Pablo Escobar, Eurico Miranda e a Libertadores de 1990

Capitães de Vasco e Atlético Nacional antes da partida (foto: arquivo Conmebol)

Com o sucesso da série Narcos no Netflix, estrelada pelo ator Wagner Moura e dirigida por José Padilha, algumas histórias do traficante colombiano Pablo Emilio Escobar Gaviria, que comandava com mãos de ferro e fogo (literalmente) o Cartel de Medellin, vieram à tona. E entre várias dessas histórias, o futebol está envolvido.

O Cartel de Medellin comandava o principal time da cidade, o Atlético Nacional. Os outros cartéis colombianos bancavam as equipes de suas respectivas cidades. Como o tráfico de Medellin era o mais forte do país, os investimentos no Atlético Nacional eram maiores e o clube dominava o cenário local.

Isso refletiu também em âmbito continental. O Atlético Nacional começou a se destacar nas competições internacionais e conquistou a Copa Libertadores de 1989, com um time que tinha os melhores jogadores colombianos que não tinham ido para o exterior. Porém, a conquista veio com várias suspeitas de tentativas de suborno e intimidação de árbitros que iam apitar na Colômbia.

Disputa de bola no meio de campo

Em 1990, o Atlético Nacional defenderia o seu título e iria encarar o Vasco nas quartas-de-final da Libertadores. E é aí que as histórias de Pablo Escobar e do folclórico cartola vascaíno, Eurico Miranda, se cruzariam.

A primeira partida do confronto foi realizada em 22 de agosto de 1990, no Maracanã. Em um jogo de poucas emoções, Vasco e Atlético Nacional ficaram no 0 a 0 e uma vitória simples de qualquer uma das equipes no segundo duelo definiria um dos semifinalistas da competição.

Em 6 de setembro, o Atlético Nacional recebia o Vasco em sua casa, em Medellin. "Já no aquecimento em campo deu para sentir a pressão, com policiais com cachorros ao nosso lado", disse o ex-lateral Luiz Carlos Winck, que jogou naquela noite, em entrevista ao UOL. Os colombianos ganharam a partida por 2 a 0 e iriam para a semifinal. Porém, a história não acabou.

Colombiano tentando atrair a torcida chilena

Sabendo de conversas de bastidores, Eurico Miranda, então vice-presidente de futebol vascaíno, começou a insinuar que Pablo Escobar teria comprado o árbitro da partida, o uruguaio Juan Daniel Cordellino, e fez tudo para que a partida fosse remarcada. A Conmebol ouviu Cordellino, que disse que foi procurado, mas não tinha aceitado suborno. Porém, admitiu que apitou pressionado.

"Não houve um lance capital com influência dele, mas ele estava alterado, vinha para cima da gente sempre. Dava para perceber a pressão pelo resultado favorável ao Nacional", explicou Winck, na mesma entrevista. Com todas as informações na mão, a Conmebol puniu o Atlético Nacional e remarcou a partida para Santiago do Chile.

O jogo em Santiago

No dia 13 de setembro, Atlético Nacional e Vasco entravam novamente em campo, desta vez no Estádio Santa Laura, na Capital Chilena. Quem esperava um Vasco empolgado com a nova chance, se enganou. O Atlético Nacional venceu novamente, desta vez por 1 a 0, gol de Arboleda, e o time da cruz de malta dava adeus à Libertadores de 1990.

O Atlético Nacional teve que jogar a semifinal, contra o Olimpia, também em Santiago, e acabou derrotado por 2 a 1. Em Assunção, os colombianos venceram por 3 a 2 e a decisão foi para os pênaltis, onde os paraguaios foram mais eficientes e conseguiram a vaga na final e, depois, seriam os campeões continentais.

* A ideia deste artigo veio em uma conversa que tive no último domingo, antes do jogo Portuguesa e Tombense, com o grande amigo Mario Gonçalves.

Juventude - O último campeão para mais de 100 mil no Brasil

Jogadores comemoram o título

No dia 27 de junho de 1999, Botafogo e Juventude entravam no gramado do Maracanã para decidir o título da Copa do Brasil naquele ano. Mas, além da grande final, aquele dia entrou para a história do grande monumento do futebol brasileiro por outro motivo.

No primeiro jogo, em Caxias do Sul, o Juventude saiu na frente no confronto, vencendo o Botafogo por 2 a 1. Fernando e Márcio Mixirica marcaram, na etapa inicial, para os gaúchos. Bebeto descontou, ainda no primeiro tempo, para o Fogão. E assim, o Maraca seria o palco decisivo para o título.

No segundo jogo, o Juventude entrou com a intenção de se defender e segurar o empate. O Botafogo foi para cima desde o início, tentando de todas as formas fazer um gol. Uma vitória simples daria o título ao Fogão e, por isso, a pressão era necessária.

A equipe campeã da Copa do Brasil 1999

Nas arquibancadas, a torcida alvinegra empurrava a equipe de General Severiano, que não desistiu da tentativa de marcar seu gol. Porém, ao final dos 90 minutos, o árbitro Antonio Pereira da Silva apitou o fim da partida e o Juventude pôde comemorar o seu título de campeão da Copa do Brasil junto à pequena, mas feliz torcida que veio de Caxias do Sul apoiar o alvi-verde da serra gaúcha. Mas, a maioria das 101.581 pessoas que estavam no estádio estavam tristes. O Botafogo não tinha quebrado a retranca do Juventude. 

Mas este jogo ficou marcado também por um outro fato. Se atentaram ao público? Pois é, Botafogo 0, Juventude 0 de 27 de junho de 1999, no Maracanã, foi o último jogo no Brasil com mais de 100 mil pessoas no estádio, pelo menos oficialmente. E, muito provavelmente, nunca mais teremos algo deste tipo por aqui, já que não há mais estádios no país com capacidade para mais de 100 mil pessoas.

Vídeo sobre a partida

Ficha Técnica


Botafogo 0 x 0 Juventude

Data: 27 de junho de 1999
Local: Maracanã - Rio de Janeiro
Público: 101.581
Árbitro: Antonio Pereira da Silva (GO)

Botafogo: Wagner, Fábio Augusto (Leandro), Bandoch, Jorge Luiz e César Prates; Júnior, Reidner, Caio (Rodrigo Beckman) e Sérgio Manoel; Zé Carlos e Bebeto (Felipe). Técnico: Gílson Nunes.

Juventude: Emerson, Marcos Teixeira, Pícoli, Indio e Dênis; Roberto, Lauro (Kiko), Flávio e Mabília (Gil Baiano); Maurílio e Márcio (Alcir). Técnico: Valmir Louruz.

