Silas pela América do Sul

Silas sendo apresentado no Central Español

Paulo Silas do Prado Pereira, o Silas, foi um meia de grande fama no futebol brasileiro nos anos 80 e 90. O que poucos sabem é que o jogador foi um dos poucos brasileiros a ter jogado por clubes uruguaios e argentinos.

Silas foi revelado pelo São Paulo e foi lançado no time principal do Tricolor pelo técnico Cilinho, no time que era conhecido como os 'Menudos do Morumbi', em 1985. O elenco contava com vários jogadores jovens e dominou o futebol brasileiro por alguns anos. Ainda em 1985, Silas sagrou-se campeão mundial sub-20 com a Seleção Brasileira.

Como estava jogando bem, o técnico da seleção principal, Telê Santana, começou a convocar o jogador. A fase era boa e Silas foi para a Copa de 1986, no México. Em 1988, o São Paulo negociou o jogador, através do empresário Juan Figer, para o Sporting, de Portugal. Lá, ele jogou com o goleiro Rodolfo Rodriguez e o técnico Pedro Rocha, ambos uruguaios.

Em jogo contra o Progreso

Silas era presença constante nas convocações dos técnicos da Seleção Brasileira Carlos Alberto Silva (1987 e 1988) e Sebastião Lazaroni (1989 e 1990), tanto que esteve presente nas Copas América de 1987 e 1989 e na Copa do Mundo de 1990. Após o Mundial, começa a história do jogador no futebol uruguaio.

Sabendo do interesse do futebol italiano por Silas, Juan Figer comprou o passe do jogador do Sporting e o registrou no Central Español Futbol Club, equipe de Montevidéu, cujo estádio fica próximo ao Centenário. Era comum o empresário fazer isso com seus jogadores. Além do Central Español, Figer usava o Rentistas para os seus negócios.

Pelo Central Español, que foi campeão uruguaio em 1984, Silas fez apenas dois jogos. Foi tão bem nestas duas partidas que marcou três gols no total. Porém, a intenção de Juan Figer não era mantê-lo no Uruguai. Quase emprestou o jogador para o Santos, mas o vendeu para o Cesena, da Itália, por um valor bem maior do que pagou para comprá-lo do Sporting.

Em jogo contra o Boca: liderou o San Lorenzo no título de 1995

Na Itália, Silas também defendeu a Sampdoria. Em 1992, voltou ao Brasil para jogar no Internacional. Foi nesta época que defendeu a Seleção pela última vez, convocado por Carlos Alberto Parreira. Silas passou também pelo Vasco da Gama e Kashima Reysol, do Japão.

Em 1995, Silas aportava em Buenos Aires, para defender o San Lorenzo de Almagro. Em seu primeiro ano, o jogador conquistou a torcida, ganhando o apelido de 'El Negro' e liderou a equipe na conquista do Campeonato Argentino daquele ano, título que o clube não ganhava desde 1974.

Silas ficou no San Lorenzo até 1997, fazendo 95 jogos e marcando 24 gols pelo clube. Muitos torcedores o consideram o melhor meia do time em toda a década de 90, algo difícil para um brasileiro jogando na Argentina.

Em 1997, último ano na Argentina

Após o San Lorenzo, Silas teve uma nova passagem pelo São Paulo e ainda jogou no Kyoto Purple Sanga, do Japão, Atlético Paranaense, Rio Branco de Americana-SP, Ituano, América Mineiro, Portuguesa Santista e encerrou a carreira de jogador na Inter de Limeira em 2004.

Silas atualmente é treinador, tendo passado por diversos clubes do futebol, como Avaí, Ceará, Grêmio e Flamengo. Também esteve no Catar, dirigindo Al-Arabi e Al-Gharafa.

Uruguai campeão 1930 - 85 anos

Argentinos e uruguaios entram no gramado do Centenario

Está completando hoje 85 anos da primeira final de Copa do Mundo: Uruguai 4 a 2 na Argentina, em jogo realizado no Estádio Centenario, em Montevidéu, capital uruguaia. O resultado garantiu o primeiro título mundial dos uruguaios, que na época já eram bicampeões olímpicos.

A partida entre as duas equipes era, provavelmente, o maior clássico do futebol mundial naquela época. A rivalidade era muito grande, já que os embates entre as duas seleções acontecia desde 1901. Só para se ter uma ideia, o primeiro jogo da Seleção Brasileira foi apenas em 1914!?!

Lance da partida

Para quem acha que o jogo foi fácil, se engana. A Argentina tinha perdido a final olímpica dois anos antes para a Celeste e queria a revanche. Além disso, apesar dos uruguaios serem maioria no Centenário, muitos argentinos enfrentaram algumas horas de barco pelo Rio da Prata e estiveram presentes na final.

Uma curiosidade: não havia uma bola oficial da Copa do Mundo e, na final, as duas equipes levaram suas bolas e houve discussão sobre qual delas iria usar. Ficou decidido que no primeiro tempo seria usada a bola dos argentinos e no segundo a uruguaia.

O Centenario, mesmo inacabado, estava lotado

O Uruguai saiu na frente, com Dorado, aos 12 minutos. Porém, acostumados com a ‘pelota’, os argentinos foram para cima e viraram com gols de Peucelle, aos 20, e Stábile, 18 minutos depois. Os albicelestes foram para o intervalo vencendo por 2 a 1.

No segundo tempo, com a ‘pelota’ uruguaia, a Celeste foi à forra! Cea, aos 13, Iriarte, 10 minutos depois, e Castro, no penúltimo minuto da partida, deram números finais ao jogo: 4 a 2 e o Uruguai sagrou-se campeão mundial. Uma grande festa tomou conta das ruas de Montevidéu e o resultado só comprovou o que muitos já afirmavam depois dos títulos olímpicos: a Celeste era, naquela época, o melhor time do mundo.

