Em 1963, a Bolívia conquistava o Sul-Americano em casa

Por Victor de Andrade

A equipe que jogou o jogo final. Em pé: Oquendo, Arturo López, Wilfredo Camacho, Roberto Cainzo, Eulogio Vargas, Max Ramírez e Jesús Herbas.  
Agachados: Ramiro Blacutt, Máximo Alcócer, Ausberto García, Víctor Agustín Ugarte y Fortunato Castillo

Quem pega a lista de campeões da Copa América, ou Campeonato Sul-Americano de Seleções até a década de 1970, deve achar estranho que a Bolívia, um dos atuais saco de pancadas do continente, tem um título, na década de 60, enquanto a Colômbia só foi ganhar um em 2001, o Chile só ter ganho as duas últimas edições do torneio e o Equador nunca ter levantado a taça. Porém, é verdade! Os bolivianos sediaram a edição de 1963 da competição e conquistaram o título.

Porém, alguns fatores ajudaram na conquista boliviana. O primeiro deles foi a ausência do Uruguai, que desistiu da competição, além do Chile, que havia sido terceira colocada na Copa do Mundo no ano anterior (a Venezuela mal tinha uma seleção na época), ficando apenas sete equipes na disputa do título. Outra questão importante foi que tanto Brasil, então bicampeã mundial, como a Argentina levaram times que estavam longe de ser seus principais.

Todos os jogos da competição foram realizados entre La Paz e Cochabamba, sendo que os bolivianos sempre jogaram na capital, se aproveitando da altitude de 3.640 metros. Porém, na estreia, em 10 de março de 1963, jogando contra uma seleção também acostumada com a altitude, o Equador, a Bolívia apenas empatou em 4 a 4.

Grande festa dos bolivianos

O resultado na estreia fez com que os bolivianos acordassem. Depois de folgar na segunda rodada, a Bolívia, sempre jogando no Estádio Hernando Siles, emendou cinco vitórias seguidas: 2 a 1 na Colômbia, em 17 de março, 3 a 2 no Peru, dia 21, 2 a 0 no Paraguai (24), 3 a 2 na Argentina (28) e 5 a 4 no Brasil, no dia 31 de março. Estes resultados deram o título à Bolívia.

Desta forma, o Paraguai ficou com o vice-campeonato e Peru, Equador e Colômbia completaram os participantes. A conquista rendeu aos heróis bolivianos uma pensão vitalícia garantida pelo Congresso Nacional. Ramiro Blacut foi eleito o melhor jogador daquela Copa América e o equatoriano Carlos Raffo terminou como artilheiro, com seis gols anotados.

A Bolívia voltaria a sediar o evento apenas em 1997, quando novamente chegaria à final. Porém, nem a altitude foi capaz de ajudar os bolivianos na decisão, que acabaram perdendo para o Brasil pelo placar de 3 a 1.
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