Os 10 melhores jogos de 2016

Por Lucas Paes

Sport e Galo foi um grande jogo pelo Brasileirão

O ano de 2016 reservou ao futebol diversos jogos interessantes, seja por campeonatos estaduais, regionais, nacionais ou internacionais. Como já é de praxe em O Curioso do Futebol, listamos as 10 melhores partidas em nossa opinião, que incluem todos os tipos de ‘pelejas’. Aliás, já deixamos um desafio: faça sua lista também!


10 - TOCANTINS 2 X 3 GURUPI
25 de Junho – Castanheirão (Miracema) – Campeonato Tocantinense


A final do Tocantinense de 2016 teve uma das maiores viradas do ano. O primeiro duelo havia terminado em 0 a 0 e o vencedor do segundo jogo ficaria com o título. Já o empate, por sua vez, favorecia a equipe de Miracema, que tinha vantagem da melhor campanha.

Apesar do Gurupi partir para cima, quem aproveitou os espaços para marcar no primeiro tempo foi o Tocantins: primeiro, Palhinha chutou a bola, que desviou em Irã e encobriu o goleiro Matheus. Depois, Jean Miracema completou boa jogada do time da casa para fazer o segundo. No final do primeiro tempo David Ceará reduziu a contagem cobrando falta.

O segundo tempo foi palco de uma grande reviravolta. Jogando à vontade na casa do adversário, o Gurupi chegou ao empate com Régis e, de pênalti, David Ceará marcou o gol do título. A conquista estadual foi a sexta do Gurupi na história, maior campeão tocantinense.


9 - SANTO ANDRÉ 2 X 1 SÃO CAETANO
9 de Abril – Estádio Bruno José Daniel (Santo André) – Campeonato Paulista Série A2


O Clássico do ABC gerou grande expectativa nas duas torcidas e, jogando em casa, o Santo André partiu pra cima do São Caetano. O Ramalhão saiu na frente com uma cobrança de falta espetacular de Branquinho, sem chances para Renan Rocha, aos 25 minutos. Os dois times tiveram chances até que Neto empatou aos 51 da primeira etapa, convertendo um pênalti.

No segundo tempo, apesar do São Caetano ter voltado mais ligado e estar com um jogador a mais, quem chegou ao segundo foi o Ramalhão, com um chutaço de Guilherme Garré de longe. O Azulão até tentou o empate, mas a vantagem ficou com o campeão da Copa do Brasil de 2004.

O Santo André se classificaria com um empate por 0 a 0 no segundo confronto, em São Caetano do Sul, eliminando o Azulão, até então favorito ao acesso. O site tem uma matéria deste jogo. Confira!


8 - FORTALEZA 1 X 1 JUVENTUDE
9 de outubro – Arena Castelão (Fortaleza) – Brasileirão Série C


O Fortaleza convive nos últimos anos com uma maldição na Série C: o Tricolor sempre faz boas campanhas, porém é eliminado sempre nas quartas de final, geralmente dentro de casa. Em 2016 não foi diferente: o Juventude aprontou dentro do Castelão. 

Apesar de não saírem gols na primeira etapa, os times procuraram o ataque. O Tricolor, que era mandante, atacava mais, mas os Jaconeros também ofereçam perigo. A melhor chance do Fortaleza foi na cabeçada de Anselmo, defendida de maneira espetacular por Elias. Já o melhor lance do Juventude foi com Hugo, que perdeu gol cara a cara com o goleiro do time da casa.

Os gols só vieram na segunda etapa: logo no comecinho, Hugo abriu o placar de cabeça para o Juventude. O empate do Fortaleza veio com Pio, em bela cobrança de falta. O jogador do Tricolor protagonizaria um belo duelo contra o goleiro Elias, que fez diversas defesas evitando a classificação do time cearense. Final de jogo com empate em 1 a 1 e Juventude na Série B.


7 - ROSÁRIO CENTRAL 3 X 3 PALMEIRAS
06 de Abril – Estádio Gigante de Arroyto (Rosário/Argentina) – Copa Libertadores da América


Certa vez li no Impedimento um texto em que eram mencionadas as palavras Loucura, Psicopatia e Caos. Pois não há descrição mais perfeita para o espetacular empate por 3 a 3 de Rosário Central e Palmeiras, na fase de grupos da Libertadores. 

Precisando da vitória, o Verdão partiu para cima e abriu o placar logo aos 5 minutos, com Gabriel Jesus, após recuo errado de Musto. O Palestra seguiu pressionando, mas o Rosário chegava com perigo. O empate argentino veio com Donatti, que cobrou falta com força e o desvio em Robinho matou Fernando Prass.

Antes do intervalo, de novo Gabriel Jesus colocou o Palmeiras em vantagem e no começo da segunda etapa quase definiu o jogo com uma pancada no travessão. O Rosário empatou com Cervi, completando bela jogada, e Marco Ruben, de pênalti, colocou os argentinos na frente. Mas Barrios deu números finais ao jogo, completando cruzamento de Egídio.


6 - LIVERPOOL 4 x 3 BORUSSIA DORTMUND
15 de Abril – Anfield Road Stadium (Liverpool) – Liga Europa da UEFA


Muita coisa cercava esta partida: O jogo foi disputado no aniversário de 27 anos da tragédia de Hillsbroug, onde morreram 96 torcedores do Liverpool, Jurgen Klopp enfrentava a equipe que lhe dera todo o nome que tem num passado não tão distante e, além de tudo, se enfrentavam dois dos favoritos ao título, além do Sevilla (que conquistou a taça em cima do Liverpool). 

A partida foi alucinante! No primeiro tempo, em questão de oito minutos, o Dortmund abriu 2 a 0, com Mikhtaryan e Aubameyang. No segundo tempo, logo aos 2 minutos, Origi diminuiu, mas o Dortmund chegou ao terceiro com Hummels. O Liverpool parecia morto e todos davam o time alemão como classificado, porém, aos 20 minutos, o gol de Coutinho deu sobrevida aos ingleses.

Aos 36’, o Liverpool empatou com Sakho e o Dortmund caiu de produção, passando a ser amassado pelos mandantes, que chegaram à classificação aos 45’, com Lovren fuzilando de cabeça e levando o Anfield ao delírio. Gundogan jogou para fora a última chance do Dortmund em cobrança de falta que passou perto da trave. Final de jogo e Liverpool classificado.


