O Botafogo de 1995 – Por onde andam os campeões brasileiros do Glorioso

Por Diely Espíndola

Time que ficou na história do Botafogo: campeão brasileiro de 1995

1995 foi um ano memorável para o torcedor do Botafogo. Com a quebra de um jejum de 21 anos ainda um tanto recente, pelo campeonato carioca de 1989, sonhar com um título nacional ainda parecia uma utopia. 

Mas utópico ou não, o título do Campeonato Brasileiro de 1995 terminou em General Severiano, carregado pelas mãos do a partir de então idolatrado Túlio Maravilha, e seus companheiros de equipe que se tornariam um dos elencos mais queridos, saudosos e místicos que já vestiram a camisa alvinegra.

22 anos após a conquista, os 11 campeões seguiram rumos diferentes, alguns ainda se mantiveram ligados ao Botafogo, outros sequer continuam trilhando os caminhos do futebol. Descubra a seguir por onde andam os campeões brasileiros de 1995:

Wagner como treinador de goleiros

Wagner – Sebastião Wagner foi um dos goleiros que mais se identificou com a camisa e torcida alvinegra em toda a história do Glorioso. Não é incomum ver sua imagem ao lado de Manga, como um dos maiores goleiros do Botafogo. Um dos heróis do título, Wagner ainda se manteve ligado ao Botafogo após sua aposentadoria, sendo treinador de goleiros do clube, tendo inclusive treinado Jefferson, também idolatrado pela torcida, e por muitas vezes comparado a Wagner. Atualmente, Wagner é dono de um bar especializado em frutos do mar, em Niterói, onde recebe a constante visita de botafoguenses.

Wilson Goiano – Após sair do Botafogo, onde atuou por cinco anos (94 – 99), Wilson Goiano defendeu times pequenos, com exceção do Coritiba, em passagens bem menos significativas do que foi pelo Glorioso. Encerrando sua carreira no futebol, o lateral formou-se em direito, e além de atuar como advogado, possui também um centro esportivo que carrega seu nome.

Wilson Gottardo – Zagueiro importantíssimo para a conquista do título de 95, também esteve presente em outra conquista histórica para o Botafogo: o campeonato carioca de 1989, que quebrava a assombrosa marca de 21 anos sem títulos. Gottardo atuou como técnico após se aposentar no futebol, e tendo ainda grande identificação com o Botafogo, largou o comando dos gramados para assumir a posição de diretor de futebol do clube em 2014. Após sair do cargo, em 2016 Gottardo retomou sua carreira de treinador, comandando o Villa Nova pela segunda vez.

Gottardo dirigindo o Villa Nova

Gonçalves – Como vários outros companheiros de elenco, Gonçalves teve a passagem pelo Botafogo como a mais emblemática e vitoriosa de sua carreira. Passagem esta que garantiu sua convocação para a Seleção Brasileira em 97 e 98. Também foi o jogador “vítima” da famosa “dança da bundinha”, provocação de Edmundo durante a final do campeonato carioca de 1997, disputado entre Botafogo e Vasco. Em 99, Gonçalves passou pelo Internacional, que foi o último clube de sua carreira. Após pendurar as chuteiras, Gonçalves atuou no ramo de gestão de negócios, tendo empresariado diversos jovens atletas, e prestando consultoria esportiva. Atualmente, atua como comentarista esportivo no programa Os Donos da Bola.

André Silva – Revelado pela base do Botafogo, o lateral esquerdo conquistou a posição de titular no elenco campeão. Foi campeão também pelo Grêmio no ano seguinte, e pelo Vasco em 2001, tendo três títulos nacionais em sua carreira. Após pendurar a chuteira, André Silva concilia a carreira de auxiliar técnico, tendo inclusive trabalhado com Valdir Bigode, com o comando de uma empresa de transportes no Rio de Janeiro.