Uruguaios comemoram o título após o apito final

Ficha Técnica

Uruguai 4 x 2 Argentina
(1 x 2 - Primeiro Tempo)

Data: 30 de julho de 1930

Local: Estádio Centenário, Montevidéu - Uruguai

Árbitro: Jan Langenus (Bélgica)

Uruguai: Ballestero, Mascheroni, Nasazzi; Andrade, Fernández, Gestido; Dorado, Scarone, Castro, Cea e Iriarte - Técnico: Alberto Suppici

Argentina: Botasso, Della Torre, Paternoster; J.Evaristo, Monti, Arico Suárez; Peucelle, Varallo, Stábile, Ferreira e M. Evaristo - Técnico: Francisco Olazar

Público: 80.000

Gols: Primeiro Tempo - Dorado (12 minutos) | Peucelle (20) e Stábile (38). Segundo Tempo - Cea (13) | Iriarte (23) | Castro (44).

Compacto da partida

São Cristóvão – campeão carioca de 1926

O time campeão de 1926

O São Christóvão Athletic Club, criado no bairro de mesmo nome no Rio de Janeiro, foi fundado em 5 de julho de 1909, com a finalidade de disputar os campeonatos metropolitanos de futebol. Na região também existia o clube de remo, fundado em 1898.

O clube começou a mostrar sua força em algumas competições. Em 1918, 1923 e 1924, o São Cristóvão terminou o Campeonato Carioca em terceiro lugar, quando incomodou as grandes equipes. Em 1925, o São Cristóvão terminou a competição em sexto.

Para o ano seguinte, o clube resolveu fortalecer seu elenco, mas, ainda assim, no início do Carioca de 1926, os favoritos eram Vasco, Flamengo e Fluminense. Na estreia, o São Cristóvão mostrou força e venceu o Botafogo por 6 a 3. No entanto, o time da Figueira de Melo perdeu de 6 a 2 do Fluminense na rodada seguinte, reforçando sua condição de azarão.

Aos poucos, porém, a estratégia do técnico Luís Vinhaes começou a se fazer notar. O treinador era discípulo do uruguaio Ramón Platero, campeão com o Vasco em 1923 e 1924. Ambos tinham, por princípio, impor treinamento intenso aos jogadores, com enfoque no preparo físico e na força para os padrões ao amadorismo da época. No caso de Vinhaes, ainda deve-se acrescentar o discurso motivacional apurado.

Matéria do jornal O Imparcial sobre o título

Mesmo sem resultados brilhantes, o São Cristóvão foi colhendo pontos. Venceu Vila Isabel e Vasco em jogos apertados antes de deslanchar com um acachapante 5 a 0 sobre o Flamengo. O time seguiu com sua campanha consistente e discreta, com vitórias sobre Syrio e Libanez (3 a 1), Brasil (8 a 2), América (3 a 1) e Botafogo (4 a 3), além de um empate contra o Bangu em 2 a 2.

No início do segundo turno, o São Cristóvão venceu o Fluminense por 4 a 2 e se colocou como candidato ao título. Uma derrota para o Vasco, por 3 a 2, complicou a situação, pois os cruzmaltinos já se colocavam como principal concorrente na competição.

Ainda assim, com vitórias consecutivas sobre Vila Isabel, Brasil, Syrio e Libanez e Bangu, o clube da Figueira de Melo ficou em situação confortável. A equipe tinha 27 pontos ao lado do Fluminense. O Vasco estava com 29, mas tinha duas partidas a mais e já encerrara sua participação.

Em 19 de setembro de 1926, o São Cristóvão empatou em 4 a 4 com o América e se beneficiou da derrota do Fluminense para o Flamengo. Com isso, bastaria ao Alvinegro vencer o desinteressado Rubro-Negro na partida decisiva. Os dois times já haviam se enfrentado no returno. Porém, o jogo foi interrompido quando o Flamengo ganhava por 3 a 1. Este fato deu uma nova chance ao São Cristóvão.

Galeria dos campeões

Na partida, realizada em 21 de novembro de 1926 no estádio da Rua Paysandu, o São Cristóvão sobrou em campo. Com o artilheiro Vicente em jornada inspirada, o time da Figueira de Melo fez 5 a 1 e conquistou, pela primeira, o Campeonato Carioca. Com os três gols na decisão, Vicente passou o vascaíno Russinho e ficou com a artilharia do torneio.

Mas, infelizmente, este foi o único título do São Cri-Cri no principal certame do Rio de Janeiro. Em 13 de fevereiro de 1943, o São Cristóvão Athletic Club absorveu o clube de remo do bairro, mudando o nome para São Cristóvão Futebol e Regatas.

Já na década de 1990, a agremiação ficou famosa por ter revelado para o futebol o atacante Ronaldo, um dos melhores jogadores da história do futebol brasileiro. Fora da elite a 20 anos, o clube de Figueira de Melo luta para voltar aos bons tempos.

* Com informações do Museu Virtual do Futebol.

O Pai da Matéria e um garotinho

Por Victor de Andrade

O Pai da Matéria

Em 1989, Osmar Santos, o “Pai da Matéria”, já era um narrador consagrado no rádio brasileiro, com centenas de narrações históricas, como a invasão corintiana em 1976, o título do Timão em 1977, Guarani campeão brasileiro em 1978, a Copa de 1982 no rádio, entre outras.

E não era só no esporte que o Pai da Matéria dominava. Ele foi o primeiro apresentador do Balancê, programa da Rádio Globo que falava sobre vários assuntos do cotidiano, como política, artes e música. A equipe do programa contava também com Juarez Suarez e Fausto Silva, que depois assumiu a apresentação do Balancê acabou sendo o seu trampolim para a televisão.