5 - JABAQUARA 2 X 2 PORTUGUESA SANTISTA
05 de Junho – Estádio Leão da Caneleira (Santos) – Paulista da Segunda Divisão

Matéria do SantaPortal sobre o jogo

Pode causar estranheza em algumas pessoas que um jogo da Segunda Divisão Paulista (o quarto estágio do futebol de São Paulo) figure aqui. Mas, este embate foi emocionante, digno da tradição de Portuguesa Santista e Jabaquara. O Clássico das Praias terminou com um alucinante 2 a 2 no Estádio Espanha, em Santos.

Na verdade, naquele momento, não se esperava uma partida do Jabuca tão boa, que vinha mal na competição. Mas foi o início da reação do Leão da Caneleira no ano. Talles abriu o marcador para time da casa, aos 9 minutos. O empate da Briosa veio com Fernando. Pressionando, o Jabaquara chegou ao segundo, antes do intervalo, em um chutaço de João Vitor.

O segundo tempo começou com a Briosa atacando e Willian até marcou, mas o gol foi anulado. Porém, o artilheiro da segundona faria o gol de empate da Briosa pouco depois. O jogo ainda teve uma bola na trave para cada lado e os goleiros Thyago, do Jabaquara, e Rogério, da Briosa, trabalharam muito. No final, um 2 a 2 de tirar o fôlego. O site cobriu esta partida e você pode conferir a matéria aqui.


4 - ATLÉTICO NACIONAL 3 X 1 ROSÁRIO CENTRAL
19 de Maio – Atanásio Girardot (Medellín/Colômbia) – Libertadores


A primeira derrota dos Verdalogas na Libertadores foi na primeira partida das quartas de final, em Rosário. Ambos os times eram marcados pelo futebol técnico e ofensivo que praticavam e isto foi nítido nas duas partidas. O segundo jogo começou melhor para o Rosário Central, que abriu o placar em um pênalti convertido por Marco Ruben.

O tento argentino foi um golpe nos Verdalogas, que tentavam pressionar, mas não conseguiam empatar o jogo. A igualdade no marcador só viria nos acréscimos, quando Berrio, na raça, conseguiu rolar para McNelly Torres marcar. O segundo tempo pegaria fogo no Girardot!

A etapa final começou com pressão total do time da casa e um gol de Guerra, logo aos 5 minutos, fez com que o jogo virasse um pandemônio e os colombianos passassem a amassar os argentinos. O gol da vaga, porém, só veio aos 49’ com Berrio, após cruzamento de Ibarguén e cabeçada para o chão de Henriquez. 


3 - HUNGRIA 3 X 3 PORTUGAL
22 de Junho – Stade des Lumieres (Lyon/França) - Eurocopa


Portugal terminou o ano de 2016 com o tão sonhado título da Eurocopa, mas a primeira fase da equipe portuguesa esteve longe de ser um primor. O time se classificou em terceiro no grupo que tinha Hungria (primeira), Islândia (segunda) e Áustria (eliminada). Só que o duelo da última rodada entre Magiares e Lusos foi um dos melhores de toda a Eurocopa.

Aos 18 do primeiro tempo, a Hungria pulou na frente do placar com Gera. Portugal só empataria aos 41’, com Nani. A segunda etapa começou com a rede balançando, com o capitão Dzsudzsak. Na comemoração, o dono da braçadeira dos Magiares se chocou com a placa de publicidade, mas nada de mais sério aconteceu com ele.

O empate lusitano veio com um golaço de Cristiano Ronaldo, que marcou de letra. Só que 5 minutos depois, Dzsudzsak marcou o segundo dele no jogo, em outra bola desviada. Sem poder perder, Portugal chegou ao empate em outro gol de Cristiano Ronaldo. A Hungria ainda mandaria uma bola na trave pouco depois dos 3 a 3, mas o placar não mudou mais.


2 - REAL MADRID 4 X 2 KASHIMA ANTLERS
18 de Dezembro – Estádio Internacional (Yokohama) – Mundial de Clubes da FIFA


O começo desta partida dava a entender que o Real venceria fácil, pois logo aos 8 minutos Benzema abriu o placar para os Merengues. O empate japonês veio só aos 43’: Shibasaki marcou um belo gol.

A etapa final começou de maneira trágica para os Galáticos, apesar de Sergio Ramos cabecear com algum perigo aos 2 minutos, aos 6 o zagueiro madridista rebateu uma bola para o alto e Shibasaki, na sobra, virou o jogo para os japoneses. O sonho do mundial estava mais vivo do que nunca para o Kashima.

Mas a alegria japonesa durou pouco e Cristiano Ronaldo empatou 6 minutos depois, cobrando pênalti. No finalzinho do jogo o Kashima teve algumas chances para vencer o jogo, mas não conseguiu chegar ao terceiro. Aos 45’, o árbitro da partida, bisonhamente, não expulsou Sérgio Ramos que parou o contra-ataque do Kashima com falta e já tinha amarelo.

Na prorrogação Cristiano Ronaldo resolveu, marcando aos 7 e aos 13 minutos da etapa inicial. Mas, entre esses gols, Yuma mandou um torpedo de cabeça no travessão, após cobrança de falta de Shibasaki. O título mundial ficou mesmo com o Real Madrid, coroando um excelente 2016 da equipe branca.


1- SPORT 4 X 4 ATLÉTICO MINEIRO
05 de Junho – Ilha do Retiro (Recife) – Brasileirão


Em uma Ilha do Retiro que recebia um bom público, o Atlético Mineiro buscava recuperação do inicio péssimo de campeonato e o Sport tentava manter o bom retrospecto em casa. Quem ganhou foi o torcedor, que pôde assistir um jogaço de bola.

O Atlético começou atacando mais e o primeiro gol saiu aos 21 minutos, com Junior Urso. Só que o Sport buscou o empate pouco tempo depois, com RIthely, em um chutaço de fora da área. No lance seguinte, Robinho sofreu pênalti e ele mesmo converteu para botar de novo o Galo à frente.

Os minutos finais da primeira etapa foram alucinantes. Aos 41’, Patric marcou o terceiro gol do Galo. No lance seguinte, o Sport diminuiu com Gabriel Xavier. Perdeu o fôlego? Calma que tem mais: Robinho sofreu outro pênalti e de novo ele converteu, marcando o quarto gol alvinegro.

O segundo tempo teve um ritmo um pouco menos acelerado, mas o Leão da Ilha do Retiro buscou o empate em questão de três minutos: primeiro com Edmilson, após passe de Gabriel Xavier, e depois com Diego Souza, de falta. O Galo até acertou uma bola na trave logo depois, mas o placar ficou no 4 a 4.

