Neném Prancha, o 'Filósofo do Futebol'

Neném Prancha foi um grande botafoguense (foto: reprodução)

É provável que os fãs mais novos o lerem o título deste artigo devem ter se perguntado: "quem é Neném Prancha?". Porém, com certeza eles já devem ter reproduzido alguma frase do folclórico ex-massagista, roupeiro, olheiro e trenador do Botafogo, que recebeu o apelido de 'Filósofo do Futebol' do grande jornalista Armando Nogueira.

Antônio Franco de Oliveira, o Neném Prancha, nasceu em Resende, no estado do Rio de Janeiro, em 16 de junho de 1906. Ele era filho de Zeferino, um biscateiro e D. Julia, uma empregada doméstica. Logo aos 11 anos, largou a cidade natal e foi tentar a vida na então capital do Brasil: o Rio de Janeiro. Ganhou o apelido de Neném Prancha, por causa das mãos, que mediam cada uma 23 centímetros de comprimento, e dos pés (número 44), que sempre calçavam chinelos.

Neném Prancha, primeiramente, tentou ser jogador de futebol, se arriscando no pequeno time do Carioca. Como não teve sucesso, abriu uma escolinha de futebol para crianças nas areias da praia de Copacabana. Ao mesmo tempo, conseguiu um emprego no Botafogo, seu clube do coração.

Neném Prancha na praia, onde trabalhou (foto: reprodução)

No time da estrela solitária, Neném Prancha fez de tudo. Foi roupeiro, massagista, olheiro e até treinador da equipe. Como olheiro, descobriu um dos maiores ídolos da história do clube: Heleno de Freitas. Outro craque que Neném Prancha descobriu foi Júnior, mas este fez sucesso no rival Flamengo.

Neném Prancha também ficou marcador por sempre expressar sua opinião de forma peculiar, com frases de efeito. Isto fez com que ele ganhasse o apelido de 'Filósofo do Futebol', dado por Armando Nogueira. Vale ressaltar que Nogueira e o ex-jornalista e também treinador João Saldanha, que trabalhou no Botafogo, entre outros criavam também algumas frases e 'botavam na conta' de Neném. Outros também criavam Conheça algumas 'frases filosóficas' de Neném Prancha:

“Penalti é tão importante que quem devia bater é o presidente do clube”.
“Se macumba ganhasse jogo, o campeonato baiano terminava sempre empatado”.
“Se concentração ganhasse jogo, o time do presidío não perdia uma partida”.
“Quem pede tem preferência, quem se desloca recebe”.
“Bola tem que ser rasteira, porque o couro vem da vaca e a vaca gosta de grama”.
“Jogador tem que ir na bola com a mesma disposição de quem vai num prato de comida”.
“O goleiro deve andar sempre com a bola. Se tiver mulher, dorme abraçado com as duas”.
“Jogue a bola pra cima, pois enquanto ela estiver no alto não há perigo de gol”.
“Jogador bom é que nem sorveteria: tem várias qualidades”.
“Goleiro é uma posição tão amaldiçoada que onde ele pisa nem grama nasce”.
“Futebol é simples: quem tem a bola ataca; quem não tem defende”.

Tornou-se mito do futebol brasileiro devido às suas frases de efeito. Tanto que o escritor Pedro Zamara lançou, em 1975, um livro chamado "Assim Falou Neném Prancha", sobre o pensamento deste ícone da filosofia futebolística. No ano seguinte ao lançamento do livro, exatamente no dia 17 de janeiro de 1976, aos 69 anos, vítima de um infarto do miocárdio. Mas até hoje ele está marcado no futebol brasileiro, através de suas célebres frases.
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