Rock e Futebol - A carreira do CPM 22 e sua relação com o futebol

* Por Lucas Paes

Logo da turnê de 20 anos da banda lembra um escudo de time de futebol

Completando 20 anos de carreira em 2015, o Caixa Postal 1.022 ou, simplesmente, CPM 22 é uma das bandas mais consagradas do cenário do Rock e do Hardcore brasileiro. Expoentes do hardcore melódico e principais responsáveis pelo sucesso do gênero no final dos anos 90 e começo dos 2000 com hits como “Regina Let’s Go”, “Dias Atrás” e “Um minuto para o fim do mundo” a banda possui também uma história ligada ao futebol.

E são várias as ligações, desde as destacáveis participações da banda nos antigos Rockgols da MTV até o fato da música tema do antigo programa Joga 10, reality show que foi transmitido pela Rede Bandeirantes, em parceria com a Nike, ser uma versão modificada de um dos sucessos da banda, a música “Sonhos e Planos” do álbum “Chegou a hora de recomeçar” de 2002.

Badauí e Japinha são corintianos fanáticos

No que se refere ao Rockgol em 7 participações o CPM ficou 6 vezes entre os 4 primeiros, com 2 títulos e 2 vices campeonatos e o baterista da banda, Japinha, é um dos maiores destaques da história da competição e inclusive é o maior artilheiro da história do RockGol com mais de 50 gols em suas participações.

Entre os membros da banda Badauí (vocalista) e Japinha (baterista) são os mais fanáticos, torcedores do Corinthians ambos costumam ir ao estádio quando podem e diversas vezes podem ser vistos com camisas do Timão em diversos eventos, inclusive participaram da banda do Corinthians no programa Altas Horas em 2009, Japinha também chegou a jogar futebol de base, ironicamente, pelo Palmeiras.

Participando do Rockgol

Entre as músicas destaque também para “10 mil vozes” que foi laçada as vésperas da Copa de 2010 e faz diversas menções ao futebol durante a letra inteira e como já citado a “Sonhos e Planos”, no que se refere aos CDs e logotipos, o último logotipo usado na coletânea e na turnê de 20 anos lembra muito um escudo de time de futebol.

Apesar disso a banda nunca aproveitou o futebol em turnês e/ou comercialmente (como foi o caso, por exemplo, do Iron Maiden) porém há dentro dos membros do CPM uma ligação com o esporte bretão que não pode ser ignorada, seja pelo fanatismo de Japinha e Badauí, seja pelo desempenho excelente no rockgol o rock e o futebol se conectam no com 22.

Música 10 mil vozes

Abertura do Joga 10


* Lucas Paes é estudante de jornalismo e guitarrista.

Dida pegando dois pênaltis de Raí no mesmo jogo

Dida pegando pênalti. Cena comum naquele dia

Dia 28 de novembro de 1999. Corinthians e São Paulo entravam no gramado do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, para o primeiro dos três jogos da semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano. Era um badalado clássico que definiria quem estaria na final da competição.

As equipes vinham de retrospectos distintos naquele Brasileirão. O Corinthians, que já havia conquistado a taça no ano anterior, tinha liderado a competição praticamente desde a primeira rodada. A equipe do técnico Oswaldo de Oliveira estava entrosada e era o grande favorito naquele embate e também para o título.

O primeiro pênalti

Já o São Paulo só conseguiu a vaga nos play-offs depois de muito sufoco. O clube perdeu pontos na competição devido ao caso Sandro Hiroshi (descobriu-se que o jogador atuava com documentação falsa, com idade adulterada) e uma arrancada do time do técnico Paulo Cesar Carpegiani no final da primeira fase é que colocou o Tricolor entre os oito melhores.

No primeiro mata-mata, os times da capital enfrentaram os tradicionais campineiros. Enquanto o Corinthians eliminou o Guarani, o São Paulo passou sufoco, mas venceu a Ponte Preta.

Então viria o primeiro jogo. O Corinthians tomou a iniciativa e foi para cima do São Paulo. E não demorou muito para que Nenê abrisse o placar para o Timão. O Alvinegro dominava a partida, mas em um lance despretensioso, o Tricolor empatou com o ídolo Raí.

A comemoração com o goleiro

Mas o Corinthians não se abateu, continuou em cima do São Paulo e conseguiu marcar o segundo com Ricardinho, após lançamento de Marcelinho Carioca. Mas, ainda no primeiro tempo, o São Paulo voltou a empatar com Edmilson.

Foi um dos melhores 45 minutos iniciais de todo o Brasileirão daquele ano. O futebol jogado por ambas as equipes era de alto nível e qualquer um poderia sair com a vitória. O empate, até aquele momento, era justo.

Logo no início da segunda etapa, Edilson arrancou pela esquerda, driblou Wilson e, quando estava prestes a finalizar, foi agarrado. Pênalti, que Marcelinho bateu e recolocou o Corinthians na frente, 3 a 2. O São Paulo foi para cima tentando buscar, novamente, o empate. até que aos 18, Fabiano recebeu na ponta e cruzou. A bola explodiu na mão do zagueiro Nenê e o árbitro não teve dúvidas e assinalou pênalti pro Tricolor.

Raí, após atingir, sem querer, Dida

Raí, que fazia bom jogo e era o grande líder daquele time são-paulino, assumiu a responsabilidade, pegou a bola e foi cobrar a penalidade. Debaixo das traves estava Dida. Confiante, o camisa 10 tricolor bateu no canto esquerdo do goleiro que voou e efetuou bela defesa. A metade alvinegra do estádio comemorou como se fosse outro gol. Dida sequer esboçou reação.

O São Paulo continuou em cima, tentando o empate. Teve várias chances desperdiçadas até que aos 45 minutos, Jacques recebeu de Edmilson e, de calcanhar, deixou Carlos Miguel livre para marcar. Ao preparar o chute, o meia foi calçado pelo lateral Kleber. Outro pênalti que trouxe rumos dramáticos para a partida.

Vídeo das duas penalidades

Raí não fugiu da responsabilidade e, novamente, pegou a bola para bater. No gol, estava ele, Dida. O Morumbi ficou em silêncio. Aquele lance definiria a partida. Raí bateu forte, no canto direito e o goleiro corintiano defendeu novamente. A Fiel comemorou como se fosse um golaço. Dida ainda encaixou a bola e sofreu um pisão de Raí, sem querer, no joelho.