Vasco x São Caetano - Em 2000, o jogo que não terminou

Eurico Miranda tenta acalmar os torcedores para reiniciar, em vão, a partida

Em 30 de janeiro de 2000, o Vasco da Gama entrava no gramado do Estádio São Januário para enfrentar a sensação do futebol brasileiro daquele momento, o São Caetano. O embate seria pela decisão da Copa João Havelange, que substituiu o Brasileirão daquele ano devido a um imbróglio jurídico envolvendo Gama, Botafogo e Internacional. A palavra 'seria' é porque o título não foi decidido, já que a partida não terminou.

O Vasco da Gama tinha um dos melhores times do país, com atletas do quilate de Juninho Pernambucano, Felipe, Junior Baiano e Romário, que era o grande artilheiro do país. Apesar da troca abrupta de treinador no final do ano, Oswaldo de Oliveira por Joel Santana, a equipe vinha bem e já tinha conquistado a Copa Sul-Americana, após uma virada histórica contra o Palmeiras.

Já o São Caetano era a grande surpresa na competição. Vindo do Módulo Amarelo, onde foi vice-campeão, o Azulão veio despachando os grandes, um a um, no mata mata da competição. Fluminense, Palmeiras e Grêmio foram as vítimas da sensação do futebol brasileiro e com um detalhe: a equipe do ABC Paulista fazia grandes jogos fora de casa.

Nos 23 minutos de jogo, o São Caetano teve a melhor chance

Com toda a confusão na organização da competição e os problemas jurídicos, a Copa JH, como era conhecida, se arrastou até os últimos dias de 2000. O primeiro jogo da final, no Parque Antarctica, foi no dia 27 de dezembro. O talentoso lateral esquerdo César, que foi para a Seleção Brasileira ainda como jogador do São Caetano e depois fez carreira no futebol italiano, abriu o placar para o Azulão, aos 14 minutos. Porém, aos 27', Romário, com seu faro de gol ímpar, empatou o jogo para o Vasco. E assim, a decisão iria para São Januário.

E no dia 30 de dezembro as duas equipes entraram em campo para decidir a competição. Aproveitando-se do regulamento e da capacidade oficial de seu estádio, o Vasco preteriu o Maracanã e mandou o jogo no São Januário, que estava abarrotado de gente, assim como foi na Copa Libertadores dois anos antes.

E o jogo iniciou com o incrível São Caetano tendo maior volume de jogo. Ainda no início, Adhemar teve duas chances no mesmo lance: no primeiro, Helton espalmou e a bola ainda bateu na trave. No rebote, o atacante do azulão arrematou forte, mas o goleiro vascaíno fez grande defesa, espalmando a bola para a linha de fundo.

O momento da queda do alambrado

Para piorar a situação do Vasco, Romário sentiu uma contratura muscular e foi substituído por Viola. Mas aos 23 minutos aconteceu o fato entrou na lista de tristes histórias do futebol brasileiro. Uma briga entre torcedores causou um empurra-empurra e como o estádio estava superlotado, o entrevero resultou na queda de parte do alambrado junto às arquibancadas.

Na confusão, cerca de 150 pessoas ficaram feridas, três delas com gravidade. Ambulâncias e médicos entraram no gramado de São Januário para socorrer as vítimas e uma parte da torcida também invadiu o campo, sendo que muitos ajudaram no resgate das pessoas. O clima de festa transformou em preocupação.

No meio desta história, veio a segunda confusão do dia, desta feita entre dirigentes. O então vice-Presidente do Vasco, Eurico Miranda (mas que na verdade já era o manda chuva do clube), era favorável ao reinício do jogo e a diretoria do São Caetano era contra. A Defesa Civil e a Polícia Militar do Rio de Janeiro deram pareceres favoráveis ao reinício do jogo, mas o Governador do Estado, Anthony Garotinho, determinou a suspensão da partida. Alguns comentários diziam que a Rede Globo, que transmitia o jogo, também era contra o reinício, já que atrasaria toda a sua grade de programação.

O Vasco acabou sendo o campeão no jogo remarcado

Houve então pequenos tumultos isolados causados por torcedores revoltados com a suspensão do jogo, logo contornados pela Polícia Militar. Apesar disso, a saída dos torcedores do estádio foi de forma ordeira. Para aumentar a confusão, os jogadores do Vasco deram uma volta olímpica com a taça, já que o resultado de 0 a 0 daria o título ao cruzmaltino. Já os diretores do Azulão alegavam que o título deveria ser do São Caetano, já que o mando de campo era do time carioca e a confusão foi toda com a torcida do Vasco e, por isso, os pontos da partida deveriam ser dados ao Azulão.

Porém, a direção do Clube dos 13, organizadora da competição, resolveu fazer um novo jogo no dia 18 de janeiro de 2001. Como São Januário foi interditado, a partida foi no Maracanã, com entrada gratuita e limitada a 60 mil espectadores.

Com um novo jogo, o Vasco pode contar com força máxima, inclusive Romário, que tinha sido substituído na partida cancelada. Aliás, Eurico Miranda resolveu provocar a Rede Globo, fazendo com que o cruzmaltino entrasse em campo com o logo do SBT, emissora concorrente, em suas camisas. Dizem que nem Silvio Santos sabia disso.

Reportagem sobe o jogo interrompido

O São Caetano, que já tinha dado férias a seus jogadores, não se aprontou direito para a partida e ao contrário dos 23 minutos jogados no dia 30 de dezembro e tomou um vareio de bola. Juninho Pernambucano abriu o marcador aos 30 minutos, Adãozinho empatou aos 37', mas Jorginho Paulista fez o segundo do Vasco. Na etapa final, Romário, aos 8', deu números finais à partida: 3 a 1 para o time cruzmaltino, que sagrou-se campeão da Copa João Havelange de 2000.

Palmeiras campeão da Copa Mercosul de 1998

Comemoração do Verdão: campeão da Copa Mercosul de 1998

No dia 29 de dezembro de 1998, o Palmeiras conquistava a primeira edição da Copa Mercosul, competição criada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) para substituir, no segundo semestre, a Supercopa da Libertadores. A entidade manteve a competição até 2001, quando foi trocada pela Copa Sul-Americana.

Na edição de 1998 participaram 20 equipes, que foram divididas na primeira fase em cinco grupos de quatro equipes. O Verdão ficou no Grupo B, ao lado de Nacional do Uruguai, Independiente da Argentina e Universidad de Chile. O Palmeiras, que tinha grande time, base do campeão da Libertadores no ano seguinte, com Cléber, Arce, Alex e Paulo Nunes, dirigidos por Luiz Felipe Scolari, o Felipão, não teve dificuldades para passar por esta etapa, vencendo os seis jogos, com destaque para a goleada e 5 a 0 sobre o Bolso, em plena Montevidéu.

