O auge do 15 de Campo Bom

Por Lucas Paes

O 15 de Campo Bom foi três vezes vice do Gaúcho em um período de quatro
temporadas (2002, 2003 e 2005), perdendo todas as finais para o Internacional

Como dito em matéria publicada no dia 15 de novembro, existem diversos times com o nome de XV ou 15 de Novembro no Brasil. Um dos mais famosos e o mais antigo é o de Campo Bom, no Rio Grande do Sul.

O time gaúcho, ao contrário da grande maioria dos XVs pelo Brasil, não é nomeado por números romanos. Profissionalizado apenas em 1994, o Tricolor começou a chamar a atenção do estado com um quarto lugar no Gauchão em 2000. Mas a história ficaria melhor em 2002.

Naquele ano, Inter e Grêmio só entrariam no gauchão nas fases finais. Nos dois turnos da primeira fase, o time de Campo Bom fez a segunda melhor campanha. Na fase final, a estreia com vitória de 4 a 2 pra cima do Grêmio mostrou que o time não vinha pra brincadeira. Na final, porém, o 15 acabou batido pelo Internacional.

Mano Menezes foi o treinador da equipe em boa parte dos tempos áureos

Naquela equipe, comandada por Flávio Campos, destacavam-se nomes como Fábio Braz, Cleber Gaúcho e principalmente o lendário Sandro Sotili, artilheiro daquele campeonato com 20 gols marcados.

Mas aparentemente a espetacular campanha de 2002 não foi um fato isolado. No ano seguinte, com boa parte da base mantida e sendo treinado desta vez por Guilherme Macuglia, o tricolor de Campo Bom fez outra grande campanha na primeira fase, tirou o Juventude nas semifinais, mas outra vez não foi páreo para o Inter, perdendo os dois jogos das finais daquele gauchão. 

Em 2003, o 15 aplicou a maior goleada do torneio (8 a 0 pra cima do Passo Fundo) e teve de novo Sandro Sotili como grande destaque, desta vez ele foi vice-artilheiro do torneio, com 17 gols. Jogadores como Fábio Braz e Cleber Gaúcho seguiam no time.

Venceu o Vasco em São Januário, pela Copa do Brasil de 2004

No ano seguinte, a disputa da Copa do Brasil dividiria as atenções do clube. A campanha no Gauchão acabou prejudicada por uma defesa que levou muitos gols, apesar dos 52 marcados pelo ataque. O 15 acabou não passando da primeira fase. 

Já na Copa do Brasil, o time comandado por um ainda novato Mano Menezes começou a competição eliminando a Portuguesa Santista. Após empatar por 1 a 1 em Campo Bom e 2 a 2 em Santos, o tricolor passou nos gols fora de casa. A Briosa era um dos melhores times do interior paulista na época e havia assombrado o estado em 2003, com uma boa campanha no Paulistão.

Na segunda fase, veio o Vasco e depois de um empate em casa, parecia que o sonho tinha acabado. Só que o que se viu no segundo jogo, em São Januário, foi um massacre. Sonoros 3 a 0 levaram o tricolor as oitavas.

O time vice campeão em 2005

Outro carioca cruzou o caminho do 15, o Americano de Campos. A vaga veio com duas vitórias, por 2 a 1 fora de casa e 3 a 2 em casa. Nas quartas, o Palmas, do Tocantins foi presa fácil, sendo derrotado por 3 a 0 em Campo Bom e 1 a 0 em Palmas. Na semifinal o confronto seria entre as duas zebras da Copa do Brasil, Santo André e 15 de Novembro. 

No primeiro jogo das semis, no Pacaembú, o tricolor de Campo Bom chegou a abrir 4 a 1, mas o Ramalhão buscou uma desvantagem de apenas um gol, perdendo por 4 a 3. Na volta, quase 10 mil pessoas foram ao Olímpico esperando a façanha quinzista que parecia próxima quando Tiago Belmonte fez 1 a 0, mas os andreenses buscaram a virada por 3 a 1 e a classificação. A equipe paulista terminaria campeã.

O 15 que foi tão longe na Copa do Brasil tinha nomes que ficariam famosos em alguns anos. Começando pelo goleiro Marcelo Pitol, temos o lateral Patrício, que iria para o Grêmio e Perdigão, que seria campeão da América no Inter. Mas o principal destaque do time era o atacante Dauri, artilheiro daquela edição junto a Alex Alves, do Botafogo, com 8 gols. Ele também foi vice-artilheiro do Gauchão, marcando 18 vezes. Dauri dois gols na vitória por 3 a 0 diante do Vasco.

A histórica vitória em São Januário

No ano de 2005, com um time que ainda tinha jogadores dos últimos anos, como Márcio, Patrício, Perdigão e Dauri e com Leandro Machado na casamata, os quinzistas fizeram campanha espetacular no Gauchão, chegando de novo a decisão contra o Inter. O Colorado parecia ter tranquilidade ao vencer o primeiro jogo no Beira-Rio por 2 a 0. Só que os tricolores foram buscar o resultado e venceram pelo mesmo placar em Campo Bom. Na prorrogação porém, os dois gols de Souza deram o título de novo ao Internacional, que venceu por 2 a 1 no tempo extra.

Além dos já citados anteriormente, o 15 vice campeão em 2005 tinha Ediglê, que também iria ser campeão da América e do Mundo com a camisa colorada. O último respiro de glória do tricolor de Campo Bom seria eliminar o Grêmio na Copa do Brasil de 2006, chegando as oitavas de final, onde caiu para o Volta Redonda. Dois anos depois, após ser rebaixado no Gauchão, o 15 de Novembro se licenciou dos profissionais, voltando apenas em 2013.
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