Dida foi substituído, mas já tinha feito história. O Corinthians saía na frente naquela semifinal. Na segunda partida, o Corinthians venceu novamente, por 2 a 1, eliminando a necessidade do terceiro embate. O Timão foi o campeão brasileiro ao bater o Atlético Mineiro nas finais.

Naça e Corvo fazem jogo de poucas emoções pelo Sub-20

*por Bruno Filandra Lopes (texto e fotos).

Nacional e Flamengo fizeram jogo de poucas emoções

Apesar da noite de sexta-feira chuvosa e o início de dia nublado em São Paulo, a vontade de assistir a um jogo de futebol falava mais alto e, por isso, me programei para, ao invés de ver aqueles programas mais do que batidos da TV brasileira no sábado à tarde, assistir a alguma 'peleja' por uma das maiores regiões metropolitanas do mundo.

A intenção inicial era ir para Osasco e assistir a partida entre o time da casa, o Audax, recebendo a União Barbarense, pela Copa Paulista. Mas como nem tudo são flores, a grana estava apertada e decidi ir ao Estádio Nicolau Alayon, na Água Branca, assistir ao jogo válido pelo Campeonato Paulista sub-20. O já eliminado Nacional enfrentaria o classificado Flamengo de Guarulhos.

A equipe do Nacional

Chegando à rua Comendador Souza, encontro os amigos Ricardo Espina (Valeu o Ingresso), Fernando Martinez (Jogos Perdidos) e Paulo Afonso, todos companheiros de empreitadas futebolísticas. Fizemos um bate-papo pré jogo e começamos a acompanhar a partida.

O jogo começou com os times se estudando, com o Flamengo indo mais ao ataque. Com o passar do tempo, o Nacional foi melhorando e gostando da partida. A equipe da casa acabou dominando as ações e abriu o placar aos 39 minutos. E a partida foi para o intervalo com o Nacional em vantagem.

O Flamengo posando para a foto

Na volta para o segundo tempo, o Flamengo acordou e empatou logo no início, após falha da defesa do time da casa. Mas, o que se viu depois do gol da equipe de Guarulhos foi um jogo sem motivação, até porque ambas as equipes estavam com seus destinos definidos na competição.

Por causa dessa sonolência em campo, confesso que acompanhei pouco da etapa final. A conversa com os amigos Fernando, Paulo e Ricardo estava mais interessante. O que chamou mais a atenção foi um torcedor do Nacional que pedia constantemente uma ajudinha do árbitro. Com tudo isso, a partida acabou Nacional 1, Flamengo de Guarulhos também 1.

Paulo Afonso, Ricardo Espina, Fernando Martinez e Bruno Filandra Lopes

Lusa 'dá uma cabeçada' na pressão e se classifica na Série C

Portuguesa conseguiu a classificação com a vitória

Difícil, nervoso e no sufoco. Foi assim que a Lusa conseguiu garantir sua vaga nas quartas-de-final do Campeonato Brasileiro da Série C, fase que vai definir os quatro times que subirão para a Série B nacional. A Portuguesa venceu o Tombense por 1 a 0, com um gol de cabeça de Julinho, aos 32 do segundo tempo, e fez a alegria do torcedor lusitano na tarde deste domingo no Canindé.

Logo de cara, dava para perceber que não seria um jogo comum no Estádio Osvaldo Teixeira Duarte. Há muito tempo que a Portuguesa não tinha um público tão grande quanto hoje (mais de 4,8 mil pagantes), mesmo rolando o clássico São Paulo e Palmeiras, no Morumbi. Cheguei cedo e fiquei esperando meus amigos e, aos poucos, eles foram chegando. Primeiro veio Milton Haddad. Depois chegaram Paulo Afonso e Fernando Martinez, do genial Jogos Perdidos. Neste tempo, ainda encontrei o membro do grupo Futebol Alternativo no Facebook André Carlos Zorzi.

Mais de 4,8 mil pagantes no Canindé

Entramos no Canindé e, já na arquibancada, encontramos Mário Gonçalves, Genilton Lucas e o grande mito Passe Livre. Já ouvi várias histórias deste baluarte do futebol alternativo nacional, mas o conheci pessoalmente apenas hoje. Além deles, a jornalista Michelle Abílio, do grande site e livro Boteco da Lusa, estava no Canindé, mas não a encontrei durante a partida.

O clima no estádio era de festa, mas de um pouco de apreensão. Depois de uma fase de vários insucessos, com diversos rebaixamentos e problemas com o tapetão, a Lusa, finalmente, estava na luta por mais um acesso. E aí vinha a pergunta: será que os jogadores não sentirão a pressão do jogo decisivo?

Lusa iniciou nervosa a partida

Ao início da partida, a resposta foi a seguinte: sim, os jogadores da Portuguesa começaram o jogo nervosos e era claro que sentiam a pressão de ter que fazer o resultado. E era incrível como um gol poderia mudar tudo na classificação final do Grupo 2 da Série C. Vencendo, a Lusa poderia até ser a segunda colocada, decidindo o confronto do acesso em casa. Empatando ou perdendo, cairia até para sexto, ficando fora da zona de classificação.

Logo no início, veio as notícias: Brasil de Pelotas, Juventude e Guarani já saíram na frente no marcador e a Lusa estava em sexto lugar, jogando ainda mais pressão em cima dos atletas rubro-verdes. Tanto que demorou até que o primeiro lance mais agudo e perigoso acontecesse. Aos 37 minutos, um verdadeiro bombardeio lusitano. Escanteio da esquerda gerou uma testada de Anderson Luis, um chute de Guilherme Queiroz, uma finalização de longe de Julinho e uma cabeçada de Hugo. Melhor para a zaga mineira que travou as três primeiras tentativas e para o goleiro do Tombense, que espalmou a última.

Torcida do Tombense também presente

O lance animou o time, que sofria com o forte calor. Hugo fez o pivô para Guilherme que puxou o ataque e rolou para Milton Jr. De fora da área, o camisa oito arriscou um petardo, sobre a meta do time mineiro, que apenas se defendia. Aos 45 minutos, uma alegria que durou pouco. Hugo, de cabeça, fez o gol que foi anulado pelo auxiliar. Mas, foi o final que demonstrava o que viria pela frente.

No intervalo, pude perceber dois acontecimentos interessantes nas arquibancadas do Canindé. O primeiro, a presença de refugiados das guerras do Congo e da Síria que estão em São Paulo. Já o segundo, uma galera tietando o humorista Batoré, que por muito tempo trabalhou no programa A Praça é Nossa, do SBT, e que tinha o famoso bordão 'Ah, para ô!". E ainda o presenciei reclamando do bandeira.