No mata mata, o Palmeiras começou encarando o temido Boca Juniors. No primeiro jogo, vitória por 3 a 1, no Parque Antarctica. O resultado deixou o Verdão tranquilo para encara o La Bombonera e o empate garantiu a equipe na etapa seguinte.

Os pôster dos campeões

Na semifinal, o adversário foi o Olimpia, do Paraguai. Novamente fazendo o primeiro jogo em casa, o Palmeiras venceu por 2 a 0, com certa facilidade. No jogo de volta, no Defensores del Chaco, em Assunção, Oséas abriu o marcador para o Verdão, aos 19 minutos. No segundo tempo, inconformados com a derrota, os paraguaios armaram uma confusão e o árbitro argentino Oscar Sequeira encerrou o jogo na metade do segundo tempo. Palmeiras na final.

Na decisão, um adversário conhecido: o Cruzeiro, equipe que o Verdão já tinha derrotado na final da Copa do Brasil, mas tinha perdido nas quartas do Brasileirão. Tudo no mesmo ano! No primeiro jogo, no Mineirão, a Raposa venceu por 2 a 1, no único revés da equipe na competição. Na segunda partida, no Parque Antarctica, 3 a 1 para o Palmeiras, o que forçou o terceiro confronto.

No dia 29 de dezembro de 1998, Palmeiras e Cruzeiro entraram no gramado do Parque Antarctica para definir o primeiro campeão da Copa Mercosul. O lateral paraguaio Arce, aos 17 do segundo tempo, marcou único gol do jogo, o que deu o título ao Verdão.

Na Copa Mercosul, o Palmeiras ainda chegaria na decisão das edições de 1999 e 2000, onde perdeu o título, respectivamente, para Flamengo e Vasco. A única edição do torneio que não teve o Verdão na final foi em 2001, quando o San Lorenzo derrotou o Flamengo.

Vítor - o 'rei' da Libertadores nos anos 90

São Paulo, Cruzeiro e Vasco da Gama: três conquistas de Libertadores de Vítor

A Copa Libertadores é hoje um torneio que todos os clubes brasileiros sonham em conquistar. Porém, esta história era bem diferente até o início dos anos 90, quando os times daqui preferiam disputar os campeonatos estaduais e nacionais, alem de amistosos no exterior. Isto começou a mudar em 1992, quando o São Paulo FC conquistou pela primeira vez a competição e chamou a atenção de todos.

Apesar de não estar inscrito na primeira conquista do Tricolor do Morumbi, apesar de fazer parte do elenco da equipe, um jogador ficou marcado por estar em três das seis conquistas brasileiras na principal competição de clubes da América do Sul na década de 90: Claudemir Vítor, ou simplesmente Vítor, lateral direito nos títulos do São Paulo em 1993, Cruzeiro em 1997 e Vasco da Gama em 1998.

O jogador fazia parte do elenco do São Paulo FC desde o início dos anos 90. Porém, não tinha muito espaço no time Tricolor, já que a posição era dominada pelo jovem Cafu e até por isso não foi inscrito na Copa Libertadores de 1992, a primeira conquistada pelo clube. Porém, Telê Santana viu em Cafu qualidades para jogar no meio de campo e, com isso, Vítor ganhou a posição pela lateral direita no segundo semestre de 1992.

O Tricolor campeão em 1993

Vítor não só foi inscrito para a Copa Libertadores de 1993, como foi titular na maior parte dos jogos da conquista do bicampeonato. Suas atuações o levaram a ser convocado para a Seleção Brasileira e ser contratado pelo Real Madrid, por empréstimo. Após uma passagem apagada pela Espanha, o lateral voltaria para o São Paulo em 1994.

Depois de uma passagem pelo Corinthians em 1995, onde conquistou o Paulista e a Copa do Brasil, Vítor foi para o Cruzeiro no ano seguinte, quando conquistou novamente a competição de mata mata do país e garantiu sua participação na Libertadores de 1997.

Apesar de não ser titular absoluto, sua experiência foi importante para o elenco do time mineiro na competição da Conmebol naquele ano. O Cruzeiro, que também contava com o ex-sãopaulino Palhinha, conquistava a Libertadores pela segunda vez em sua história, o mesmo número de conquistas da competição pelo jogador até então.

O Cruzeiro de 1997

O campeão brasileiro de 1997, o Vasco da Gama, foi atrás de jogadores que conheciam a Libertadores para fortalecer o já talentoso elenco da equipe, que contava com Pedrinho, Felipe, Luisinho, Ramón e Juninho Pernambucano, para 1998. E adivinha quem o Clube da Colina foi atrás? Sim, o lateral direito Vítor.

Naquele elenco, que era muito forte, Vítor não era titular, mas conseguiu passar sua experiência na competição para os mais novos. A receita mais uma vez deu certo: na final, o Vasco bateu o Barcelona de Guayaquil e conquistou a sua primeira Libertadores, a terceira da carreira do lateral direito.

Depois de sair do Vasco, em 1999, Vítor virou um verdadeiro andarilho da bola, passando por Botafogo, Kocaelispor (da Turquia), Inter de Limeira, Osasco, Ceará, Mogi Mirim, Juventus, Inter de Limeira, Primavera e Guaçuano, onde encerrou a carreira em 2009. Até os dias de hoje, o ex-jogador é lembrado pelas conquistas na Copa Libertadores.

O Vasco no jogo contra o Barcelona, em Guaiaquil, em 1998

Uma curiosidade: apesar das três Libertadores, a única conquista da Copa Intercontinental da carreira de Vítor é justamente no ano onde não estava na competição sul-americana. Em 1992, ele foi titular do São Paulo na vitória de 2 a 1 sobre o Barcelona. Porém, em 1993 ele estava no Real Madrid na época do jogo do Japão. Já em 1997 e 1998, seus times na época, Cruzeiro e Vasco, foram derrotados, respectivamente, por Borussia Dortmund e Real Madrid.

A passagem de Neto pelo Santos FC

Pelo Santos FC, Neto fez apenas 18 jogos, balançando as redes em apenas três oportunidades

Um dos maiores ídolos do Corinthians, onde foi importantíssimo na conquista do Brasileirão de 1990, e Guarani, José Ferreira Neto, ou simplesmente Neto, teve uma passagem apagada pelo Santos FC no segundo semestre de 1994, quando jogou o Campeonato Brasileiro e a Supercopa da Libertadores.

