinha sido um jogador espetacular, tinha uma carreira de sucesso como treinador, começando no Peru, onde foi campeão nacional com o Sporting Cristal, em 1968, e levou a seleção do país à Copa do Mundo de 1970, caindo apenas nas quartas de final para o Brasil. Depois disso, ainda dirigiu um River Plate repleto de garotos e se não foi campeão argentino, conseguiu revelar Beto Alonso.

Chegou o ano de 1972 e ele vai parar na Turquia. Porém, a ideia de Didi indo para o Fenerbahçe começou com o Santos. O Peixe foi jogar em Istambul e venceu a equipe. Após o jogo, dirigentes do clube turco chegaram ao empresário brasileiro que levou o Alvinegro Praiano para lá e perguntaram se ele poderia contratar um bom técnico tupiniquim. E foi aí que o nome de Didi veio à tona, totalmente aceito pelos cartolas.

Em 22 de julho daquele ano, Didi assume o Fenerbahçe. Disciplinador, o brasileiro encontra dificuldades para implantar seus métodos na equipe, com jogadores batendo de frente em suas decisões. O clube viu o rival Galatasaray conquistar o tricampeonato nacional. Porém, isto não acabou com a "aventura" de Didi na Turquia.

Para a temporada 1973/1974, o brasileiro promoveu algumas mudanças no elenco, trouxe jogadores como Alpaslan e Ender e dominou a competição. O Fenerbahçe foi batendo adversário por adversário e com três rodadas de antecedência garantiu o título do Campeonato Turco ao vencer o Göztepe, em İzmir.

O início da temporada seguinte já começaria com o título da Supercopa Turca. E o Campeonato Turco pareceu até reprise do ano anterior. O Fenerbahçe dominou a competição de ponta a ponta e tornou-se campeão novamente com três rodadas de antecipação. No clássico contra o rival, o retrospecto era impressionante: em 18 jogos, 10 vitórias, seis empates e apenas duas derrotas para  Galatasaray.

Didi chegou a começar a temporada de 1975/1976 com o Fenerbahçe. Mas os resultados não vinham e a imprensa passou a "pegar no pé" do brasileiro. A gota d'água veio na primeira fase Copa dos Campeões da Europa. Depois de vencer o Benfica, em Istambul, por 1 a 0, o time turco levou sonoros 7 a 0 dos portugueses. Depois, o caminho natural foi a saída dele do clube.

O craque voltou ao Brasil e foi dirigir o Fluminense, onde foi campeão carioca em 1975. Ainda teve uma bela passagem pelo Cruzeiro, ganhando o mineiro de 1977. Didi encerrou a carreira como treinador dirigindo a Seleção do Kwait, já na década de 90. Em 12 de maio de 2001, ele morreu em decorrência de complicações provocadas por câncer, mas deixou um enorme legado para o futebol.
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