Refugiados congoleses e sírios assistindo à partida

Voltamos ao jogo. A postura da Portuguesa no segundo tempo mudou. A equipe foi para cima, tentando a vitória, já que os outros resultados não favoreciam a Lusa. Em menos de um minuto, a Lusa já amedrontou o Tombense. Paulinho fez boa jogada pela direita e cruzou no primeiro posta para Guilherme Queiroz, que se antecipou ao zagueiro Heitor e desviou, com perigo, rente ao gol de Darley.

Com a torcida incendiando, a pressão seguiu. Aos três minutos, Guilherme ajeitou dentro da área, Hugo dominou e no giro, foi travado pelo último zagueiro adversário. Na sequência, Bolt arriscou de longe e Darley espalmou para salvar. No decorrer da etapa final, o Tombense começou a atacar e com isso, deixou espaços. E foi em um desses espaços que Paulinho, pelo meio, dominou, cortou a marcação e colocou a bola, com perigo. Porém, Darley fez segura defesa no canto direito.

Tombense ficou retrancado

Aos 20 minutos, após cruzamento na área, Guilherme aproveitou o rebote e mandou com perigo sobre o gol do Tombense. No minuto seguinte, Julinho chutou forte de fora da área e Darley espalmou com dificuldades. A cobrança de escanteio foi mais um susto no time mineiro. Renan testou firme no canto esquerdo baixo e obrigou ótima defesa do goleiro mineiro, que deu rebote, e Hugo de primeira encheu o pé, mas foi travado por Luan.

Sem deixar o jogo esfriar, Renan acertou a trave em cabeçada aos 30 minutos. Na sequência da jogada, nova bola alçada e Julinho, se antecipou ao goleiro e mandou para o fundo da rede. Este valeu e a Lusa incendiou de vez o Osvaldo Teixeira Duarte.

Goleiro do Tombense sai do gol para uma bela defesa

O que se viu a partir de então foi a sintonia entre time e torcida. A festa nas arquibancadas e um time mais leve e mais seguro em campo. Foi nesse ritmo que Guilherme Queiroz, em uma linda jogada, quase ampliou o marcador aos 40 minutos. Ele dominou no lado esquerdo, cortou o marcador e chutou forte, com muito perigo, mas para fora. E novamente Guilherme ficou quase quando, após jogada de Dieguinho, finalizou forte e cruzado, exigindo importante defesa de Darley.

Com isso, foi apenas aguardar o apito final e comemorar. De maneira suada, sofrida e merecida, a Lusa venceu e segue seu caminho rumo à Série B do Campeonato Brasileiro. Mais uma vez, time e torcida formaram uma combinação de sucesso e vitória.

Agora, a Lusa terá uma missão difícil pela frente. Vai encarar em dois jogos o Vila Nova, de Goiânia, pelo tão sonhado acesso à Série B do Brasileiro. A decisão final será no Canindé. A CBF deve anunciar amanhã as datas e horários das partidas.

Foto para a 'posteridade': Victor de Andrade (O Curioso do Futebol),
Milton Haddad, Passe Livre, Mário Gonçalves, Paulo Afonso,
Genilton Lucase Fernando Martinez (Jogos Perdidos)

Ficha Técnica

Portuguesa 1 x 0 Tombense

Campeonato Brasileiro – Série C
27/09/2015 – 16h
Estádio Dr. Osvaldo Teixeira Duarte (Canindé)

Portuguesa: Anderson, Osvaldir (Dieguinho), Anderson Luis, Luan e Julinho; Renan, Milton Jr, Victor Bolt e Paulinho (Diego Gonçalves); Guilherme Queiroz e Hugo (Guilherme Almeida). Técnico: Estevam Soares

Tombense: Darley, Alex (Harrison), Heitor, Luan e Jefinho (Douglas); Bruno Barba, Joilson, Xaves e Coutinho; Rafael Pernão e Daniel Amorim (Chico). Técnico: Marcelo Mabília

Cartão Amarelo: Coutinho, Luan e Alex (T)

Gol: Julinho, 32min/2T;

Renda: R$ 72.190,00
Público: 4.886 pagantes

Taboão vence Jabuca e sobe na classificação da Bezinha

* Com colaboração e fotos de Fabrício Lopes.

Apesar do jogo igual, Taboão acabou vencendo

Voltando a jogar no Estádio Municipal Vereador José Ferez, depois do cumprimento de dois jogos de suspensão, mandando as partidas no Estádio Ulrico Mursa, em Santos, o CA Taboão da Serra fez as pazes com a vitória ao bater o Jabaquara, por 1 a 0, na tarde deste sábado, em jogo válido pela primeira rodada do returno da segunda fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, a popular Bezinha. O resultado fez a equipe subir na classificação e volta a sonhar com o acesso.

As duas equipes vinham de resultados distintos na última rodada. Cumprindo a última parte da suspensão no campo da Portuguesa Santista, o Taboão foi surpreendido pelo Grêmio Prudente e sofreu uma derrota por 2 a 0. Já o Jabaquara foi até Assis e, em um jogo de cinco gol, venceu o Assisense por 3 a 2, dando um ânimo grande para a equipe do litoral.

Taboão fez o gol no final da primeira etapa

E a empolgação do Leão da Caneleira foi vista logo no início da partida. O Jabuca foi para cima do Cão Pastor, tentando surpreender os donos da casa. Porém, a má pontaria dos atacantes do Rubro-Amarelo evitaram a abertura do marcador. Mesmo conhecendo bem o gramado sintético do Estádio, parecia até que a equipe da casa sentiu ter cumprido dois jogos de suspensão fora de seu campo.

Aos poucos, o Taboão foi equilibrando a partida e chegando mais próximo do gol de Thyago. Ambas as equipes continuaram a ter chances na primeira etapa e o time da casa abriu o placar aos 40 minutos: em jogada de escanteio, o zagueiro do Taboão da Serra Rodrigo subiu mais do que todo mundo e cabeceou forte, balançando as redes do gol defendido pelo Jabaquara. E assim, o Cão Pastor foi para o intervalo vencendo por 1 a 0.

No início da segunda etapa veio a já famosa queda na temperatura, famosa na região em dias de tempo fechado, como hoje. Dentro de campo, o jogo também esfriou. O Jabaquara, com um ímpeto menor do que nos 45 minutos iniciais, tentou buscar o empate, mas as investidas foram abortadas pela defesa do Taboão, conseguindo sua segunda vitória nesta fase da competição. A Comissão Técnica, jogadores e torcedores do Leão da Caneleira saíram da Grande São Paulo com a sensação de que, no mínimo, o empate seria mais justo.

