O volante Emerson e o destino com cortes em Copas do Mundo

Por Victor de Andrade

Luxação no ombro no dia anterior à estreia tirou a chance de Emerson levantar a taça em 2002

É incrível como o destino prega peças nas pessoas, seja positivas ou negativas. Podemos falar isso exatamente do volante Emerson. Completando 42 anos neste 4 de abril de 2018, o jogador sempre teve envolvimento com cortes de convocados às vésperas das Copas do Mundo de 1998, na França, e 2002, que foi realizada entre Japão e Coreia do Sul. Em uma ele entrou na vaga de um cortado e na segunda ele saiu da Seleção Brasileira um dia antes da estreia quando era o capitão.

Voltamos à 1998. Depois de ter se destacado no Grêmio (onde começou como meia e depois foi jogar de volante) e já ter sido convocado por Zagallo para a Seleção, Emerson, no meio de 1997, foi negociado com o Bayer Leverkusen, onde surpreendeu e mesmo novo, com apenas 21 anos, fez uma bela temporada. Porém, ele não foi lembrado na lista final para a Copa do Mundo de 1998 e como na época não tinha lista de espera, foi curtir suas férias.

Porém, já na preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo na França, Romário teve um problema na panturrilha. A Comissão Técnica ainda relutou em cortá-lo e o próprio jogador dizia que estaria em campo na estreia, contra a Escócia, no dia 10 de junho de 1998. Porém, faltando uma semana para o primeiro jogo, Romário foi cortado, causando uma grande crise, já que o Baixinho se sentiu injustiçado com sua saída.

Emerson atuando contra a Holanda na Copa de 1998

Para o lugar de Romário, Zagallo convocou Emerson. O atleta disse que foi pego de surpresa, que já estava até preparando as malas para passar alguns dias em Fortaleza. Porém, estas malas acabaram indo para a França. O volante achou que nem iria jogar, mas entrou na semifinal contra a Holanda e até bateu um dos pênaltis que colocaram o Brasil na final daquela edição de Mundial, onde a Seleção Brasileira ficou com o vice após perder a decisão por 3 a 0 para a equipe da casa.

Passaram-se quatro anos e a palavra corte entrou novamente no destino de Emerson, só que desta vez no sentido contrário. O volante 'sofreu' junto com a Seleção Brasileira, que teve dificuldades nas Eliminatórias para o Mundial, que foi organizado em parceria entre Japão e Coreia do Sul. Porém, Emerson mostrou liderança e ganhou a faixa de capitão do treinador Luiz Felipe Scolari.

Por tudo isso, Emerson era um dos jogadores de confiança do técnico, mas aí o destino pregou uma peça no volante. No treinamento da véspera da estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, que seria contra a Turquia, Emerson foi jogar de goleiro no rachão (espécie de recreativo que os times fazem antes dos jogos) e acabou sofrendo uma luxação no ombro direito.

Emerson segurando o braço, segundos depois da contusão em 2002

A contusão de Emerson fez com que a Comissão Técnica fizesse uma enorme correria, pois estavam no dia limite para trocar atletas. O volante foi examinado e chegaram à conclusão de que ele demoraria para se recuperar e, faltando minutos para o fim do prazo, convocaram o meia Ricardinho para o seu lugar. A decepção foi grande, até porque o Brasil foi o campeão e ao invés de Emerson, Cafu levantou a taça do quinto título do time canarinho.

Emerson teve uma carreira brilhante, só jogando em times grandes. Além de Grêmio e Bayer Leverkusen, o volante atuou por Roma, Juventus, Real Madrid, Milan e Santos, onde encerrou a carreira em 2009, quando estava com um problema na tíbia. Ainda disputou o Mundial de 2006 pela Seleção Brasileira, sendo titular em quase todos os jogos. Porém, sua maior decepção, com certeza, foi não ter jogado a Copa do Mundo de 2002.
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