O Pai da Matéria foi a voz da campanha "Diretas Já", que defendia que o brasileiro tivesse o direito de votar para presidente em 1984. O Brasil vivia a época da ditadura militar, desde 1964, um período de repressão e tortura à quem tinha ideias diferentes do regime. Período difícil, que o Pai da Matéria foi importante para reverter a situação. Tudo bem que a eleição daquele ano foi indireta, mas o processo de redemocratização do Brasil foi colocado em prática.

Também na década de 80, Osmar Santos começou a ter suas experiências na televisão, principalmente quando a Rede Globo perdeu seu principal narrador, Luciano do Valle. O Pai da Matéria dividiu com Galvão Bueno o posto de locutor oficial da Copa de 1986 na emissora do plim-plim. Depois dessa experiência, ele acabou indo para a Rede Record. Porém, sem largar a rádio, no caso ainda a Globo.

Entre programas de auditório e alguns eventos esportivos, a Rede Record resolveu transmitir a Taça Brasil de Basquete Feminino em 1989. Era a época em que os jogos entre BCN Piracicaba, Minercal Sorocaba e Perdigão Jundiaí pegavam fogo. A competição era realizada em etapas e cada uma dessas fases tinha uma cidade sede. Pois bem, é a partir desse dia que entra o segundo personagem desta história.

A segunda fase da Taça Brasil foi realizada em Cubatão, cidade da Baixada Santista. Um garotinho de 10 anos, fãzaço de esportes, encheu a paciência dos pais para levá-lo aos jogos no Centro Esportivo da cidade. O garotinho queria muito ver a Hortência jogar, uma das melhores do mundo. Paula, na época, jogava na Espanha, e foi um ‘desfalque’ naqueles dias.

A voz da campanha "Diretas Já!"

Mas aquele garotinho gostava muito de ouvir os jogos de futebol no rádio e tinha seu narrador preferido: sim, ele, o Pai da Matéria, Osmar Santos. Ao saber que ele estaria no ginásio, o garotinho ficou contente, pois teria uma chance de falar com o cara que admirava.

Como acontece em cidades pequenas, um evento como este vira a grande atração. O garotinho estava com a família em peso no ginásio: pai, mãe, irmã, tios, avó e até uma tia-avó. Todos queriam ver as melhores jogadoras de basquete do País. E quando a Hortência chegou, foi um alvoroço. Mas o garotinho pegou uma agenda e caneta com a mãe, se intrometeu no meio da confusão e saiu com o autógrafo da Rainha do Basquete.

A maioria ficou satisfeita com o autógrafo da Hortência. Mas o garotinho não. Ele queria conhecer o grande Osmar Santos. Incentivado pelo seu pai, torcedor do Santos e que também gostava muito das transmissões do rádio, o garotinho deu a volta no ginásio, subiu as escadarias e chegou na cabine de transmissão.

Junto com o Pai da Matéria estava a ex-jogadora de basquete Suzete, talvez a melhor do Brasil antes do surgimento de Paula e Hortência, que era a comentarista da transmissão. Mas o garotinho queria saber apenas de Osmar Santos.

Na entrada da cabine de imprensa, havia um segurança que, na imaginação do garotinho, parecia ter uns 4 metros de altura, que tinha um jeito de guarda. E como passar pela situação? Um “ripa na chulipa, pimba na gorduchinha”? Ou seria “um pra lá, dois pra cá, é fogo no boné do guarda”?

É, o garotinho ficou sem reação. Do outro lado do ginásio, toda família perguntou: “Parou por quê, por que parou”? Parecia que nada ia dar certo e ele não ia conseguir conhecer o grande narrador.

E quando todos achavam que nada ia dar certo, uma voz de dentro da cabine disse: “vem cá, garotinho, entra aqui!”. Sim, era o Pai da Matéria! Osmar Santos, solícito, atendeu o garotinho, que pensou: “Tiro-lirolá Tiro-lirolí... e que GOOOOOOOOOOOOOOOL”.

Após o grave acidente, que limitou sua fala, Osmar Santos virou pintor

O garotinho ficou sem reação. O Pai da Matéria fez algumas perguntas, mas o garotinho, emocionado, só conseguiu dizer seu nome. Feliz, o garotinho voltou com a agenda autografada pelo grande narrador. “Mas, e a caneta?”, perguntou o pai. É, o garotinho deixou a boa caneta da família na cabine.

Como em toda a família, aquilo virou motivo de piada. Toda vez que Osmar Santos narrava algum jogo, seja na TV ou no rádio, alguém de casa falava: “pede a caneta de volta” ou “olha o cara que ganhou uma caneta de você”. Mas o garotinho nunca ligou. Na sua imaginação, naquele dia, ele foi o “Animal do jogo”.

* Resolvi fazer este artigo ao ver o grande documentário da ESPN Filmes sobre Osmar Santos, que estreou ontem na ESPN Brasil. Para quem não viu, hoje, 18 horas, ele será reprisado. Além de ter sido um grande narrador, hoje ele dá uma lição de vida.

A história, lógico que um pouco dramatizada, é verídica. Sim, aconteceu comigo, Victor de Andrade, quando eu tinha 10 anos. E a parte da caneta é verdadeira!

A primeira participação brasileira no futebol olímpico

Em pé: Mauro, Carlos Alberto, Waldir, Zózimo, Édson e Adésio.
Agachados: Mílton, Humberto Tozzi, Larry, Vavá e Jansen

O futebol foi o segundo esporte coletivo a fazer parte das Olimpíadas, em 1908, depois do pólo aquático. Mas a primeira participação do Brasil aconteceu em 1952, nos Jogos Olímpicos de Helsínque.

Vale ressaltar que o Brasil quase esteve presente no torneio de futebol da Olimpíada de 1928, em Amsterdã. Empolgada com o sucesso do Uruguai quatro anos antes, os dirigentes brasileiros tentaram se organizar para mandar um time para a Holanda. Porém, não conseguiu verba necessária para enviar a equipe. Naquela competição, os uruguaios se sagraram bicampeões olímpicos, ao vencer a Argentina na final.

