Chapecoense 2016 - Heróis para sempre!

Por Mateus Dannibale

Chapecoense de 2016: um time de heróis e eternos campeões

É onde menos esperamos que acontecem as situações mais improváveis. A Chapecoense, fundada no ano de 1973, campeã estadual em 1977 e 1996, começou uma história muito bonita no futebol catarinense e brasileiro em 2007, quando voltou a conquistar o estadual, depois de uma grave crise financeira no início dos anos 2000. A reestruturação, que teve início em 2005, e que levou o clube à elite nacional em 2014, inclusive com o título do Brasileiro da Série D, em 2009, quase teve um trágico fim no dia 29 de novembro de 2016, mas os Deuses do Futebol deram um jeito de isto não acontecer.

Porém, antes de chegar ao fatídico dia, vamos falar do 2016 da Chapecoense, ano que marcava sua definitiva ascensão. O clube iniciou o ano conquistando seu quinto título estadual da história. Na Série A do Brasileirão, conquistava a 11ª colocação, até então sua melhor posição na elite do futebol nacional. Na Copa Sul-Americana, o time disputava pela segunda vez a competição e passou por equipes como San Lorenzo, Junior Barranquilla e estava próximo de fazer a final contra o Atlético Nacional da Colômbia.

A Chape finalmente fincava sua bandeira no cenário internacional e, aos poucos, ia ganhando prestígio até mesmo de torcedores de outros clubes. A equipe contava no elenco com jogadores como Cléber Santana, Danilo, o goleiro herói da semifinal, Kempes e Ananias, destaques do ano na equipe, o técnico Caio Júnior, entre outros. Todos estes estavam prestes a fazer uma grande história nas páginas do clube.

Homenagens por cartunistas do mundo inteiro

A equipe alviverde de Chapecó, o grande representante do oeste catarinense, vivia o seu auge, mas o inimaginável aconteceu. Já na madrugada do dia 29 de novembro, uma terça-feira, no Brasil, a equipe viajava para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, que seria no dia 30, à noite, contra o Atlético Nacional, em Medellin. Era, até então, o maior jogo da história da Chapecoense.

Porém, a história começou a mudar quando o piloto do avião da empresa boliviana Lamia, que fazia o transporte dos jogadores, relatou à torre de controle do aeroporto de Medellin que o avião apresentava problemas elétricos e declarou situação de emergência, quando voava entre os municípios de La Ceja e La Unión. O contato entre a torre de controle e a tripulação foi perdido e, pouco depois, a aeronave caiu ao se aproximar do Aeroporto José Maria Córdova, em Rionegro, arredores de Medellin, em um monte chamado Cerro El Gordo, de 2.600 m de altitude.

Era o fim do sonho! E mesmo sem saber o número de vítimas, nossos corações já apertavam. O que teria acontecido com aquele time encantador, que de maneira singela e humilde marcou todos nós somente com o grito: "vamo vamo Chape", o mundo se tornava verde. Todos se solidarizaram com a Chapecoense. Os colombianos mostraram um respeito enorme e o Atlético Nacional abdicou do título da Copa Sul-Americana, que ficou com o time catarinense como homenagem.

Torcida do Atlético Nacional fez bela homenagem

É claro que o título não tirou a dor da perda. Segundo o repórter da ESPN, Zé Renato, que acompanhava a trajetória da equipe, aquele foi um dia muito difícil. “Foi um dia de muita reflexão pessoal, de muitas conversas com o cinegrafista Sidney da Matta, que me acompanhou na viagem, sobre a importância do nosso trabalho lá e a responsabilidade de trazer notícias para familiares e amigos que, naquele momento, precisariam da gente".

Foram diversas homenagens feitas, principalmente pelo povo colombiano, que por meio de solidariedade tentou ajudar os brasileiros da melhor maneira em um momento tão difícil. Os sobreviventes do trágico acidente foram o lateral Alan Ruschel, o goleiro Jacson Follmann, o zagueiro Neto, a comissária Ximena Suárez e o jornalista Rafael Henzel.

A Chape, mesmo após tudo, seguiu na busca de se manter viva e não deixar que o acontecimento tirasse a esperança de seus torcedores e todos envolvidos. Em 2017, a equipe foi campeã novamente do Campeonato Catarinense, o primeiro bi da história do clube, e já está garantida na próxima edição do Campeonato Brasileiro, ainda com chances de estar na Libertadores de 2018. Quanto todos os heróis daquele ano eles sempre serão lembrados, seja por seus familiares ou pelos torcedores, estão marcados na memória de cada amante do futebol.
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