Ao final da partida, o Jabuca saiu derrotado

Com a vitória, o Taboão pula para a terceira colocação do Grupo 05, com oito pontos, mesma pontuação do Olímpia, que é o vice-líder e enfrenta o Grêmio Prudente, neste domingo, no estádio Maria Tereza Breda. Na Segunda Divisão, os dois melhores times de cada chave garantem o acesso à Série A-3. Já o Leão da Caneleira perde uma posição e, agora, ocupa a quinta colocação, com cinco pontos.

No dia 4 de novembro, domingo, as equipes voltam a campo. O Jabaquara recebe o Olímpia, às 10 horas, no Estádio Espanha. Já o Taboão da Serra visita o Assisense, no mesmo horário, no Estádio Antônio Viana da Silva.

O lendário goleiro Juca Baleia

Juca Baleia em sua época de Sampaio Corrêa

Os muito mais de 100 kg nunca atrapalharam Juvenal Marinho dos Passos, o Juca Baleia, de ser considerado um dos maiores goleiros do futebol maranhense. Mesmo com uma forma física longe da ideal para um jogador de futebol profissional, Juca Baleia fez sucesso em suas passagens pelo Moto Clube, Maranhão Atletico Clube, Expressinho e Sampaio Corrêa.

Juvenal Marinho dos Passos no dia 3 de maio de 1959. Iniciou no futebol como amador em times de bairros de São Luís. Já era famoso em todo o Maranhão quando chegou no Sampaio Corrêa, onde teve suas maiores conquistas. Era o titular da Bolívia Querida no tricampeonato maranhense (1990-91-92).

No expressinho (segundo em pé). Clube que o revelou

Aliás, foi em 1992 quando ele ficou conhecido também no sudeste. O Sampaio Corrêa iria encarar o Palmeiras pela Copa do Brasil. Logo de cara, a imprensa paulista estranhou o fato de o goleiro do time maranhense ter cerca de 120 kg. Mas as atuações de Juca Baleia fizeram os críticos elogiarem seu desempenho.

No primeiro jogo, no Castelão, todos pensavam que o Palmeiras iria golear. Mas o Verdão, com muita dificuldade, venceu apenas por 1 a 0, devido a ótima atuação de Juca Baleia. Na segunda partida, no Parque Antártica, a goleada de 4 a 0 só não foi maior por causa das defesas do arqueiro.

Em jogo pelo Maranhão AC

O espanto se tornou maior em função da inesperada agilidade e precisão na saída do gol. O segredo, segundo, ele, era o fato de praticar também Vôlei e Handebol, que ajudavam a aumentar a agilidade. Apesar de ser ídolo da torcida, não escapou do preconceito, o que o chateava.

Em 1993, Juca Baleia encerrou a carreira profissional de futebol com apenas 34 anos, mas não ficou afastado do esporte. Ele desenvolve um trabalho voltado inteiramente para a categoria. Juca é o atual presidente da AGAP-MA (Associação Garantia do Atleta Profissional do Maranhão), que cuida de ex-jogadores.

Reportagem sobre o goleiro

Wanderers - O primeiro campeão uruguaio do Centenario

Equipe campeã uruguaia de 1931

Em 1930, com a realização da primeira Copa do Mundo no Uruguai, a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) resolveu não realizar o campeonato local para, assim, se empenhar totalmente na organização do mundial. Para a competição, o país se empenhou na construção do imponente Estádio Centenario, que acabou se transformando em um dos maiores monumentos da história do futebol.

Passada a Copa do Mundo, ganha pelos donos da casa, a AUF começou a reorganizar o futebol local. Com isso, o Campeonato Uruguaio voltou a ser disputado em 1931. Para a disputa, 12 equipes foram destacadas: Bella Vista, Capurro, Central, Defensor, Misiones, Nacional, Olimpia, Peñarol, Racing, Rampla Juniors, Sud America e Montevideo Wanderers. Todos os times de Montevidéu.

Inauguração do Centenario

Com essa característica de todas as agremiações serem da capital, o Estadio Centenario foi utilizado, e muitas vezes, no campeonato local. E, durante a competição, ficou claro que dois times disputariam o título: Nacional, campeão pela última vez em 1924, e Montevideo Wanderers, que havia conquistado a taça pela última vez em 1909.

Ao final, o Wanderers conseguiu conquistar o caneco mais uma vez e de forma invicta. Foram 17 vitórias e cinco empates, fazendo 45 gols e sofrendo apenas 10. A equipe base na competição era formada por Ceriani; Florio e Tejera; Delbono, Ochiuzzi e Lobos; Frioni, Rodríguez, Borjas, Conti e Figueroa.

Na conquista do Clausura 2014. Perderam o título do campeonato para o Danubio

Este foi o último título nacional dos Bohemios, como a equipe é conhecida. Coincidentemente, também foi o último campeonato uruguaio disputado de forma amadora. Em 1932, foi aprovada a profissionalização do futebol charruá.

Na temporada 2013/2014, os Bohemios ficaram muito próximos de conquistar o campeonato uruguaio novamente, após vencerem o Clausura (segundo turno). Mesmo com vantagem, por ter sido o líder da tabela anual, a equipe do Parque Alfredo Victor Vieira perdeu a taça para o Danubio.

Dica de leitura - O Generalíssimo Amilcar Barbuy


O livro 'O Generalíssimo Amilcar Barbuy' trata-se da biografia de um dos principais jogadores brasileiros das décadas de 10 e 20 do século passado. A obra, do jornalista Mauricio Sabará, relata as origens da Família Barbuy desde a época da França até os dias atuais, com depoimentos dos seus descendentes.

Amilcar, futebolista que brilhou no Corinthians e no Palestra Itália, é a figura principal, tendo sua trajetória sendo contada com detalhes nos dois históricos rivais, além das suas grandes passagens pelo Selecionado Paulista e Seleção Brasileira, sempre desempenhando a função de Capitão. Boa parte dos capítulos tem relatos de momentos históricos que se passa na sociedade. Graças à Amilcar e seus companheiros é possível entender a evolução que o futebol teve no Brasil.

O craque com a camisa da Seleção

Há também o seu período no futebol italiano, quando foi para a Lazio como técnico junto com alguns jogadores, naquela que é conhecida como a primeira leva de futebolistas brasileiros ao exterior. E também tem destaque sua passagem como treinador no Brasil, função essa que já desempenhava nos times que jogou, quando o Capitão também comandava as equipes que defendia.

