O clássico Uruguai x Brasil, Maracanã e o 16 de julho

Por Victor de Andrade

O gol de Ghiggia, na final da Copa do Mundo, em 16 de julho de 1950

Um dos maiores clássicos entre seleções do futebol sul-americano, o confronto entre Uruguai e Brasil é um dos mais chamativos de todo o mundo. Muitos jogos entre a Celeste Olímpica e o Time Canarinho já entraram para a história e dois deles têm uma grande coincidência: foram realizados no dia 16 de julho.

O primeiro deles é uma das grandes conquistas do futebol uruguaio e uma das maiores decepções brasileiras de todos os tempos. Em 16 de julho de 1950, o Maracanã foi palco da decisão da IV Copa do Mundo, realizada naquele ano, no Brasil. E, apesar da Celeste ser bicampeã olímpica, em 1924 e 1928, e campeã Mundial em 1930, todos os prognósticos davam que o time da casa seria o campeão.

Detentor do título sul-americano de 1949, o Brasil vinha atropelando os seus adversários no quadrangular final daquele Mundial (sim, não teve uma final, quatro times decidiram o título jogando entre si): 7 a 1 na Suécia e 6 a 1 na Espanha, enquanto o Uruguai não passou de um empate em 2 a 2 com os espanhóis e uma vitória suada por 3 a 2 sobre os suecos. Porém, em ambos os jogos, os uruguaios chegaram a estar atrás no marcador.

Naquele 16 de julho, o Brasil, que jogava pelo empate para ser campeão, saiu na frente com Friaça, no início do segundo tempo. Porém, Juan Schiaffino e Alcides Ghiggia viraram o jogo para os uruguaios, que conquistaram o segundo título mundial.

Em 16 de junho de 1989, Romário marcava o gol do título na Copa América

Passados 39 anos, o Maracanã foi palco de outra decisão entre Brasil e Uruguai e, apesar de ser uma competição menor, mas ainda assim tradicional, a Copa América, o formato para definir o campeão era similar: o quadrangular. E no dia 16 e julho, brasileiros e uruguaios se enfrentaram no Estádio Mário Filho para ver quem seria o campeão com campanhas similares: venceram o Paraguai por 3 a 0 e a Argentina por 2 a 0.

Só que o final da história no dia 16 de julho de 1989 foi diferente do que em 1950. Apesar de um jogo difícil, truncado, aos 4 minutos do segundo tempo, Romário, de cabeça, se antecipando à zaga uruguaia, marcou o gol do título brasileiro, que naquele momento era apenas o quarto na Copa América.

Para encerrar o envolvimento da data 16 de julho, em 2015, aos 88 anos de idade, falecia, em Montevidéu, Alcides Ghiggia, o autor do gol do título mundial uruguaio exatamente 65 anos antes. É incrível como esta data cruza com a história dos dois gigantes do futebol mundial.
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