Conhecido pelo seu chute venenoso e temperamento explosivo, Neto, que além do Corinthians, já tinha passado em sua carreira por São Paulo e Palmeiras, não vinha atuando bem desde o Campeonato Paulista de 1993, quando o Timão perdeu o título para o Palmeiras. Com a chegada de Mario Sergio, o meia foi negociado com o Millonarios de Bogotá. Após um semestre na Colômbia, o jogador foi contratado pelo Atlético Mineiro, no time cheio de medalhões, que ficou conhecido como 'Selegalo', mas que não deu certo.

Neto cobrando falta em sua estreia, contra o Remo

Então, precisando de um jogador de peso, já que o Santos não vinha em boa fase, o presidente Miguel Kodja Neto contratou o meia, que estava com 28 anos, para reforçar o então elenco Alvinegro, que era dirigido por Serginho Chulapa. E aqui cabe uma explicação: sob o comando de Pepe, o Santos chegou a ficar na lanterna do Paulistão de 1994 e depois que o ex-centroavante assumiu o time, a equipe teve uma grande arrancada, terminando a competição em quarto lugar.

A torcida olhava com desconfiança, e com razão! Fazia um ano que Neto não fazia boas partidas, vivia com problemas musculares e também em briga com a balança, o que já acontecia desde os tempos de Corinthians. No final das contas, os torcedores tinham razão.

Em sua passagem pelo Peixe, Neto, que estreou pelo Remo, fez apenas 18 jogos, marcando somente três gols. Porém, um deles foi marcante: na derrota para o Corinthians, por 2 a 1, no dia 16 de novembro, o meia fez um belíssimo gol contra o clube onde foi ídolo. Os outros dois tentos foram contra Bahia, de falta, e Vasco da Gama, também no Pacaembu.

Vídeo com cenas da passagem de Neto pelo Santos FC

Aquele segundo semestre de 1994 também não foi muito bom para o Santos. O Peixe até brigou para se classificar para o mata mata do Brasileirão, mas no confuso regulamento da competição, a equipe ficou apenas em nono no geral. Já na Supercopa da Libertadores, o Alvinegro Praiano caiu na primeira fase, para o Independiente da Argentina.

Ao fim do ano, com a mudança de presidente (Miguel Kodja foi destituído do cargo e Samir Abdul Hack assumiu o cargo), a nova diretoria resolveu diminuir a folha salarial do clube e como Neto estava entre os maiores ordenados e também não teve um grande desempenho em campo, foi dispensado. O jogador foi para o Lousano Paulista, de Jundiaí, para disputar a Série A-2 do Paulista de 1995.

Rock & Futebol – Pepinho Macia

Pepinho Macia na época em que dirigia o Sub-20 do Santos FC (foto: assessoria Santos FC)

Depois de alguns meses, a série Rock & Futebol volta em O Curioso do Futebol com, provavelmente, a pessoa que mais se identifica com os dois assuntos juntos: Alexandre Macia, o Pepinho.

Filho de um dos maiores jogadores e treinadores da história do futebol brasileiro, o ponta esquerda Pepe, que fez história no Santos FC e foi bicampeão mundial com a Seleção Brasileira, Pepinho ficou muito conhecido no meio do rock/metal da Baixada Santista e São Paulo ainda na década de 80, pois promovia excursões de Santos para os shows na Capital Paulista, organizou shows, apresentou programa em rádio e teve uma das melhores lojas do estilo de todo o país: a Metal Rock, que ficava no bairro do Gonzaga, em Santos.

Na segunda metade da década de 90, Pepinho tomou um outro rumo: virou treinador de futebol e também teve sucesso. Chegou a ser assistente de seu pai em alguns clubes, com destaque para a campanha da Portuguesa Santista semifinalista do Paulistão 2003, e depois fez belíssimo trabalho dirigindo as equipes de base do Santos FC, com destaque para os títulos da Copa do Brasil de 2013 e Copa São Paulo de 2014, ambos no sub-20.

Tarso (Carnal Desire) e Pepinho, em frente à loja no Gonzaga
(foto: Arquivo Pessoal / Pepinho Macia)

Batemos um papo com este grande cara, que você pode conferir abaixo:

O Curioso do Futebol - Pepinho Macia, primeiramente obrigado por estar nos atendendo. Antes de mais nada, além de você ser filho do Pepe, um dos maiores jogadores da história do futebol, qual foi a sua relação com o esporte na infância e adolescência? Você chegou a jogar nas categorias de base de algum clube?

Pepinho Macia - Olá Victor! Prazer falar com você! Meu contato com o futebol começou praticamente no berço. Quando nasci, meu pai ainda era jogador de alto nível daquele Santos mágico da década de 60. Depois, na década de 70, ele seguiu como Treinador e o futebol sempre esteve incutido na minha vida, infância e adolescência. Eu joguei por cinco anos na base do Santos e um ano na Portuguesa Santista 

OCDF - E a paixão pelo rock. Quando e como começou?

PM - A paixão pelo Rock começou mesmo na adolescência, final dos anos 70, com amigos de rua, sem influências de ninguém da família. Coisa minha mesmo, amor a primeira vista!! 

OCDF - Quando foi que você montou a Metal Rock? De onde veio a ideia?

PM - A Metal Rock Discos foi fundada em 1983, graças ao incentivo de amigos que frequentavam minha casa quase diariamente pra curtir um som. Nessa época, eu já estava cultivando uma bela coleção de discos, que hoje beira os 30 mil itens!

Com o Viper, no inicio da década de 90
(foto: Arquivo Pessoal / Pepinho Macia)

OCDF - E o programa de rádio. Como começou?

PM - O Hard n'Heavy surgiu ainda nos anos 80, na extinta 95 FM. Nessa época pós Rock in Rio I, o Rock/Metal estava em alta e começava a ter espaço nas rádios. Foram cinco anos na 95 FM e mais dois na 98 FM, ambas emissoras da Baixada Santista. A audiência era incrível! Primeiro lugar da Rádio!

OCDF - Além disso, você também promovia shows. Quais bandas você organizou shows?

PM - O final dos anos 80 e início dos 90 foram de muito trabalho! O Rock estava no ápice de popularidade mundial. Nessa época, além da loja, a gente tinha o programa na Rádio, as Excursões para os Shows que rolavam em São Paulo, e que até hoje continuam, o selo que laçou três álbuns e os shows em Santos.

A gente trouxe várias vezes para Santos bandas como Viper, Ratos de Porão, Korzus, Sepultura, Dorsal Atlântica, Angra, Dr. Sin, entre muitos outros. Depois, nos anos 90, vieram os shows gringos e a gente entrou de cabeça nas produções. Trouxemos pra Santos alguns shows incríveis que a gente conta pra galera mais nova e eles ficam boquiabertos ao saber que já tocaram em Santos bandas como Saxon, King Diamond, Mercyful Fate, Gamma Ray, Bioharzard, Exodus, Napalm Death, NOFX, Millencollin, Shelter, Rotting Christ, Madball, entre outros (N.R.: muitos desses com a presença deste entrevistador).

