Casagrande na Caldense

Casagrande, no meio entre os agachados, foi vice-artilheiro do Mineiro pela Caldense

Polêmico, goleador e grande jogador. Isto pode resumir o que foi a carreira de Casagrande, atual comentarista da Rede Globo, como atleta, onde foi ídolo no Corinthians e com passagens em times como São Paulo, Porto, Ascoli, Torino e Flamengo. Porém, em 1981, ainda no começo de carreira, o centroavante jogou na Caldense, em Minas Gerais, quando ainda iria completar 18 anos.

Casão, que está completando 56 anos neste 15 de abril, chamou a atenção dos dirigentes da Caldense ainda em 1980. Em um torneio de base em Poços de Caldas, o Corinthians emprestou alguns atletas para o Caldas, outra equipe da cidade, entre eles Casagrande. E no confronto citadino, o time onde estavam os atletas do Alvinegro venceu por 2 a 1, com dois gols do centroavante.

Em 1981, já incorporado à equipe principal do Corinthians, Casagrande brigou com o técnico Oswaldo Brandão e pediu para sair do clube. A Caldense se interessou pelo garoto cabeludo e ele acabou emprestado. "Em janeiro de 81, quando pedi para sair do Corinthians, a Caldense me levou. O administrador do Corinthians me ligou, disse 'a Caldense quer te levar' e eu não pensei duas vezes", disse em entrevista ao UOL.

Depois de acertar a mudança, Casagrande entrou em seu Fusca e levou os amigos Marquinho e Magrão de surpresa para Poços de Caldas. "Entra aí, a gente já volta", avisou a Magrão. O trio só chegou à sede da Caldense de noite e pediu ao vigia que encontrasse o presidente do clube, chamado Bento Gonçalves, para providenciar um hotel para eles. Em outra viagem, mesmo sem habilitação, Casagrande dirigiu o Gol de Marquinho e foi parado na volta a São Paulo por um policial, a quem convenceu ser liberado ao se apresentar como jogador corintiano.

O jovem acabou tendo uma boa receptividade. "Essa passagem foi ótima para o meu crescimento. Foi a primeira vez que morei fora da casa dos meus pais, eu tinha 17 anos e praticamente tive uma família por lá". E acabou indo bem na Caldense. "Eu fui vice-artilheiro do Campeonato Mineiro, fiz quatro gols no Atlético Mineiro, sendo dois em casa e dois no Mineirão".

Aliás, depois deste jogo contra o Galo, aconteceu algo inusitado. "Nós ganhamos do Galo no Mineirão, e era a base da seleção com o Flamengo, um time muito forte. Foi 2 a 1 e fiz os dois gols. No dia seguinte, era uma segunda-feira e 7 de setembro, então eu desci da república onde morava para ir até a praça e os lojistas estavam na porta e saíram correndo atrás de mim, dando presentes. Foi uma coisa que nunca mais me esqueci".

Casagrande foi tão bem no Campeonato Mineiro que os grandes do estado foram atrás dele. "Fiz um ótimo campeonato e o Cruzeiro e o Atlético me queriam. Eu não queria ficar no Corinthians, mas voltei com moral, o Adílson Monteiro Alves (então diretor de futebol) e o Mário Travaglini (treinador) queriam que eu ficasse, bateram o pé e eu voltei. Para um garoto, eu fui bem por lá, mostrei que eu tinha condições". Ao fim, como ele mesmo disse, o treinador Mário Travaglini contornou a crise e pediu a volta do jovem. Casão foi campeão paulista em 82 e artilheiro do torneio.
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