Então vamos à 1952: a Seleção Brasileira foi representada por um time de jogadores juniores amadores, como exigia o Comitê Olímpico Internacional na época. Na estreia, goleou a Holanda por 5 a 1, derrotou depois Luxemburgo por 2 a 1, passando para a próxima fase.

Nas quartas, veio a eliminação: o Brasil começou vencendo a Alemanha Ocidental por 2 a 0 até os 30 minutos do segundo tempo. Os alemães empataram no último minuto. Na prorrogação, 4 a 2 para a Alemanha e o Brasil, eliminado. A campanha acabou considerada boa, quinto colocado só com jogadores de até 20 anos, e todos os jogadores tiveram três dias de folga em Paris, a capital francesa.

Do time de 1952, dois jogadores acabariam bicampeões do mundo, em 1958 e 1962: o zagueiro Zózimo, do Bangu, e o centroavante Vavá, do Vasco.

Seleção húngara que conquistou a medalha de ouro

A Hungria foi a grande campeã e ficou com a medalha de ouro, com uma campanha espetacular, a melhor da história das Olimpíadas, com cinco vitórias em cinco jogos, 22 gols marcados e apenas dois sofridos.

Venceu na estreia a Romênia por 2 a 1 e em seguida a Itália por 3 a 0, a Turquia por 7 a 1, os suecos por 6 a 0 e na final a Iugoslávia por 2 a 0.

O time húngaro olímpico voltaria a encantar o mundo na Copa do Mundo de 1954, mesmo sendo vice-campeão, com uma geração de craques em que se destacavam Ferenc Puskas, Czibor, Hidegkutti, Kocsis e Bosic.

Uma homenagem mais do que justa à Formiga!

A grande Formiga, com a medalha no peito

Vendo agora a Cerimônia de Encerramento dos Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto, Canadá, onde a porta-bandeira da delegação do Brasil no evento é a jogadora Formiga, resolvi fazer uma homenagem a ela.

Nascida em 1978, a atleta é a única jogadora de futebol (entre homens e mulheres) a participar de cinco Olimpíadas (Atlanta 1996, Sidney 2000, Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012). Além disso, tem em seu currículo o mesmo número de participações em Copas o Mundo de Futebol Feminino (1995, 1999, 2003, 2007, 2011 e 2015 - também recordista). Ela só não jogou o primeiro mundial, realizado em 1991.

Em sua carreira internacional, Formiga conquistou duas medalhas de prata olímpicas, três ouros e uma prata em Jogos Pan-Americanos, um terceiro e um vice em Copas do Mundo. Em 2015, ela completou 20 anos de Seleção Brasileira, uma marca e tanto!

Ela é o 'termômetro' do meio de campo da seleção

E 'pelo andar da carruagem', a Formiga deve aumentar seus números, já que acho muito difícil ela ficar de fora dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. E, tomara, com mais uma medalha olímpica no peito

Falamos muito da Marta, com todos os méritos, mas deixo aqui meus parabéns à esta grande atleta, a guerreira que virou uma lenda viva do Futebol Feminino brasileiro, que é deixado de lado pela CBF, em detrimento ao masculino. Que você tenha ainda muitos anos na seleção. Quem sabe em uma futura comissão técnica. Parabéns, Formiga!

Briosa afasta má fase com vitória em Mauá

Gramado bastante prejudicado pela chuva (foto: Luiz Gustavo Folego)

A Portuguesa Santista finalmente afastou a má fase que rondava o time de Ulrico Mursa. Jogando contra o Mauaense, fora de casa, a Briosa conseguiu uma vitória por 2 a 0, a primeira em oito partidas. Com o resultado, a equipe volta para a briga pela classificação para a segunda fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, a Bezinha.

A equipe da Baixada iniciou a partida marcando a saída de bola do Mauaense e chegando firme até o campo de ataque. A chuva forte que caía sobre Mauá e o gramado encharcado, no entanto, dificultavam que a bola rolasse.

O bom volume de jogo apresentado pela Briosa na primeira etapa começou a dar a resultados logo nos primeiros instantes da partida. Aos 11 minutos, após contra-ataque, o meia Ricardinho invadiu a área adversária pelo meio, chutou rasteiro, mas a bola correu pouco por causa do gramado e o goleiro Edvando defendeu em dois tempos.

Aos 14 minutos, em nova chance criada por Ricardinho, o meia passou para Rico, que vinha de trás. O volante da Briosa acabou chutando por cima do gol, levantando os torcedores da Portuguesa Santista presentes em Mauá que, apesar da chuva, não deixaram o time sozinho, mesmo em má fase.

Pelo lado do Mauense, as melhores chances vinham das bolas alçadas na área, principalmente em cobranças de falta. Aos 18 minutos, na primeira boa chance da equipe de Mauá, numa bola levantada de frente para a área da Briosa e desviada em seguida por Joéber, o goleiro Pablo caiu no canto esquerdo e defendeu.

Poucas chances de gol no primeiro tempo (foto: Douglas Teixeira)

Aos 21 minutos, foi a vez da Portuguesa Santista criar mais uma boa chance. Numa falta cometida em cima de Claudio Bala, pelo lado direito, o volante Rico chutou baixo e a bola passou à esquerda do goleiro Edvando.

No segundo tempo, o técnico Luiz Muller promoveu alterações na Briosa, optando pelo esquema de três zagueiros e liberando os laterais Ítalo e Felipe para atacar. Com isso, as jogadas pelos lados do campo passaram a ser um ponto forte da Briosa.

Logo no primeiro minuto de jogo, a equipe santista teve boa chance com o volante Vinícius, que chutou de fora da área e a zaga do Mauaense desviou para escanteio.

O time de Mauá continuava apostando nas bolas levantadas na área para surpreender a Briosa. Aos cinco minutos, os donos da casa tiveram boa chance em uma falta cobrada pela direita. Ítalo, lateral-direito da Briosa, tirou de cabeça.

