Em 1987, Chile goleou o Brasil na Copa América

Por Lucas Paes

Goleada chilena valeu classificação para as semifinais

Não é muito comum ver a Seleção Brasileira ser vitima de uma goleada. O 7 a 1 histórico e vexatório do Mundial de 2014 é uma exceção, porém não é a única vez que os brasucas foram goleados em uma competição importante. Algumas vezes, os Canarinhos foram vítimas de resultados amplos a favor de seus adversários. Em 1987, na Copa América, na Argentina, o Chile, tão comumente vítima brasileira, desceu uma pancada pra cima dos comandados de Carlos Alberto Silva. 

Aquele time passava por uma transição de gerações. Saíam a geração de Zico, Sócrates e cia e chegavam jogadores como Raí, Edu Marangon, um ainda jovem Romário e Bebeto, entre outros. É claro que alguns remanescentes de 1986 ainda estavam presentes, como o goleiro Carlos, Josimar, Júlio César, Valdo e Müller. Mas o técnico Carlos Alberto Silva buscava rejuvenescer a equipe.

Aquele jogo contra o Chile, no dia 3 de julho, valia a vaga nas semifinais da Copa América. O Brasil, que havia vencido a Venezuela na estreia, por 5 a 0, precisava do empate para avançar. Já os chilenos, que também venceram a Viño Tinto, só que por 3 a 1, precisava do triunfo para conseguir a classificação. Porém, ninguém esperava o placar que aconteceu naquele jogo, muito menos os brasileiros.

Time chileno que goleou o Brasil

Jogando em Córdoba, mais precisamente no Chateau Carreras, o Brasil viu o Chile abrir o placar aos 41 minutos do primeiro tempo, quando Contreras bateu uma falta com precisão e a bola foi na cabeça de Ivo Basay Hatimovic, que botou paras as redes. O primeiro tempo que parecia caminhar para um zero a zero, terminava com vantagem Roja.

Logo no começo do segundo tempo, aos 6’, Geraldão bobeou e uma cobrança de tiro de meta de Rojas virou um lançamento para Letellier, que tocou por cima de Carlos e marcou o segundo. A expulsão de Nelsinho, pouco depois do gol, complicou ainda mais as coisas para o Brasil. Um milagroso empate poderia até ajudar os Canarinhos, mas a sorte estava do lado vermelho. Aos 21’, Contreras bateu um escanteio perfeito que mais uma vez encontrou a cabeça de Basay Hatimovic, que deu um torpedo de cabeça para as redes, praticamente matando o jogo.

O time que levou uma das maiores derrotas da história da Seleção

Oito minutos depois, La Roja lançou a pá de cal sobre o caixão brasuca. Em uma jogadaça após uma roubada de bola em cima da Raí, Letellier e Astengo tabelaram e o camisa 9 fez seu segundo gol no jogo, transformando o placar em goleada e acabando com qualquer mínima esperança brasileira. O apito final do uruguaio Juan Cardellino marcou o fim da trajetória brasileira na Copa América de 1987.

O Chile terminaria com o vice-campeonato da competição, perdendo para o Uruguai na final. Porém, o saldo foi altamente positivo: um dos destaques do time, o goleiro Rojas, acabou sendo contratado pelo São Paulo, onde ficou no clube por anos, chegando a até ser treinador do Tricolor. O arqueiro ficaria 'famoso' pelo que fez em um outro Brasil e Chile, o das Eliminatórias para a Copa de 90, no Maracanã, no famoso caso da "Fogueteira", mas isto é um assunto para outra matéria.

Já a Seleção Brasileira daria o troco no Chile na final dos jogos Pan-Americanos daquele ano, em Indianápolis, nos Estados Unidos. Os Canarinhos venceram a final por 2 a 0, fazendo os gols na prorrogação. Naquela época, a regra tanto os jogos Pan-Americanos quanto as Olimpíadas era que só poderiam jogar atletas que não tivessem jogado pelas seleções em jogos de Copa do Mundo. Isso permitiu ao Brasil levar jogadores como Edmar e Andrade para a competição.

 Gols do jogo

Ficha Técnica
BRASIL 0 x 4 CHILE

Data: 3 de Julho de 1987
Local: Estádio Chateau Carreras - Córdoba - Argentina
Árbitro: Juan Candellino (Uruguai)
Assistentes: Ricardo Calábria e Elias Jacome (Uruguai)

Cartão Amarelo: 
Brasil: Edu Marangon

Cartão Vermelho: 
Brasil: Nelsinho

Brasil: Carlos; Josimar, Júlio César, Ricardo Rocha (Geraldão) e Nelsinho; Douglas Menezes, Raí, Edu Marangon e Valdo (Romário); Müller e Careca - Técnico: Carlos Alberto Silva

Chile: Rojas; Reyes, Astengo, Toro e Homazábal; Pizarro, Mardones e Contreras; Puebla, Basay Hatimovic (Zamorano) e Letellier (Salgado) - Técnico: Orlando Enrique Avena
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