Leandro Ávila – Volante que chegou ao Botafogo no meio do campeonato, se destacou e assumiu a posição de titular, no lugar de Moisés. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, tendo passado duas vezes pelo Botafogo. A segunda passagem pelo Glorioso, menos vitoriosa, foi em 2001. Encerrou a carreira ainda relativamente jovem, aos 33 anos, por um problema no joelho. Como outros companheiros de equipe, se tornou auxiliar técnico, mais tarde assumindo o comando de clubes como o CFZ-RJ, e o Torreense de Portugal.

Jamir atualmente é empresário do ramo digital

Jamir – O volante chegou ao Botafogo marcando um gol logo na estréia, porém o único na competição. No entanto, sua primeira atuação foi o bastante para garantir a titularidade com o técnico Paulo Autuori, que ao sair do Botafogo para o Benfica, levou junto o jogador. No entanto, Jamir perdeu a posição para Amaral, que era titular absoluto da equipe. Por conta de sua grande identificação com o Alvinegro, se declara botafoguense até hoje, tendo composto o time de Masters do Botafogo. Hoje mora no Rio de Janeiro, e possui uma empresa de publicidade.

Beto – Meio campista fundamental para a conquista do título. Sua atuação serviu de vitrine para a convocação para a Seleção Brasileira em 1996. Atuou pelos quatro grandes cariocas, e ainda pelo Nápoli da Itália. Aposentado do futebol em 2009, Beto Cachaça, como era apelidado, hoje ganha a vida como dono de buffet de festas infantis. 

Sérgio Manoel – Meio campo que se destacou por suas cobranças de falta, Sérgio Manoel foi mais um dos que seguiram com forte identificação com o Botafogo até os dias de hoje. Nunca escondeu sua vontade de encerrar a carreira vestindo a camisa alvinegra. Seu último clube foi de fato um Botafogo, porém o Botafogo-DF, onde também atuava seu companheiro de equipe em 95, Tulio Maravilha, com quem também jogou pelo Volta Redonda em 2006. Em 2013, morando em Miami, Sérgio Manoel era representante de uma marca de relógios. Em 2015 começou sua carreira como treinador, assumindo o comando do Miami United. Fato curioso: o meia foi revelado pelo adversário na final: o Santos.

Sérgio Manoel trabalha no Miami United

Donizete – Apelidado como Donizete Pantera, o atacante formou com Túlio Maravilha uma das duplas de ataque de maior sucesso do Botafogo. Por pouco não participou da final, devido a uma lesão na coxa. Atuou por grandes clubes do Brasil, como Cruzeiro e Corinthians e também pela Seleção Brasileira, mas perdeu lugar para Bebeto na copa de 98. Anunciou o fim de sua carreira em 2005, quando jogava pelo Macaé, porém no ano seguinte aceitou proposta do Londrina, e retomou a carreira. Em 2016, aos 47 anos, Donizete tirou as chuteiras do armário novamente, e defendeu o Sport Club Linharense. Hoje se aventura no ramo de agenciamento de jogadores.

Túlio Maravilha – O grande ídolo do elenco, e artilheiro da competição, tem sua imagem ligada ao Botafogo até hoje. Participa de eventos do clube, defende a equipe de Masters do Botafogo, e tem seu nome estampando camisas em homenagem aos grandes ídolos alvinegros, ao lado de nomes como Garrincha e Nilton Santos. Teve sua carreira marcada pela busca da marca de mil gols, tendo passado por diversos clubes para alcança-la, fato que ocorreu em 08 de fevereiro de 2014, pelo Araxá, clube de Minas Gerais. Também chegou a ser vereador em Goiânia. Atualmente, Túlio possui uma escolinha de futebol, e dá palestras motivacionais pelo Brasil.

Túlio chegou a ser vereador em Goiânia

11 nomes que estarão presentes na memória do alvinegro. Um elenco aguerrido, vitorioso, ao qual o torcedor botafoguense será eternamente grato.
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