Cláudio Matosinhos, a cara do União Mogi na Segundona

Por Guilherme Borges

Nos últimos 10 jogos comandando o União, Claudio Matosinhos teve apenas uma derrota
(foto: Cairo Oliveira / Globoesporte.com)

4 de junho de 2017, Paulo Mulle, então treinador do União Mogi, anunciava sua saída do clube após oito jogos e, deixava o time à beira da eliminação. Sem recursos, a diretoria do alvirrubro optou por uma solução caseira e, apostar no auxiliar Cláudio Matosinhos. Deu certo. Sob o comando de Matosinhos, a equipe saiu da penúltima para a quarta colocação do grupo 4, garantiu a vaga na segunda fase e, num grupo de equipes tradicionais, foi de azarão a protagonista. Agora, encara o São José EC pelas quartas de final do torneio. 

Uma História digna de um bom roteiro de Hollywood principalmente para um jovem treinador, que aos 37 anos, vive sua primeira experiência profissional na função. Mas o caminho até o reconhecimento no União não foi fácil. Natural de São Bernardo do Campo e de família humilde, sempre conviveu com as dificuldades da vida. Antes de trilhar uma trajetória dentro das quatro linhas, Matosinhos já foi auxiliar de pedreiro e até vendeu sorvetes para ajudar dentro de casa. 

Nos gramados, deu os primeiros chutes nos campos do bairro e, incentivado por amigos foi tentar a sorte nos clubes de São Paulo. A primeira oportunidade veio no Corinthians, aos 16 anos, selecionado em uma peneira. No alvinegro de parque São Jorge ficou por pouco mais de um ano. Depois passou pela base do Madureira-RJ, América Mineiro-MG, São Bernardo-SP e Santo André-SP sem sucesso. 

Desanimado com a carreira como jogador, abandonou os gramados para se dedicar a vida na indústria, mas não esqueceu das quatro linhas. Nesse período, desenvolveu um projeto social com os garotos da comunidade onde residia e deu os primeiros passos como técnico. Tamanho o sucesso do projeto, contou com a ajuda da comunidade para realizar o curso de treinadores da Federação Paulista de Futebol e se profissionalizar. 

Matosinhos era o auxiliar de Paulo Mulle
(foto: Vitor Geron / Globoesporte.com)

Chegou ao elenco profissional do União no início da temporada – antes, havia passado pelo clube em 2014 como auxiliar no sub-17. “Eu estava parado. Um amigo me convidou para vir treinar o União, mas chegando aqui a equipe já estava acertada com o Mulle. Eu não fui engando, mas o meu amigo também não sabia que a equipe já havia ocupado o cargo. Então, fiquei como auxiliar técnico e, depois que antigo treinador abandonou o time, tive o privilégio de receber essa oportunidade”, disse Cláudio Matosinhos.

Na base da conversa, conquistou a confiança do grupo e propondo um estilo de jogo ofensivo, em 10 jogos, acumula 6 vitórias, 3 empates, 1 derrota, 23 gols marcados e 11 gols sofridos resumidos em uma campanha com 73% de aproveitamento. Na segunda fase, taxado de “azarão”, despachou os favoritos América de Rio Preto e XV de Jaú e agora encara o São José nas quartas de final da competição.

“Sabemos que é uma equipe que não se classificou por acaso. Agora vamos estudar o time deles e procurar fazer o certo dentro de campo, se quisermos seguir adiante no campeonato. Vamos procurar fazer o resultado aqui dentro de casa para irmos mais tranquilos no jogo da volta”, falou o treinador. 

A partida de ida entre União Mogi e São José acontece neste sábado, 26, ás 15h30 no estádio do Nogueirão. Tendo a melhor campanha nas somatórias das fases, a águia do vale tem a vantagem do empate nos dois confrontos para avançar.
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