A grave lesão de Zico em 1985

Por Lucas Paes

Zico é amparado por funcionários do Flamengo

Artur Antunes Coimbra, o Zico, é um dos maiores jogadores da história do futebol mundial e o maior da história do Flamengo. Estandarte da camisa rubro-negra, foi protagonista da Seleção Brasileira que mais deixa tristeza no torcedor, devido as derrotas doloridas de 1982 e 1986. Na Copa do Mundo do México, o Galinho acabou chegando longe de suas condições ideais, devido a uma lesão em um jogo que aconteceu em 29 de agosto de 1985, no Maracanã.

A partida era entre um forte Bangu, na época recém saído de uma dolorosa derrota numa final de Brasileirão, contra o poderosíssimo Flamengo dos anos 1980, um dos maiores times que este planeta redondo e rochoso já viu jogar. Porém, naquele dia, o jogo não marcaria a história pelo futebol bonito daquele esquadrão ou pelo surpreendente time de Moça Bonita. Marcaria sim por uma lesão grave do lendário Zico. 

O duelo já estava violento. O Bangu “apelou” bastante durante o duelo, mas o Flamengo também não deixou por menos, num confronto que teve mais rispidez que futebol. O principal jogador do Brasil na época, porém, seria a maior vítima. Em um lance onde o Galinho saiu driblando os jogadores do Bangu, a bola escapou um pouco do domínio do camisa 10, que em forte dividida, teve os joelhos acertados pelo lateral Márcio Nunes. Depois, na confusão posterior ao lance, o lateral acabou expulso por partir para cima de Nunes, do Flamengo. 

Zico saiu e teve constatada uma torção no joelho direito. Devido a isso, o craque flamenguista teve de operar o joelho. Numa situação dramática, acabou sofrendo lesão no outro joelho pouco depois, no período de recuperação e passou por outra cirurgia. Retornou ao futebol em 1986. Só que a tempestade não estava terminada para o Galinho, que vivia um pedaço de seu inferno pessoal. 

O lance da lesão

Em um treino da Seleção Brasileira em Março, Zico de novo se lesionou. A notícia era estarrecedora e estava estampada no Estadão: “Zico pode não ir ao México”. Em recuperação recorde, voltou aos campos em Maio. Foi levado por Telê Santana ao país da tequila. Acabou com qualquer questionamento quando destruiu a Iugoslávia no Recife, em vitória brasileira por 4 a 2, naquele mesmo mês de maio de 1986, em jogo que marcou dois gols. 

Ele foi a Copa do Mundo. A história a maioria de nós já conhece. Telê poupou o destaque do time dos dois primeiros jogos, entrando apenas nos minutos finais do duelo contra a Irlanda do Norte. Mesmo nas oitavas, também só jogou os minutos finais, sendo resguardado para o momento decisivo. Entrou numa fogueira contra a França, perdeu o pênalti e para alguns, infelizmente, ficou marcado para sempre como culpado pela eliminação brasileira. 

Aquele seria o “fim” do inferno futebolístico vivido pelo Galinho de Quintino, que jamais ganhou a Copa do Mundo. Anos depois, Márcio Nunes, o lateral responsável pela primeira lesão, lá em 1985, disse ter sofrido bastante também, tendo inclusive a carreira encurtada no futebol. Ficou marcado negativamente para sempre por quase ter acabado com a carreira de Zico, numa caça as bruxas típica do futebol brasileiro. 

Já Arthur Antunes Coimbra continua sendo uma lenda, mas vive tendo seus feitos reduzidos pela ausência da Copa do Mundo. Os feitos do ex-craque flamenguista são imensos e falam por si só pela enorme carreira que foi construída. A construção da grandeza do Flamengo, a idolatria em Udine, o status de quase divindade no Japão. Muita coisa, muita história, muito mais que um pipoqueiro, como alguns teimam em chamar. É quase certo, afirmar, porém, que a derrota do Brasil em 1986 começa no distante 29 de Agosto de 1985, para a tristeza do futebol nacional.
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