O autor com o livro

Os interessador em adquirir o livro podem entrar em contato com o autor, Mauricio Sabara, em seu Facebook (https://www.facebook.com/mauricio.sabara), ou através do e-mail arabas76@hotmail.com.

Um médico desesperado devido ao rebaixamento do Madureira?

Um provável membro da Comissão Técnica do Madureira parece que entrou em desespero depois da confirmação do rebaixamento do clube do subúrbio carioca, da Série C para a D do Campeonato Brasileiro, depois da derrota para o Guaratinguetá, por 5 a 0, no último domingo. Felipe Esposito Cordeiro fez um post no grupo Futebol Alternativo do Facebook (um dos que tem mais debates sobre o futebol brasileiro e mundial, principalmente sobre equipes e divisões com pouco espaço na mídia) dizendo que estava procurando uma forma de fazer com que o Tricolor Suburbano escapasse do descenso.


Deixando claro que tomou a atitude por conta própria, sem ao menos consultar a diretoria do clube, Esposito, que se anunciou como médico da equipe profissional do Madureira, pedia ajuda para uma pesquisa dos jogadores dos clubes do Grupo 2 da competição, principalmente Tombense e Guaratinguetá, que são as duas equipes que estão acima do Madureira na classificação.

Pelas fotos no perfil pessoal de Felipe Esposito, há registros de preleções dos jogos do Madureira, inclusive com o próprio vestindo o uniforme da Comissão Técnica, além de imagens feitas no banco de reservas nos jogos da Série C.

A intenção, é claro, seria achar alguma irregularidade na condição de jogo de algum atleta, denunciando o clube do jogador para que perdesse pontos no STJD e, assim, o Madureira escaparia do rebaixamento. Esposito ainda deu uma dica: "O Guaratinguetá mudou toda sua equipe durante a competição então seria uma potencial fonte de irregularidade". A equipe do Vale do Paraíba era uma das piores da competição mas, com o campeonato em andamento, fez um acordo com o Atlético Paranaense e trocou toda a Comissão Técnica e elenco. Entretanto, o regulamento permitia as mudanças.

Porém, nos 17 jogos em que o Madureira fez até agora pela Série C do Brasileiro, a equipe ganhou apenas uma partida, empatou 10 e perdeu seis vezes. Uma campanha para se esquecer e o rebaixamento, dentro de campo, foi mais que merecido.

Os comentários no post foram diversos. Alguns, poucos, na verdade, diziam que, realmente, um clube tradicional como o Madureira não poderia cair. Outros até destacavam a importância da agremiação, mas que o futebol deve ser decidido em campo. Chegaram a falar para contratar o advogado do Fluminense.

Mas, a grande maioria destacou a má campanha do Tricolor Suburbano na competição (apenas uma vitória nos 17 jogos até aqui) e ainda teve algumas dicas, como melhorar o planejamento para 2016 ou, até, fazer uma pesquisa para encontrar jogadores jovens e bons para fortalecer o elenco da equipe.

Uma vitória em 17 jogos foi o saldo da equipe até agora

Confira abaixo o texto do post de Felipe Esposito:

Fala galera!!! Venho aqui, meio que no desespero, buscar alguma saída pro buraco que nos metemos. Sou médico do Madureira, e esse final de semana caímos pra série D, com uma rodada de antecedência, depois de termos sido massacrados pelo Guaratinguetá.

Por isso, por conta própria, quero fazer o levantamento da situação dos jogadores de todos os times da série C (grupo B), especialmente Guaratinguetá e Tombense, numa tentativa desesperada de tentar manter nosso tradicional clube na série C.

Gostaria também, de deixar claro que não estou fazendo isso a pedido da diretoria... Estou fazendo mesmo por desespero, então se alguém puder me ajudar dizendo como faço pra procurar isso, eu agradeceria MUITO.

Vale lembrar que não é só ver os casos do jogador estar ou não inscrito no BID, mas também tem os de limites de transferências, e suspensões não cumpridas, como cartões amarelos e vermelhos, contrato expirado.

O Guaratinguetá mudou toda sua equipe durante a competição então seria uma potencial fonte de irregularidade.

Se alguém tiver alguma outra idéia, seria muito bem vinda.

Desde já, agradeço.

Felipe Esposito Cordeiro
Médico do Time Profissional
Madureira Esporte Clube

O Curioso do Futebol deixa claro que respeita muito a história do Madureira Esporte Clube (Victor de Andrade, responsável pelo blog, é um grande simpatizante da equipe), mas condena veementemente que o futebol seja resolvido nos tribunais. Lugar de decisão no futebol é dentro de campo.

Rock e Futebol - Iron Maiden e o Virtual XI

Em pé: Pearce, Asprilla, Harris, Gascoigne, Bayley e Wright.
Sentados: McBrain, Murray, Vieira, Gers e Overmars. 
Este era o time do Iron Maiden no Virtual XI 

O rock e o futebol muitas vezes se cruzaram. Muitos músicos do estilo são fãs do esporte bretão e, por isso, deixam transparecer essa paixão em seus discos. Um dos casos mais claros está no Virtual XI, o 11º disco de estúdio do Iron Maiden.

Steve Harris, baixista, principal compositor e líder da banda de heavy metal britânica, uma das maiores no estilo, é torcedor do West Ham United e até chegou a jogar nas categorias de base do clube londrino. O músico sempre deixou transparecer seu fanatismo pela sua equipe do coração. Um exemplo disso é que o baixo que ele toca nos shows tem o escudo do West Ham.

Capa do disco

A banda já havia utilizado o futebol no clip de Holy Smoke, música do álbum No Prayer For The Dying (1990), além de alguns jogos de futebol em algumas visitas. Porém, não passou disso. Então, no disco de estúdio 11 (número da camisa que ele gosta de usar), o Virtual XI, lançado em 1998, o baixista resolveu colocar temáticas sobre futebol na arte do álbum. Logo na capa, no canto esquerdo baixo, é possível ver uma ilustração de uma partida entre Brasil e Inglaterra.

Mas é no encarte onde há claras citações de futebol. As fotos dos membros da banda na época, Blaze Bayley (vocalista), Dave Murray, Janick Gers  (guitarristas) e Nicko McBrain (baterista), além do próprio Steve Harris, são com uma camisa de futebol do próprio Iron Maiden. A camisa fez tanto sucesso, que a cada turnê, é lançado um novo modelo.

Detalhe do jogo de futebol na capa

Mas além dos cinco músicos, o time do Iron Maiden ganhou alguns reforços para completar o onze inicial da equipe. Nas fotos do encarte, aparecem Marc Overmars, Ian Wright, Faustino Asprilla, Patrick Vieira, Stuart Pearce e Paul Gascoigne, formando o timaço da 'Donzela de Ferro'.