Ainda com maior volume de jogo, a Portuguesa Santista conseguia chegar com bastante consistência ao ataque. Em um desses ataques, aos 16 minutos, o volante Rico chegou à frente e acertou belo chute pelo meio, que Edvando espalmou pra fora.

A chuva deu trégua no segundo tempo (foto: Douglas Teixeira)

De tanto insistir, a Portuguesa Santista conseguiu chegar ao seu primeiro gol aos 25 minutos. Em jogada pela esquerda, após passe de Fabiano, o lateral-esquerdo Felipe cruzou na área e a bola chegou até o lateral-direito Ítalo, que acertou um chute cruzado, à direita de Edvando.

Após o gol da Briosa, o Mauaense criou duas boas chances para empatar. Na primeira, aos 31 minutos, em bola cruzada pela direita da defesa da Portuguesa Santista, o zagueiro Wesley cabeceou e a bola passou à esquerda do goleiro Pablo.

Na sequência, aos 36 minutos, Lucas Gomes entrou na área, Pablo saiu no pé do jogador do Mauaense, a bola subiu e passou à esquerda, rente ao travessão.

Pouco tempo depois, aos 38 minutos, a Portuguesa Santista chegaria ao seu segundo gol e decretaria o placar final da partida. Após lançamento do volante Vinícius, ainda no campo de defesa, a bola ficou na frente do goleiro Edvando, que saiu para tirar e errou o chute. O atacante Moacir, que havia entrado no lugar do também atacante Cláudio Bala, aproveitou, invadiu a área e, sozinho, completou para as redes.

Torcida da Briosa presente
(foto: Marcos Martiniano)

FICHA TÉCNICA

Mauaense 0 x 2 Portuguesa Santista

Mauaense: Edvando, Mateus, Allan (Caio Henrique), Wesley e Volpe; Ramon, Claudio (Jorge Gabriel), Samuel, Chocolate, Lucas Gomes e Marreta
Técnico: Jobel Mendes Filho

Portuguesa Santista: Pablo, Ítalo, Cícero, Joéber e Rico; Felipe (Luanderson), Vinícius, Fabiano, Guilherme, Ricardinho (Guilherme Henrique) e Claudio Bala (Moacir)
Técnico: Luiz Muller

Gols: Ítalo (25 minutos do 2º tempo) e Moacir (36 minutos do 2º tempo)

Cartões amarelos: Wesley (Mauaense); Cláudio Bala, Cícero e Pablo (Portuguesa Santista)

Bangu - o primeiro campeão carioca profissional

A equipe campeã de 1933

Em 1933, o Rio de Janeiro teve dois campeonatos de futebol. Um organizado pela Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (Amea), que era ligada à Confederação Brasileira de Desportos (CBD). A entidade defendia que o futebol deveria continuar amador. Nesta competição, disputada por 10 clubes, o campeão foi o Botafogo.

Porém, Bangu, América, Vasco da Gama, Flamengo, Fluminense e Bonsucesso, que naquele ano estavam entre os melhores times da Cidade Maravilhosa, queriam a profissionalização do futebol e montaram a Liga Carioca de Football. Com isto, também organizaram um novo campeonato.

E o Bangu dominou a competição. A campanha do Banguzão foi primorosa. No primeiro turno, cinco jogos, com três vitórias, com um 6 a 2 sobre o rival America, e apenas dois empates. Na segunda parte veio a única derrota no campeonato: 3 a 0 para o Vasco. Porém, nos outros quatro jogos, apenas vitórias. O artilheiro da competição foi o atacante Tião, autor de 13 gols.

Trecho do documentário de 100 anos do
Bangu explicando o que aconteceu em 1933

O título veio na penúltima rodada, no dia 12 de novembro, com incontestáveis 4 a 0 sobre o Fluminense, em pleno estádio das Laranjeiras, com três do artilheiro Tião e Plácido fechando o marcador.

O time de Luiz Vinhaes alinhou com Euclides, Mário e Camarão; Ferro, Santana e Médio; Paulista, Ladislau, Tião, Plácido e Orlandinho. Ladislau da Guia, o “Tijoleiro” e Plácido também estiveram entre os maiores marcadores do campeonato, a grande glória do Alvirrubro e se tornando o primeiro campeão profissional do Rio de Janeiro.

Com informações do genial FutRio.

Túlio no São Caetano

Artilheiro da A-2 de 2000 (foto: Gazeta Press)

Entre as dezenas de clubes que o centroavante Túlio defendeu, um deles foi o São Caetano. Sim, o Azulão do ABC Paulista teve a honra de ver o artilheiro defender sua camisa no Campeonato Paulista da Série A-2 de 2000.

O São Caetano já tinha como base o time que faria sucesso no final daquele ano, onde seria o vice-campeão da Copa João Havelange. Aliás, a equipe já tinha ido muito bem no Campeonato Brasileiro da Série B de 1999, onde foi o líder da primeira fase da competição, mas caiu nos play-offs para o Santa Cruz.

Buscando o acesso tanto no Paulista como no Brasileiro, a diretoria do clube reforçou ainda mais o bom plantel. E entre as contratações, Túlio Maravilha, que também era pretendido pela Portuguesa Santista, foi apresentado no Anacleto Campanella.

Túlio Maravilha confirmou sua fama de matador, sendo o artilheiro da Série A-2 naquela oportunidade. Além disso, o Azulão conseguiu o título da competição, após bater o Etti Jundiaí na final, e, consequentemente, o acesso para a elite do Campeonato Paulista.

Para festejar o título da A-2, o São Caetano convidou o Corinthians para um amistoso no Anacleto Campanella. Resultado: 3 a 1 para o Azulão, com direito a gol de Túlio de letra! Este foi o último jogo do artilheiro pelo São Caetano, que foi defender o Botafogo na Copa João Havelange. Se ele soubesse o futuro, não teria mudado de equipe.