OCDF - Nesta época, mesmo sendo um “profissional do rock”, você acompanhava o futebol? Tinha interesse em trabalhar com o esporte naquela época?

PM - Nessa época nunca deixei de acompanhar a carreira do meu pai como treinador vitorioso que sempre foi e, paralelo a isso tudo, a gente tinha envolvimento com o futebol de várzea de Santos. Tínhamos um time que ganhava tudo! E eu já acumulava a função de jogador e treinador.

Com o pai, em casa (foto: Arquivo Pessoal / Pepinho Macia)

OCDF - Quem o conhece sabe que você tem um ‘olho clínico’ para ver qual jogador tem futuro e quase sempre acerta, mesmo na época em que você se dedicava 100% ao rock. Quando veio a ideia de trabalhar com futebol?

PM - Modéstia à parte, realmente tenho facilidade em apontar jogadores que acabam despontando futuramente, foi assim durante os quase oito anos trabalhando nas categorias de base do Santos. Em 1996, eu fechei a Metal Rock, pois era a época da chegada da internet e o desinteresse pela compra de CDs e LPs era grande. Então, pra não dar murro em ponta de faca, resolvi encerrar as atividades da loja. Nessa época, meu interesse por seguir carreira no futebol havia aumentado muito, já tinha feito alguns cursos de técnico de futebol e meu pai me incentivou a ir por esse caminho. Ele achava que eu levava jeito pra coisa.

OCDF - Antes de chegar ao Santos FC, você passou por quais clubes? Em quais deles você chegou a dirigir a equipe profissional e em quais você foi assistente técnico de seu pai, o Pepe?

PM - Pouca gente sabe, mas quando fui trabalhar no Santos eu já havia trabalhado em 14 equipes! Não era um paraquedista, pois já tinha certa experiência. Meu primeiro clube foi o Independente de Limeira, onde comecei em 1998, como técnico do Sub-17, depois Sub-20 e auxiliar do Profissional. Depois vieram muitos outros: fui técnico do time Profissional do Lemense, Velo Clube, São Vicente, Independente de Limeira, Juventude-MT e Balneário Camboriú. Em outros clubes, atuei como técnico da base ou auxiliar do Profissional, como Paulista de Jundiaí, Ferroviária e Bragantino. Com meu pai, trabalhei em três clubes, todos com muito sucesso. Portuguesa Santista, onde além de tirarmos de um rebaixamento quase inevitável, no ano seguinte fizemos a maior campanha da Briosa em um Paulistão, no Guarani de Campinas, no Brasileirão, e no Al Ahli, do Qatar, onde o nosso principal jogador era o Guardiola, hoje um dos técnicos tops do futebol mundial.

OCDF - Um capítulo à parte. Você foi assistente técnico do Pepe na Portuguesa Santista, assumindo o cargo em 2002, quando o clube lutava contra o rebaixamento. Ainda dirigiu o sub-20 do clube no mesmo ano e fez parte da comissão técnica na bela campanha de 2003. Como foi trabalhar no clube?

PM - Na Portuguesa Santista foi uma coisa de amar o que faz mesmo, de ter carinho pelo Clube. Pegamos a equipe em 2002 em último lugar, há cinco pontos do penúltimo lugar faltando cinco rodadas, onde tudo indicava o rebaixamento, mas conseguimos juntamente com os jogadores e comissão uma reação incrível e a Briosa não caiu. No ano seguinte, montamos o time do zero e conseguimos encaixar uma equipe forte. Quando os grandes abriram os olhos, a gente estava na semifinal jogando por dois empates contra o São Paulo de Kaká e cia. Ganhamos do Santos, que havia acabado de ser Campeão Brasileiro, por 2 a 0 e eles não viram a cor da bola. Foi lindo!

Passando orientações ao volante Lucas Otávio
(foto: Assessoria Santos FC)

OCDF - Quando você chegou ao Santos FC? Quem foi que te levou ao clube e como foi a recepção? Em algum momento você chegou a sentir a pressão por ser filho do Pepe?

PM - No Santos, quem me levou foi o Marcelo Teixeira. Claro que sempre houve desconfiança por ser filho do Pepe, sabia que teria que carregar para sempre essa desconfiança e pressão. Sabia que só quando a oportunidade aparecesse eu poderia apagar essa imagem e a oportunidade veio.

OCDF - Você teve belos momentos no Sub-20 do Santos FC, conquistando a Copa do Brasil de 2013 e a Copa São Paulo de 2014, ganhando todos os jogos. O que você lembra desta etapa?

PM - Sim, foram anos incríveis quando tive a chance de tomar conta do Sub-20 do Santos. Antes, nós já havíamos tido êxito sendo campeões da Copinha de 2013, como auxiliar técnico do Claudinei Oliveira, que de forma brilhante comandou a equipe ao título (antes disso, três títulos de Campeão Paulista já estavam no bolso nas categorias de base). Quando o Claudinei assumiu o comando do Profissional, eu acabei assumindo o Sub-20. Minha estreia foi no Paulistão da Categoria, um Santos 4 a 2 no São Vicente. Foram dois anos e meio no Sub-20 regados de muito êxito! Diversos títulos como a Copa do Brasil, Mundialito da África do Sul, em uma semifinal contra o Boca Juniors e final contra o Benfica, mas o mais incrível foi o título da Copa São Paulo de Juniores de 2014. Foram oito jogos, oito vitórias, 24 gols marcados e apenas dois sofridos! Uma das maiores campanhas da história! E o mais importante de tudo: dezenas de jogadores revelados atuando no time de cima. O Santos chegou a entrar em campo  com dos 18 relacionados, 12 trabalharam com a gente! 

OCDF - Ao final da primeira fase do Paulista Sub-20 de 2015, você saiu do comando técnico da equipe. Houve convites para treinar outras equipes? Há algo em vista?

PM - Em 2015, houve mudanças no gerenciamento da base e total incompatibilidade de ideias e o melhor foi sair, infelizmente. De lá pra cá, bem... prefiro não comentar. Tive algumas conversas, mas nada se concretizou. Recentemente, estive na China por duas semanas a convite do Governo local, mas não acertei nada ainda por não ser uma função que estou acostumado. Quero seguir como técnico de futebol, pois sei que sou bom e já provei isso. Continuo sem clube no momento.