Apesar de toda essa temática legal sobre futebol, o Virtual XI é um dos discos com menor aceitação pelos fãs da banda. A culpa não foi da modalidade esportiva. Longe disso! Também não foi o caso de o Iron Maiden ter feito um som mais comercial. O problema estava na voz. Isso mesmo!

Os cinco membros da banda com a camisa do time Iron Maiden

Na primeira metade da década de 90, Bruce Dickinson deixou o Iron Maiden para seguir carreira solo. A banda acabou recrutando Blaze Bayley, ex-Wolfsbane. O primeiro disco dele pela 'Donzela', The X-Factor, com uma temática sombria, deixou os fãs em dúvida, dando voto de confiança, perdido após o início da turnê. No segundo disco gravado por Blaze, o Virtual XI, a paciência dos seguidores e críticos da imprensa especializada acabou e o disco recebeu inúmeras avaliações baixas.

A turnê promocional do disco também teve o futebol envolvido. Os músicos se espalharam pelo mundo, falando sobre o novo álbum e, quase sempre, visitavam os times de futebol da cidade. Aqui no Brasil, Dave Murray e Nico McBrain foram ao CT Rei Pelé, do Santos Futebol Clube. Quem gostou disso foi o goleiro Zetti, que aproveitou a deixa para que a dupla de guitarristas autografassem seus discos da banda.

Harris e seu baixo com o escudo do West Ham

Já na turnê de shows, Steve Harris fez questão que em cada país que a banda visitasse, um jogo de futebol fosse organizado. Como citado anteriormente, o Iron Maiden até já promovia estas partidas, mas na Virtual XI tour ela foi intensificada. Os shows passaram pelo Brasil, tendo São Paulo (com este que vos escreve presente) e Curitiba com os concertos principais. O ponto negativo foi o cancelamento do show em Campinas, que seria no Brinco de Ouro da Princesa, devido às fortes chuvas que caíram na cidade no dia.

Gers e Murray visitando o CT do Santos

Com todas as críticas negativas para o disco e a fraca performance de Blaze Bayley nos shows, o futebol não conseguiu segurar o vocalista na banda. Ao final da Virtual XI Tour, o Iron Maiden anunciava a volta de Bruce Dickison ao comando do microfone, além do retorno de Adrian Smith, fazendo com que a banda ficasse com três guitarristas.

CSA vice-campeão da Copa Conmebol de 1999

A equipe do primeiro jogo da final

A Copa Conmebol teve sua última edição disputada em 1999. Mas a competição, em seu último ano de existência, teve um clube que se tornou a sensação: o Centro Sportivo Alagoano, ou, simplesmente CSA. A equipe nordestina foi passando fase por fase e, por muito pouco, não chegou ao título do torneio. É até hoje a única equipe do Nordeste a chegar à final de uma competição sul-americana.

O CSA conseguiu vaga para a Copa Conmebol via Copa do Nordeste do mesmo ano. Como os três primeiros colocados do torneio nordestino desistiram da competição sul-americana, o clube alagoano, que era o outro semifinalista, ficou com a vaga. E assim, o time azul e branco de Maceió começaria a fazer história.

O CSA estreou no Copa Conmebol no dia 19 de outubro de 1999, no Rei Pelé, em Maceió, contra o Vila Nova de Goiás. A equipe alagoana não teve muitas dificuldades e vendeu a partida por 2 a 0, com gols de Missinho e Mazinho.

Disputa de bola na grande final

Na partida de volta, realizada no Serra Dourada, em Goiânia, Juninho e Reinaldo Aleluia devolveram os 2 a 0 para o Vila Nova e a decisão foi para os pênaltis. Após quatro cobranças certas do CSA e três da equipe goiana, Luiz Cláudio perdeu a penalidade e deixou o time alagoano em vantagem. Williams poderia colocar o CSA na segunda fase da competição, mas perdeu a cobrança. Se Kal Baiano fizesse, a decisão iria para as cobranças alternadas. Mas o jogador do Vila Nova perdeu e o CSA avançou.

Nas quartas-de-final, o CSA encarou o Estudiantes de Mérida, da Venezuela. No dia 3 de novembro, a equipe alagoana conseguiu segurar o 0 a 0 em território venezuelano e, com isso, uma vitória simples colocaria o time azul e branco nas semifinais do torneio.

No dia 9 de novembro, o CSA entrou no gramado do Rei Pelé fazendo pressão na equipe venezuelana. Aos 4 minutos, de pênalti, Mimi abiu o marcador para os alagoanos. Aos 24, também de pênalti, o Estudiantes de Mérida empatou com Martínez, mas os venezuelanos não comemoraram por muito tempo, já que três minutos depois, Márcio Pereira colocou o CSA novamente em vantagem. Na segunda etapa, Márcio Pereira, de novo, marcou, aos 33, e os 3 a 1 levaram a equipe alagoana para a semifinal.

Talleres campeão da Copa Conmebol

A semifinal foi entre duas surpresas brasileiras: CSA e São Raimundo de Manaus. No primeiro jogo, em 17 de novembro, no antigo Vivaldão, no Amazonas, os alagoanos não foram bem e perderam por 1 a 0, com gol de Marcos Luiz, aos 28 minutos do segundo tempo. Assim, no jogo de volta, o CSA tinha que pensar apenas em uma coisa: vencer.

Em 24 de novembro, mais de 28 mil torcedores estiveram presentes no Estádio Rei Pelé para um jogo que foi teste para cardíaco. Aos 12 minutos, Fábio Magrão abriu o placar para o CSA, fazendo com que a torcida explodisse de alegria. Mas, oito minutos depois, Marcelo Araxá empatou para o São Raimundo. O CSA foi para cima, pressionou os amazonenses o jogo inteiro, mas o gol que levou a decisão para os pênaltis só saiu aos 46 do segundo tempo, com Jivago. E a vaga para a final ficou para os pênaltis.

Melhores momentos do primeiro jogo da final

Nas cobranças, Fábio Magrão, Márcio Pereira, Souza (sim, o ex-jogador de Botafogo, Guarani, Portuguesa Santista, São Paulo, Paris Sain German, Grêmio, Cruzeiro, Portuguesa e  Ceará, na época com apenas 20 anos e recém profissionalizado), Missinho e Williams foram perfeitos e não erram os pênaltis. Já o São Raimundo perdeu sua última cobrança e o CSA conseguiu se classificar para a final.

