Pierluigi Collina, o árbitro do penta

Collina é considerado um dos melhores árbitros da história

Um grande árbitro, com certeza o melhor entre o final da década de 90 e início dos anos 2000, o italiano Pierluigi Collina marcou época no futebol mundial por dois motivos: suas arbitragens precisas, que fez a sua fama em todo o planeta, e a brilhante e reluzente careca, que veio em decorrência de uma doença que teve ainda na adolescência e o fez perder todos os pelos do corpo.

Nascido em Bolonha, no dia 13 de fevereiro de 1960, Collina nem cogitava fazer fama no futebol quando novo, já que era fã de basquete. Porém, começou a gostar da modalidade quando atuava de líbero no Allievi da Pallavicini. Porém, uma lesão o fez desistir de ser jogador, mas com 17 anos ele se interessou pela arbitragem e foi fazer o curso.

Logo quando começou a apitar os jogos de sua cidade, Collina chamou a atenção dos dirigentes locais, que o levaram para comandar os jogos da Promozione, nível mais alto do futebol regional italiano. Nesta mesma época, ele contraiu uma doença chamada alopécia e perdeu o cabelo, assim como todos os pelos do corpo.

As atuações do árbitro sempre chamavam a atenção por serem corretas e logo ele foi apitar as partidas das divisões nacionais de acesso na Itália. Em 1991, ano em que se formou em economia e tornou-se consultor financeiro de um banco, Collina também teve um salto na carreira de árbitro: teve sua primeira experiência na Série A do Calcio, no jogo onde o Verona venceu o Ascoli por 1 a 0, em 15 de novembro. Ao fim daquela temporada, ele tinha trabalhado em oito partidas da elite italiana, um recorde para um novato, até então.

Na final da Copa de 2002

Daí para frente, o talento de Collina passou a ser reconhecido. Em 1995 ele passou a ser árbitro Fifa, ostentando o escudo da entidade no lado esquerdo, na altura do peito, no seu uniforme de arbitragem. O primeiro grande momento internacional aconteceu nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996: Pierluigi Collina foi o árbitro da final, onde a Nigéria venceu a Argentina e conquistou o Ouro, o primeiro da história do continente africano.

A carreira de Pierluigi Collina não parava de crescer. Em 1998, trabalhou em sua primeira Copa do Mundo, na França. No ano seguinte, apitou a histórica final da Champions League, quando o Manchester United conquistou o título em cima do Bayern de Munique, de virada, com dois gols no final da partida. Já em 2000, Collina trabalhou na Eurocopa.

Mas o grande momento do árbitro foi em 2002, na Copa do Mundo que foi dividida entre Coreia do Sul e Japão. Suas atuações eram elogiadas quase que de forma unânime e ele acabou sendo escolhido para apitar a final, entre Brasil e Alemanha, quando a Seleção Canarinho conquistou o pentacampeonato mundial.

Na final da Copa do Mundo, Collina coroou o seu desempenho nos últimos anos, tendo uma arbitragem praticamente impecável, que foi elogiada por todos que acompanharam a partida. Além disso, houve tempo para uma cena pitoresca: a camisa do zagueiro Edmilson rasgou no segundo tempo e Collina pediu para trocá-la. O jogador se atrapalhou todo para colocar a nova camisa, o que arrancou risadas do sempre sério árbitro. A cena ficou marcada na história do futebol mundial.

Vídeo com os melhores momentos do árbitro em 2002

Collina apitou até o ano de 2005, aos 45 anos, quando fechou contrato de publicidade com a Opel. Como a empresa também patrocinava o Milan, o árbitro resolveu encerrar a carreira, para não haver conflito de interesses. Na carreira, foi eleito seis vezes o melhor ábitro do mundo pela IFFHS, sete vezes o melhor italiano pela Associação Italiana de Jogadores (AIC) e ganhou a ordem mais alta de reconhecimento no país do então presidente Carlo Azeglio Ciampi.

Em julho de 2007, foi nomeado designador dos árbitros e consultor técnico-atlético do comitê nacional da AIA, se responsabilizando pelas Series A e B. Em janeiro de 2010, foi eleito pela IFFHS o melhor árbitro de futebol da história. Entre suas contribuições para a área, está uma das grandes definições da profissão, expressa à revista do Corriere della Sera, em 2006: "Sábio é quem pensa. O árbitro não pode ser sábio. Deve ser impulsivo. Deve decidir em três décimos de segundo".
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