Nas contas do artilheiro, Túlio fez 30 gols em 31 jogos na passagem pelo Azulão.

Garrincha vascaíno por um dia

Garrincha ao centro

Um dos melhores jogadores da história do futebol brasileiro e maior do Botafogo, Mané Garrincha, o Anjo das Pernas Tortas, é um daqueles que está acima de qualquer rivalidade e merece sempre ser lembrado pelo amante de futebol.

Todos lembram de sua ligação com o clube de General Severiano. Alguns ainda lembram da passagem dele pelo Corinthians, mas o que poucos sabem é que o Vasco da Gama tem um pequeno capítulo na carreira de Mané.

Com dirigentes antes do início da partida

Após a péssima campanha da Seleção Brasileira na Copa de 1966 e a frustrada passagem pelo Corinthians, o famoso camisa 7 foi emprestado ao Vasco. Esta era considerada uma de suas 'últimas chances no futebol'. E assim, Mané desembarcou em São Januário.

Visivelmente fora de forma e afetado pelo consumo excessivo de álcool, Garrincha disputou apenas uma partida amistosa pelo Clube da Colina. O adversário era a Seleção de Cordeiro, cidade localizada no interior do estado do Rio de Janeiro.

Equipe do Vasco. Garrincha é o primeiro agachado

Garrincha ficou em campo os 90 minutos, mas ficava claro que estava fora de forma e mal conseguia completar as jogadas. Porém, Mané não passou em branco, marcou de falta, aos 20 minutos do segundo tempo, o quinto gol vascaíno na goleada de 6 a 1 sobre o time local.

Porém, infelizmente, este foi o único jogo de Garrincha com a camisa cruz-maltina. O corpo do eterno camisa 7 da Seleção já não suportava mais e o Vasco não estendeu o empréstimo.

FICHA DO JOGO

Vasco 6 x 1 Seleção de Cordeiro
Data: 20/7/1967
Local: Cordeiro (RJ)
Gols: Bianchini 14m/1ºt, Bianchini 18m/1ºt, Zezinho 21m/1ºt, Bianchini 35m/1º t, Milano 10m/2ºt, Garrincha 20m/2ºt e Valfrido 35m/2ºt

Vasco: Édson Borracha (Celso); Djalma, Ivan (Joel), Álvaro e Almir; Paulo Dias e Ézio; Garrincha, Bianchini (Sílvio), Zezinho (Valfrido) e Okada (William). Técnico: Ademir Menezes.

Djalma Santos no Furacão

Jogando pelo Furacão

Já consagrado e tendo quatro Copas do Mundo disputadas, sendo campeão em duas, o grande lateral-direito Djalma Santos desembarcou no Clube Atlético Paranaense em 1968. Com 39 anos, o jogador ainda esbanjava saúde e queria encerrar a carreira em grande estilo.

Djalma Santos foi para o Atlético Paranaense, apenas seu terceiro clube na carreira. O presidente do clube, Jofre Cabral, foi a São Paulo atrás de um jogador para reforçar seu elenco. Visitou o treino do Palmeiras, onde foi conversar com Djalma Santos, perguntando se ele conhecia algum jogador que pudesse indicar.

Djalma Santos perguntou quando o presidente pretendia pagar. Satisfeito com a oferta, não teve dúvidas: disse que estava disposto a ir para o Furacão. Não podia deixar o Palmeiras imediatamente, mas prometeu que iria para o Rubro-Negro assim que encerrasse seu contrato. Jofre acabou morrendo meses depois, mas Djalma cumpriu com sua palavra e chegou em Curitiba no final de 68.


Djalma é o primeiro em pé


Realizou partidas memoráveis pelo Atlético. Mesmo com 40 anos, ainda tinha um fôlego impressionante e cobrava dos colegas mais preguiçosos. Com essa inspiração, o Atlético foi campeão paranaense de 1970, um dos títulos mais comemorados da história. Djalma teve participação decisiva.

Djalma atuava com sabedoria: quando pegava um ponta-esquerda muito veloz, trocava de posição com Julio e ia jogar na esquerda, onde tinha mais tempo para exibir seu belo futebol. Deixou uma marca incrível no Atlético e não viveu apenas da fama de bicampeão mundial. Despediu-se do futebol em 21 de janeiro de 1971, prestes a completar 42 anos, em um jogo contra o Grêmio. Teve uma atuação soberba, digna de toda a sua brilhante carreira.

Campeão paranaense de 1970

Depois de deixar os gramados, tornou-se técnico, com passagem pelo próprio Atlético, mas desistiu da estressante carreira. Passou a se dedicar aos garotos, trabalhando em escolinhas de futebol.

Djalma Santos, que foi eleito para integrar a Seleção dos 80 Anos do Atlético, faleceu em 23 de julho de 2013, em Uberaba-MG. é considerado por muitos o maior lateral-direito da história do futebol.

Com informações do site www.furacão.com.

Uma tarde genial de futebol feminino na Javari

Jogadora venezuelana em ação na sensacional rodada dupla

Um estádio tradicional e quatro seleções sul-americanas jogando em uma rodada dupla. Imperdível, não é mesmo? Por isso, O Curioso do Futebol esteve na tarde do dia 18 de julho (sábado) no Estádio Conde Rodolfo Crespi, a Rua Javari, em São Paulo, para acompanhar a terceira rodada do GENIAL Torneio Internacional de Futebol Feminino sub-17 da Cidade de São Paulo. O jogos do dia: Paraguai x Chile e Brasil x Venezuela.

Cheguei na Rua Javaria a poucos minutos do início do primeiro jogo da rodada dupla, tanto que perdi os hinos paraguaios e chilenos. O público, no início do jogo, era pequeno, mas foi aumentando ao longo da tarde, chegando a cerca de 300 pessoas ao final da segunda partida.

