A inauguração do Morumbi

Com informações do site oficial do São Paulo FC
Fotos: Arquivo SPFC

Preguinho fez o primeiro gol da história do Morumbi

O dia 2 de outubro é muito especial para o São Paulo FC. É que nesta data, no ano de 1960, foi inaugurado o Estádio do Morumbi, que depois ganharia o nome de Cícero Pompeu de Toledo, o ex-presidente do clube que idealizou o projeto. Aliás, para construir o estádio, o Tricolor fez várias campanhas e a obra durou vários anos.

Com tudo preparado, chegou a data de inauguração: 2 de outubro de 1960. O convidado para repartir a honra desta festividade, o Sporting de Lisboa, havia chegado alguns dias antes e se preparado para o confronto hospedando-se na Ilha da Madeira, o Canindé, do clube irmão: a Portuguesa.

O evento teve início com a benção do novo estádio realizada pelo Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelo Motta e seguiu com o hasteamento das bandeiras do Brasil e de Portugal sob os acordes dos respectivos hinos nacionais. A solenidade prosseguiu ao soarem os clarins de Banda da Força Pública que deu "toque de silêncio" em homenagem póstuma ao idealizador e grande responsável pela construção do maior estádio particular do mundo, à época, o saudoso presidente Cícero Pompeu de Toledo, que nunca chegou a ver sua maior façanha concluída, falecido antes por grave doença.

A justa comoção deu lugar às salvas e hurras ao som do apito do árbitro, Sr. Olten Ayres de Abreu, que deu início a peleja internacional. São Paulo Futebol Clube contra Sporting Club de Portugal. O Tricolor, desfalcado de De Sordi e Dino Sani, contundidos, tinha na figura do capitão, o goleiro Poy, uma das principais figuras em campo. Gino e Canhoteiro também eram grandes nomes, mas o destaque e a principal honra da partida coube a outro jogador...

O estádio lotado para a inauguração

O primeiro gol da história do Morumbi nasceu no 12º minuto e foi assim narrado pela Gazeta Esportiva Ilustrada, daquela quinzena de outubro de 1960: "partindo a ação no flanco esquerdo, com Canhoteiro e Gino. Deste a bola rolou para Fernando Sátyro, isolado nas proximidades da área. O médio preferiu não cerrar, largando passe largo para a direita onde se achava deslocado Jonas, que executou um centro a meia altura. A bola foi encontrar Peixinho na pequena área envolvido por vários adversários. Enquanto estes ficavam na expectativa, o "filho de Peixe" testou baixo para as redes de Anibal".

O gol foi o único da partida festiva. Como não poderia deixar de ser, o São Paulo começou a trajetória histórica no Morumbi com vitória. Peixinho, assim chamado por ser filho do antigo jogador, também artilheiro, Peixe, afirmou à mesma Gazeta Esportiva Ilustrada: "Hoje sou o mais feliz de todos os são-paulinos. Quando vi a bola "beijar" as redes, senti vontade de chorar, rir, pular feito um doido. E acho que não era para menos. De qualquer forma, meu nome vai ficar na história do nosso grande estádio. E eu, como jogador de futebol e como são-paulino, não quero mais nada na vida!"

Poucos lembram se Arnaldo Poffo Garcia ganhou ou não ganhou mais títulos por onde passou, mas todos lembram, claro, do lance que o eternizou. Do gol histórico, o primeiro gol do Morumbi. Tanto que o estilo de gol que realizou naquele dia ficou conhecido desde então, até hoje, como a jogada "peixinho" (pular "de cabeça" em direção a bola, e assim, atirá-la para o gol).

Ademar, Poy, Gildésio, Fernando Satyro, Riberto, Victor e Serrone (roupeiro);
Peixinho, Jonas, Gino Orlando, Gonçalo e Canhoteiro

Encerrada a partida, as personagens do jogo eram somente elogios ao novo estádio e ao São Paulo Futebol Clube: Gonzalez (técnico do Sporting) - "Estou satisfeito, muito satisfeito, por ter tido a felicidade de presenciar um espetáculo assim. Parabéns ao Tricolor". Poy, feliz, disse: "Se eu parasse de jogar futebol hoje, nada teria faltado na carreira".

Laudo Natel, o sucessor de Cícero Pompeu de Toledo, que levou a cabo a construção do Gigante do Morumbi e que costuma dizer que o Morumbi foi o fruto de fé e perseverança, completou: "O público prestigiou a nossa festa dando-nos a alegria de ver o estádio quase que totalmente lotado. Quero agradecer a são-paulinos, palmeirenses, corintianos, lusos, santistas, enfim, quero agradecer a todos que hoje aqui compareceram. Eles viveram conosco estes grandes momentos da vida do São Paulo e do desporto paulista e brasileiro".
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