No comando de Pepinho, o Santos FC conquistou a Copa SP de Juniores de 2014

OCDF - Mesmo trabalhando com o futebol, você nunca deixou o rock de lado, inclusive continuando a promover shows e excursões, mesmo que de modo menos intenso que nos anos 80 e 90. Como foi conciliar as duas atividades?

PM - Sim, na época que era auxiliar era mais tranquilo, mas quando assumi o posto de treinador ficou difícil e parei com a produção de shows em Santos. Atualmente voltei com as excursões, pois tenho que pagar minhas contas e nada como fazer algo que você gosta. Quando eu ganhei tudo no Santos, o pessoal achava legal o técnico roqueiro. Depois que a campanha não foi tão boa, diziam que não queria saber de nada, só do Rock. Isso é ridículo! Sempre fui 100% empenhado e concentrado em meu trabalho no Santos e nos outros clubes por onde passei e uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas futebol é assim .

OCDF - O Curioso do Futebol agradece a sua atenção e deixa o espaço para você acrescentar algo.

PM - Queria te agradecer pelo espaço! Grande abraço e aproveitar para parabenizar a Briosa, diretoria e comissão técnica que levaram à Portuguesa ao título e acesso a Série A-3. Valeu!!

Se você quiser conhecer mais o trabalho do Pepinho Macia, há duas páginas no Facebook onde fala da parte de futebol, onde mostra os seus trabalhos e novidades, e do rock, onde anuncia as excursões. Entrem e curtam!

Campeões do Futebol Feminino no Brasil em 2016

Clique no mapa para ver a imagem em alta resolução

Com todas as dificuldades, mesmo com a realização dos Jogos Olímpicos no Brasil, o calendário do Futebol Feminino no Brasil em 2016 foi encerrado nesta sexta-feira, dia 23, com o Botafogo conquistando o Campeonato Paraibano. Com isso, apesar de não ser tão fácil conseguir informações das competições em alguns estados, O Curioso do Futebol, contando com as grandes ajudas de Felipe Augusto, do Série Z, de Rafael Alves, do Planeta Futebol Feminino, e Lu Castro, do Futebol para Meninas, fez o levantamento dos campeões no Brasil.

Mas antes de falar de cada campeão, vamos tocar num assunto triste. Muitas federações estaduais não organizaram campeonatos. Alguns lugares tiveram competições paralelas, como Piauí, com a Copa Batom, e Roraima, com o Torneio Municipal de Boa Vista. Outros, como Rondônia e Tocantins realizaram apenas uma seletiva rápida para indicar uma equipe para a Copa do Brasil, o que vai acabar em 2017, já que não haverá a competição mata mata nacional.

Porém, o pior ficou para os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Goiás (que tem uma equipe com bom trabalho na base, o Aliança) e até Paraná, que tem o forte Foz Cataratas: não houve campeonatos nestes lugares.

Porém, teremos futebol logo no início do ano. No Baiano, que tem um calendário diferente das demais competições pelo Brasil, a bola já está rolando e o campeão da temporada 2016/2017 deve ser definido em janeiro. Já em Santa Catarina, o torneio iria acontecer agora, no fim do ano, mas com o luto devido ao acidente aéreo com o time masculino da Chapecoense, a competição foi suspensa e deve ocorrer no mês de janeiro.

Com tudo isso, vamos aos campeões:


REGIÃO NORTE


O Iranduba confirmou o favoritismo no Amazonas

ACRE
Campeonato Acreano:
Assermurb

AMAZONAS
Campeonato Amazonense:
Iranduba

AMAPÁ
Campeonato Amapaense:
Oratório

PARÁ
Campeonato Paraense:
Paysandu

RONDÔNIA
Seletiva para a Copa do Brasil:
Porto Club

RORAIMA
Campeonato de Boa Vista:
Atlético Roraima

TOCANTINS
Torneio Seletivo para a Copa do Brasil:
Paraíso


REGIÃO CENTRO OESTE


No único campeonato do Centro Oeste, o Minas/ICESP levantou a taça

DISTRITO FEDERAL
Campeonato Candango:
Minas/ICESP

GOIÁS

Não houve competição

MATO GROSSO
Não houve competição

MATO GROSSO DO SUL
Não houve competição

REGIÃO SUL

Duda/Canoas venceu no Rio Grande do Sul

PARANÁ
Não vou competição

RIO GRANDE DO SUL
Campeonato Gaúcho:
Duda / Canoas

SANTA CATARINA
Paralisado por luto. Deve retornar no início de 2017

REGIÃO SUDESTE

O Rio Preto bateu o Santos e conquistou o Paulista

ESPÍRITO SANTO
Campeonato Capixaba:
Vila Nova

MINAS GERAIS
Campeonato Mineiro:
América

RIO DE JANEIRO
Campeonato Carioca:
Flamengo

SÃO PAULO
Campeonato Paulista:
Rio Preto

REGIÃO NORDESTE

No Ceará, o Menina Olímpica conquistou o caneco

ALAGOAS
Copa Rainha Marta: União Desportiva

BAHIA
Campeonato Baiano 2015/2016:
São Francisco
(O campeonato Baiano 2016/2017 já está rolando e a decisão deve ser em janeiro)

CEARÁ
Campeonato Cearense:
Menina Olímpica

MARANHÃO
Campeonato Maranhense:
Viana

PARAÍBA
Campeonato Paraibano:
Botafogo

PERNAMBUCO
Campeonato Pernambucano:
Vitória de Santo Antão

PIAUÍ
Copa Batom:
Tiradentes

RIO GRANDE DO NORTE
Não houve competição

SERGIPE
Campeonato Sergipano:
Boca Júnior

COMPETIÇÕES NACIONAIS

O Brasileirão Feminino foi conquistado pelo Flamengo

Brasileirão: Flamengo
Copa do Brasil: Audax

Campeões na América do Sul em 2016

Clique no mapa para vê-lo em alta resolução

Em 2016, o futebol sul-americano teve diversas competições, nas mais variadas divisões e copas, organizadas pela Conmebol e as 10 federações dos países filiadas a ela: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. No sábado, véspera de Natal, tivemos a última competição finalizada: o The Strongest conquistou o Apertura Boliviano 2016/2017.

O Curioso do Futebol, assim como fez com os campeonatos brasileiros, também fez um levantamento, com gráfico acima, dos campeões da América do Sul. Confira abaixo:

ARGENTINA

Lanús conquistou o Argentino de 2016

Primeira Divisão: Lanús
Primeira B Nacional: Talleres de Córdoba
Primeira B Metropolitana: Flandria
Torneio Federal A: San Martín de Tucumán
Primeira C: Excursionistas
Primeira D: El Porvenir
Copa Argentina: River Plate
Supercopa Argentina: San Lorenzo

Obs: Os Torneios Federais B e C apontam apenas os acessos, sem decidir os seus respectivos campeões.