Paraguai dominou o primeiro jogo

Após duas rodadas, o Paraguai era o primeiro colocado da competição, com seis pontos, após vitórias contra o Brasil e Venezuela. Já Brasil e Chile estavam empatados com três pontos, mas com vantagem para as brasileiras, que venceram as chilenas na segunda rodada. Já a Venezuela não pontuou.

E na primeira partida, o Paraguai confirmaria o favoritismo. Sem deixar o Chile passar do meio de campo, as paraguaias controlaram todas as ações do primeiro tempo. O gol que abriu o placar saiu de um cruzamento errado, mas que a goleira chilena aceitou.

Paraguai fechou a partida em 3 a 0 contra o Chile

No segundo tempo, as paraguaias continuaram a impor o ritmo da partida. Sem dificuldade, marcaram mais dois tentos. Ao longo dos 80 minutos (sim, os jogos do sub-17 feminino são dois tempos de 40 minutos), o Chile praticamente não chegou perto da meta alvirrubra. Ao final do jogo, o placar apontou 3 a 0 para o Paraguai, garantindo a seleção na final do torneio.

Vale aqui destacar o excelente trabalho da Asociación Paraguaya de Futbol, que divulga constantemente todos os passos da alvirrubra no torneio em sua Página Oficial do Facebook.

O Brasil não teve dificuldades contra a Venezuela

Entre os dois jogos, uma pausa para um lanche e uma boa conversa com o amigo e um grande conhecedor do futebol Fernando Martinez, do Jogos Perdidos. No papo, falamos sobre como é importante torneios deste tipo para o desenvolvimento do futebol feminino, mas faltou mais divulgação do evento. Também participou da conversa Rafael Alvez, que conheci naquele momento.

Com o resultado do primeiro jogo, as jogadoras brasileiras entraram em campo sabendo que poderiam perder pela contagem mínima que estariam na final do torneio. Porém, com 1 minuto de partida, em um lance estranho, as brasileiras abriu o placar, após um contato entra a centroavante da seleção e a goleira venezuelana, que parou no lance. Na continuação da primeira etapa, o Brasil teve chances de ampliar o placar, mas não conseguiu. Já as venezuelanas tiveram poucas chances para empatar a partida.

Brasil 3 a 0 na Venezuela

Antes do início do segundo tempo, o amigo Cosme Maurício, 'pontualíssimo', chegou para acompanhar os jogos. Apesar de perder quase toda a rodada, Cosme pôde ver um belo futebol nos 40 minutos finais. O Brasil impôs um ritmo forte, fez mais dois gols e teve chances de ampliar ainda mais o placar. Ao final dos 80 minutos, Brasil 3 a 0 na Venezuela.

Na segunda-feira, dia 20, Chile e Venezuela entram em campo às 13 horas para a disputa do terceiro lugar. No jogo de fundo, às 15 horas, Brasil e Paraguai definem o campeão do Torneio, que é organizado pelo Ministério dos Esportes em conjunto com a Associação Cuebla. Os dois jogos na Javari. Quem puder comparecer, não perca! É uma ótima oportunidade de ver seleções de futebol em ação. E que outros torneios como este sejam realizados por todo o país!

Um 'happy hour' com 0 a 0 em Ulrico Mursa

Escanteio que originou o gol mal anulado

O Estádio Ulrico Mursa teve um 'happy hour' na noite desta sexta-feira. A Portuguesa Santista recebeu o União Suzano em seu campo e dia e horário não muito comuns no futebol em Santos. Mas a entrada do fim de semana não foi bom para ambas as equipes: o placar não saiu do zero.

A Briosa, que estava sem Ricardinho, machucado, teve as melhores chances do jogo. A equipe precisava muito da vitória para manter as chances de classificação. Ainda no primeiro tempo, Cícero fez um gol após escanteio cobrado por Carlos Henrique. Mas uma falta inexistente foi marcada pela arbitragem.

No segundo tempo, Guilherme Silva, que entrou no lugar de Stefano, mandou uma bola na trave direita do gol do União Suzano.

Torcida apoiou o time nos 90 minutos

O destaque fica por conta da torcida rubro-verde. Apesar do péssimo momento vivido pela equipe no Campeonato Paulista da Segunda Divisão, a Bezinha, os 'adeptos' da Portuguesa apoiaram o time do começo ao fim da partida.

Vale ressaltar a presença do vice-presidente do União Suzano e grande amigo Raul Weides Burgos e também do cartunista Paulo Batista e sua esposa Isabel Prandina.

O 0 a 0 não foi um bom resultado para ambas as equipes. A Briosa, que está a sete partidas sem vencer no campeonato, continua em sexto no Grupo 3, agora com 17 pontos, e enfrenta o Mauaense, dia 25 (sábado), 15 horas, na região do ABC. Já o União Suzano continua em sétimo, com 16 pontos, e enfrenta o Manthiqueira, também no dia 25, em casa.

Curiosidade - A última vez que a cidade de Santos foi sede de um jogo profissional na sexta-feira à noite foi no dia 6 de fevereiro de 1998, quando o Santos FC empatou com o Villa Nova de Nova Lima, Minas Gerais, por 2 a 2, pela primeira fase da Copa do Brasil. O resultado classificou o Peixe para a segunda etapa da competição.

Cafu no Juventude

Cafu sendo apresentado no Juventude

Cafu apareceu para o mundo do futebol no São Paulo. Foi convocado para a Seleção, por Falcão, pela primeira vez logo após a Copa de 1990. Em 1994, o Tricolor Paulista vendeu o lateral direito para o Zaragoza na Espanha.

Porém, na negociação, o São Paulo acrescentou uma cláusula. O time espanhol não poderia revender o atleta para nenhum outro clube paulista, estipulando uma multa de US$ 3,6 milhões caso a venda acontecesse. O Tricolor temia que a o Palmeiras, através de sua parceira Parmalat, contratasse o jogador, assim como fez com o zagueiro Antônio Carlos.

