Santos é bi-campeão paulista, mas Audax merece os parabéns

Por Lucas Paes

É a 22ª taça do Paulistão na história do Peixe (foto: Santos FC)

O Santos termina pela 22ª vez campeão paulista em sua história. Depois de jogar bem em Osasco, em diversos momentos sendo melhor que o Audax, na Vila Belmiro o jogo foi outro e a atuação do Santos fez lembrar uma síntese de times como a Inter de Mourinho de 2010 ou o Atlético de Madrid atual, de Simeone: usando o contra-ataque, que já é um ponto forte do Peixe desde o ano passado como trunfo.

O jogo teve domínio do Audax, que trocava passes ao seu estilo e chegou a um pico de 80% de posse de bola nos primeiros minutos de partida. O time de Osasco finalizou mais e, por muito pouco, não marcou quando Tchê Tchê mandou um tiro na trave de Vanderlei. O gol recompensaria a ousadia do Audax que jogou melhor durante toda a partida. Já o Santos perdeu Lucas Lima aos 20 minutos de jogo, com o meia sentido a lesão no tornozelo que já o havia tirado de parte do segundo tempo da partida em Osasco.

Porém, no finalzinho da primeira etapa, aos 44 minutos, brilhou a estrela do camisa 9 da Seleção Brasileira. Ricardo Oliveira recebeu passe de Vitor Bueno, em contra ataque rápido do Santos, arrancou, deu uma bela caneta no zagueiro do Audax e bateu com precisão, por baixo das do goleiro para abrir o placar para o Peixe. Mesmo sem merecer, o Santos estava a frente.

Ricardo Oliveira comemora o único gol do jogo (foto: Globo Esporte.com)

O segundo tempo voltou com o mesmo tom do primeiro: o Audax tinha a posse da bola, rodava ela e oferecia perigo nas finalizações, sempre muito precisas e mostrando que os dois golaços contra o Corinthians não saíram a toa. Em alguns momentos, o Santos ensaiou pressionar a marcação. Porém, o Audax saia bem para o jogo e conseguia evitar a marcação santista com passes rápidos.

O Santos levou outro susto aos 20 minutos do segundo tempo, quando Ytalo cabeceou uma bola no travessão e deixou a Vila Belmiro em silêncio e assustada. Pouco depois, o camaronês Joel entrou e marcou o que seria o segundo gol do time da casa, que definiria a partida. Mas, o bandeirinha anulou incorretamente o lance, deixando o jogo mais emocionante na sua parte final.

O finalzinho da partida reservou dois lances de quase matar os torcedores do coração. Primeiro, o Santos chegou no contra ataque. Vitor Ferraz fez jogada com Paulinho e tocou na área para Ronaldo Mendes, que sozinho perdeu um gol debaixo das traves e sem goleiro. Um pecado para a boa partida que fazia o meia santista e um lance que poderia ter resolvido o campeonato.

Jogadores comemorando o título (Globo Esporte.com)

Logo depois, o Audax chegou com muito perigo. A bola pipocou dentro da área e Ytalo pegou de primeira, de frente para o gol, mas chutou em cima de Vanderlei, aliviando os torcedores santistas depois do perigo. Aos 49 minutos, Raphael Klauss terminou terminou a partida que deu 22ª taça de campeão paulista ao Santos, sendo o segundo consecutivo. 

O Santos mereceu o título pela campanha, Dorival Júnior, mais uma vez, mostra que parece ter nascido para ser treinador santista. Mas o destaque deste campeonato é o estilo de jogo do Audax, com méritos de Fernando Diniz, muitos passes, controle de posse de bola e variações táticas, o time mostra o que há de mais moderno no futebol, dando esperança que, talvez com trabalho, conseguiremos recuperar a autoestima do futebol brasileiro, tão perdida depois do fatídico 7 a 1.

A análise final é que o Santos mereceu a taça e segue fazendo história. Mas, todos os grandes brasileiros devem aprender com o Audax, que mantém o estilo de jogo desde a base, que trabalha com a bola e caso tivesse ganho, mereceria muito o título estadual.
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