BOLÍVIA

O The Strongest conquistou o Apertura 2016/2017 ao vencer o Bolívar

Clausura 2015/2016: Jorge Wilstermann
Apertura 2016/2017: The Strongest
Segunda Divisão: Guabirá

BRASIL

Palmeiras foi constante e levantou a taça de campeão

Série A: Palmeiras
Série B: Atlético Goianiense
Série C: Boa Esporte
Série D: Volta Redonda
Copa do Brasil: Grêmio

CHILE

A Católica foi a grande vencedora do futebol chileno

Clausura 2015/2016: Universidad Católica
Apertura 2016/2017: Universidad Católica
Primeira B: Deportes Temuco
Segunda Divisão: Deportes Valdivia
Terceira A: Deportes Provincial Osorno
Terceira B: Provincial Ovalle
Copa Chile: Colo Colo
Supercopa Chilena: Universidade Católica
Copa Absoluta: Colina

COLÔMBIA

Santa Fé venceu o Finalización

Apertura: Independiente Medellín
Finalización: Independiente Santa Fé
Primeira B: América de Cali
Copa Colômbia: Atlético Nacional
Supercopa Colombiana: Atlético Nacional

EQUADOR

No Equador deu Barcelona

Série A: Barcelona
Série B: Macará
Segunda Categoria: América de Quito

PARAGUAI

O Guaraní coroou seu grande momento com o título nacional

Apertura: Libertad
Clausura: Guaraní
Intermediária: Independiente de Campo Grande
Primeira B: Martín Ledesma de Capiatá
Primeira Nacional B: Club 22 de Setiembre
Primeira C: Pilcomayo

PERU

Grande festa do Sporting Cristal no Peru

Primeira Divisão: Sporting Cristal
Segunda Divisão: Academia Cantolao
Copa Peru: Sport Rosario

URUGUAI

Nacional venceu o Uruguaio Especial

Primeira Divisão 2015/2016: Peñarol
Uruguaio Especial 2016: Nacional
Segunda Divisão 2015/2016: Rampla Juniors
Segunda Especial 2016: El Tanque Sisley
Segunda Amadora: Cerrito
Campeonato do Interior A (OFI): 18 de Julio de Porvenir
Campeonato do Interior B (OFI): Porongos

VENEZUELA

Zamora foi o campeão absoluto na Venezuela

Primeira Divisão: Zamora
Segunda Divisão: Metropolitanos FC
Terceira Divisão: Yracuy FC
Copa Venezuela: Zulia FC

CONMEBOL

A Chape foi declarada campeã da Copa Sul-Americana

Copa Libertadores: Atlético Nacional (Colômbia)
Copa Sulamericana: Chapecoense (Brasil)*
Recopa Sulamericana: River Plate (Argentina)

* A delegação da Chapecoense sofreu um acidente aéreo quando viajava para Medellín para a disputa do primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, causando diversas vítimas fatais. Após o acontecimento, o Atlético Nacional abdicou da disputa, sugerindo que o título da competição fosse outorgado para a Chapecoense. A Conmebol acatou o pedido dos colombianos e declarou a Chapecoense como campeã da Copa Sul-Americana de 2016.

George Michael e a menção à Seleção Inglesa em "Shoot the Dog"

Beckham, Colina, Owen e Seaman: cena clássica do clipe "Shoot the Dog"

O mundo da música pop foi pego de surpresa com o anúncio do falecimento do cantor britânico George Michael. O artista, que ficou conhecido por fazer parte do Wham! antes de seguir carreira solo, tinha 53 anos e era um dos maiores ativistas em defesa dos direitos do homossexuais e minorias. Torcedor do Manchester United, George Michael gostava de futebol e em uma música, Shoot the Dog, de 2002, faz alusão à Copa do Mundo daquele ano na letra e no clipe.

A música, que fala da relação de alguém que abaixa a cabeça para o que o outro manda, era uma indireta para a relação, na época, que o primeiro ministro do Reino Unido, Tony Blair, tinha com o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Na letra da música, tínhamos o seguinte trecho:

I wanna kick back mama
And watch the World Cup with ya baby

A tradução é simplesmente a seguinte:

Eu quero responder à mamãe
E assistir à Copa do Mundo com você baby

Ao contrário da letra, que deixava muitos assuntos nas entrelinhas, o videoclipe foi mais na cara: feito em ótima animação, George W. Bush transformava Tony Blair em seu cachorrinho, literalmente, além de tentar forçar os costumes norte-americanos para o inglês.

O videoclipe tem dois momentos onde o futebol aparece. No primeiro, o mais rápido, três pessoas estão no sofá da sala, assistindo televisão e zapeando no controle remoto. Em um dos canais, aparece David Beckham e Michael Owen fazendo embaixadinhas em plena Copa Japão e Coreia do Sul, realizada em 2002.

Ingleses assistindo a Copa do Mundo pela televisão

Já no segundo, o mais longo, ao mesmo tempo em que a letra fala o que está citado acima, aparecem novamente Beckham e Owen, mas George W. Bush, com uniforme de futebol americano, invade o campo, rouba a bola esférica e a transforma em oval, como na modalidade muito popular nos Estados Unidos.

Em seguida, aparece o árbitro italiano Pierluigi Colina, que era considerado o melhor da época, e dá um cartão vermelho para o presidente norte-americano. Encerrando a cena, vem o goleiro titular da Seleção Inglesa, David Seaman, aos prantos, em uma clara alusão ao gol sofrido nas quartas de final da Copa do Mundo, feito por Ronaldinho Gaúcho, em uma cobrança de falta da intermediária. Naquele jogo, o Brasil, que foi o campeão, eliminou a Inglaterra do Mundial.

O videoclipe de "Shoot the Dog"

George Michael marcou época na música pop e na defesa dos direitos das minorias. Porém, o uso constante de drogas o fez se afastar dos palcos por muitas vezes e agora, infelizmente, será para sempre. Mas suas músicas sempre serão lembradas por todos os fãs.
←  Anterior Proxima  → Inicio

O Curioso do Futebol

O Curioso do Futebol
Site do jornalista Victor de Andrade e colaboradores com curiosidades, histórias e outras informações do mundo do futebol. Entre em contato conosco: victorcuriosofutebol@gmail.com

Twitter

YouTube

Aceisp

Total de visualizações