Na decisão, os alagoanos enfrentaram o Talleres, da cidade de Córdoba, na Argentina. A primeira partida foi realizada no primeiro dia do mês de dezembro, no Rei Pelé, que recebeu mais de 30 mil pessoas. Logo de cara, o CSA fez 1 a 0 com Missinho e ampliou aos 15 com Fábio Magrão. Aguilar descontou para o Talleres, três minutos depois. Missinho, que estava impossível, fez mais dois, aos 38 do primeiro e 3 do segundo tempo, deixando o placar de 4 a 1 para o CSA. Porém, aos 41, Astudillo diminuiu para os argentinos. E seria esse gol que faria toda a diferença no final.

A partida decisiva

E em 8 de dezembro, a equipe do técnico Otávio Oliveira não teve uma noite muito feliz. O Talleres, que contava no banco com o treinador Ricardo Gareca, ex-Palmeiras, com a força de sua torcida jogando em Córdoba, fez uma bela partida. Silva, Gigena e Maidana fizeram 3 a 0 para os argentinos, que conquistaram a última Copa Conmebol.

Apesar de perder o título, o CSA acabou fazendo história, já que até hoje é a única equipe nordestina a chegar a uma final de torneio sul-americano.

Sereias vencem Ferroviária de virada pelo Brasileirão Feminino

Santos e Ferroviária fizeram um belo jogo na Vila Belmiro

As Sereias da Vila conseguiram um importantíssimo resultado pela quarta rodada do Brasileirão Caixa de Futebol Feminino, ao ganhar da Ferroviária por 2 a 1, de virada, em casa. Com a vitória em cima de um dos principais times da modalidade no país, o Santos assumiu a liderança isolada do Grupo 1 da competição, com 9 pontos.

Para um jogo desta importância, o palco da partida foi a Vila Belmiro (normalmente, as Sereias da Vila jogam no CT Rei Pelé, menos de 1km de distância do estádio do Santos). Cerca de 200 pessoas foram prestigiar o jogo. Tá certo que, no início, a torcida não estava muito animada, provavelmente um reflexo da derrota do time masculino por 2 a 0 para o Corinthians horas antes, em São Paulo. Já a Ferroviária contava com um único, mas empolgante torcedor, que pendurou a bandeira do clube no alambrado e ficou agitado a partida inteira.

As jogadoras das Sereias da Vila

Ambas as equipes estavam com um retrospecto parecido no ano de 2015. Tanto Santos como Ferroviária foram eliminados na semifinal do Campeonato Paulista. As Sereias caíram frente ao São Paulo e a equipe de Araraquara perdeu a chance de ir para a final do estadual sendo eliminada pelo São José, o campeão da competição.

Já no Brasileirão, ambas as equipes venceram as duas partidas iniciais na competição, com a Ferroviária em vantagem pelo saldo de gols. Com isso, ganhar a partida de hoje garantia a liderança do Grupo 1. Por isso, os dois times, antes do início do jogo, só tinham um pensamento: conquistar a vitória!

As atletas da Ferroviária

O jogo iniciou aberto, com muita movimentação. O Santos se avançou ao ataque e a Ferroviária, com um belo toque de bola, segurava os ânimos da equipe local, envolvendo as Sereias. Com essa forma de jogar, o time de Araraquara logo abriu o placar. Aos 8 minutos, em bela jogada pela direita, a bola foi rolada para Adriane, que com uma bela virada fez 1 a 0 para a Ferroviária.

O gol dos visitantes acordou a torcida local, que começou a empurrar o time. para o ataque. O Santos começou a tocar melhor a bola e chegou ao gol de empate aos 23 minutos. Karen cobrou falta pela esquerda, a goleira da Ferroviária, Bruna, afastou mal a bola e, no rebote, Auinã igualou o marcador para as Sereias.

A equipe de Araraquara abriu o placar aos 8 minutos

Com o empate prevalecendo no placar, a partida ficou ainda mais aberta e as duas equipes tiveram várias chances de marcar. Apesar de o primeiro tempo ter terminado com um futebol muito bem jogado, o placar não foi mais movimentado e a partida foi para o intervalo em 1 a 1.

No início da segunda etapa, tanto Santos como a Ferroviária desaceleraram o ritmo e as chances de gol diminuiu por ambas as equipes. Um grupinho de torcedores do Santos, erroneamente, começaram a pegar no pé da meia Karen. Realmente ela é uma atleta que joga acima do peso mas, tecnicamente, é uma das melhores jogadoras do atual elenco das Sereias.

Lance do primeiro gol do Santos

A partir dos 30 minutos, a Ferroviária achou que um empate fora de casa não seria um mal resultado e se trancou na defesa. Já o Santos voltou a criar oportunidades e, aos 36 minutos, a lateral direita Maria fez uma jogada rápida e cruzou para Ketlen, que dominou a bola já quase na pequena área e fuzilou, sem chances para a goleira Bruna: Santos 2 a 1.

O gol foi uma ducha de água fria para a equipe do interior, que não esboçou reação. Já o Santos, por muito pouco não marcou o terceiro com Sandrinha, que entrou no lugar de Luize. E a partida terminou com a vitória das Sereias, de virada.

Com a vitória, o Santos lidera o Grupo 1 da competição com 9 pontos e agora viaja até Manaus, onde na quarta-feira enfrenta o Iranduba, às 19 horas, no Estádio da Colina. Já a Ferroviária, que está em segundo lugar, com 6 pontos, enfrenta o Rio Preto, no mesmo dia e horário, na Fonte Luminosa, em Araraquara.

O solitário torcedor da Ferroviária

Ficha Técnica

Santos 2 x 1 Ferroviária

Data: 20 de setembro de 2015
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Marcelo Prieto Alfieri
Auxiliares: Márcia Bezerra Lopes e Fabrini Bevilaqua Costa
Cartões amarelos: Cida, Ketlen e Sandrinha (Santos); Julia e Isabela (Ferroviária)
Gols: Adriane 8’ 1T (Ferroviária); Auinã 23’ 1T e Ketlen 36’ 2T (Santos)

Santos: Michelle; Maria, Calan, Carol Arruda e Auinã; Maglia, Cida, Erikinha (Marcella) e Karen (Kelly); Ketlen e Luize (Sandrinha) - Técnico: Caio Couto.

Ferroviária: Bruna; Isabela (Priscila), Tamires, Juliana, Julia (Cacau) e Ana Maria; Nicoli, Patricia, Adriane; Rafaela (Nayarah) e Tabata - Técnico: Leonardo André Mendes.
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