Um ano após a negociação, o Palmeiras se interessou pelo atleta, que havia sido campeão do mundo com a Seleção Brasileira na Copa de 1994. Mas a cláusula imposta pelo São Paulo impedia a negociação entre o Alviverde e o Zaragoza.

Porém, a Parmalat achou um jeito simples de burlar esta cláusula. Comprou o atleta pelo Juventude, clube de Caxias do Sul que havia recém conquistado o acesso para a Série A do Brasileirão e também tinha parceria com a empresa italiana.

Gols do jogo do Cafu pelo Juventude

Em maio de 1995, Cafu era apresentado como o grande reforço do Juventude para o final do Campeonato Gaúcho. O lateral estreou na vitória contra o Ypiranga de Erechim por 3 a 2, onde participou diretamente do gol da vitória.

Quando os torcedores do time gaúcho acreditavam que Cafu era realmente um reforço do Juventude, a verdade veio à tona: Cafu estava se transferindo para o Palmeiras e já defenderia o clube na continuação da Libertadores da América daquele ano.

Mesmo com a artimanha, anos depois a Justiça determinou que o Palmeiras deveria pagar US$ 1 milhão para o São Paulo por burlar o contrato. No Palmeiras, Cafu ficou dois anos, depois passou por Roma e Milan, além de ter sido o capitão do penta da Seleção na Copa de 2002.

Botafogo campeão e a volta olímpica da caravela em 1990

A equipe campeã de 1990

O Campeonato Carioca de 1990 teve um dos episódios mais marcantes da história da competição. O regulamento original dizia que os campeões da Taça Guanabara e Taça Rio fariam uma espécie de semifinal única e o vencedor do confronto enfrentaria o time de melhor campanha na soma dos dois turnos. O ganhador desta partida seria o campeão estadual. Este regulamento lembra muito o do atual Campeonato Uruguaio.

No primeiro turno, a Taça Guanabara, o Vasco da Gama foi o campeão. No segundo turno, a Taça Rio, o vencedor foi o Fluminense. Porém, o time de melhor campanha na soma das duas etapas foi o Botafogo, que era o atual campeão estadual. O Fogão havia perdido apenas uma partida em toda a competição, para o América de Três Rios, por 1 a 0, no interior do estado.

Após a última rodada do segundo turno, finalizada no dia 29 de abril, o campeonato entrou em recesso por conta da disputa da Copa do Mundo, e as finais foram marcadas quase três meses depois, nos dias 22 e 29 de julho.

Enquanto o Vasco dava a
volta olímpica com a caravela...

Durante o período de paralisação, foi convocado um arbitral na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), para discutir a alteração no regulamento da competição. A proposta de alteração, apesar de ter sido apoiada pela maioria dos clubes, necessitava de unanimidade em uma votação para que fosse homologada. O novo regulamento prejudicaria os interesses do Botafogo na fase final, já que o time precisaria ganhar no tempo normal e na prorrogação para ser o campeão. O clube, obviamente, não concedeu a unanimidade, manifestando-se contrariamente à alteração sugerida.

Os dirigentes vascaínos, assim como o próprio presidente da Ferj, entenderam que, como a maioria foi a favor da mudança, isto já era condição suficiente para aprovar a alteração do regulamento.

No dia 22 de julho, o Vasco derrotou o Fluminense por 1 a 0 e garantiu sua vaga na final. Uma semana depois, Botafogo e Vasco entraram no Maracanã para decidir o título. Os vascaínos, apoiados pela Ferj, defendiam que, caso o Botafogo derrotasse o Vasco, necessitaria ainda disputar uma prorrogação para definir o vencedor do campeonato. Por outro lado, o Botafogo, seguindo o regulamento original, discursava que bastaria vencer a partida no tempo normal para que fosse proclamado o campeão estadual de 1990.

O jogo truncado foi visto por 35 mil pessoas no Maracanã, público pequeno para o “Maior do Mundo” naquela época, principalmente em uma final, O Botafogo conseguiu a vitória com um gol aos 34 do segundo tempo, com Carlos Alberto Dias.

... o Botafogo comemorava o título no vestiário

Após o árbitro finalizar o jogo no tempo normal, os jogadores botafoguenses se recusaram a disputar a prorrogação. Pegaram o troféu, levantaram, comemorando o título e foram para o vestiário. Já os vascaínos esperaram 15 minutos e, alegaram o abandono de campo do Botafogo e se autoploclamaram campeões.

Para comemorar o título, os jogadores do Vasco pegaram uma maquete de uma caravela de um torcedor e deram a volta olímpica.

Alguns meses depois, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro foi obrigada a entregar a proclamar o Botafogo campeão, após o título ser confirmado através de decisão judicial e a volta olímpica da caravela virou motivo de chacota entre os fãs de futebol do Rio de Janeiro.


Vídeo do jogo completo

Ficha Técnica

BOTAFOGO 1x0 VASCO DA GAMA

Competição: Campeonato Carioca / Estadual (decisão)
Data: 29 de julho de 1990
Local: Maracanã, Rio de Janeiro
Renda: Cr$ 10.795.500,00
Público: 35.083 pagantes
Árbitro: Cláudio Garcia
Gol: Carlos Alberto Dias 79'

Botafogo: Ricardo Cruz; Paulo Roberto, Wilson Gottardo, Gonçalves e Renato Martins; Carlos Alberto Santos, Luisinho e Djair (Gustavo); Donizete, Valdeir e Carlos Alberto Dias - Técnico: Joel Martins da Fonseca.

Vasco da Gama: Acácio, Luiz Carlos Winck, Célio Silva, Quiñonez e Mazinho; Zé do Carmo, Marco Antônio Boiadeiro e Bismarck; Tita, Sorato e William (Roberto Dinamite) - Técnico: Alcir Portella.
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