A primeira suspensão por doping do futebol brasileiro

Campos foi o primeiro atleta suspenso por doping no futebol brasileiro

Em 18 de novembro de 1973, o Atlético Mineiro recebia o Vasco da Gama no Mineirão, para mais uma partida do Campeonato Brasileiro daquele ano. Os dois clubes estavam no meio da tabela e, por isso, a vitória era importante para ambas as equipes.

Os visitantes começaram melhor a partida. O Atlético Mineiro, mesmo jogando em seus domínios e com o apoio de sua torcida, não se apresentava bem. O clube da Cruz de Malta envolvia o Galo e abriu o placar, ainda no primeiro tempo, com Dé.

Na segunda etapa, o Galo reagiu. O jogador atleticano Campos voltou do intervalo irresistível. A defesa vascaína não conseguia marcá-lo. Com isso, Campos marcou dois gols, virou a partida e deu a vitória para o Atlético Mineiro.

Os Jogadores do Vasco acharam estranho a disposição de Campos na partida, que era acima do normal. Além disso, eles viram uma baba espumada que escapava da boca de do jogador atleticano. Isso deixou os atletas do time carioca 'com uma pulga atrás da orelha'.

Mas a estranheza dos vascaínos tinha um fundo de verdade. Mais tarde foi constatada a presença do estimulante efedrina na urina do atleta. Foi noticiado que o material coletado apresentava uma cor avermelhada que já havia chamado a atenção mesmo antes do exame.

Campos tentou se justificar declarando à imprensa que tinha bebido um suco de beterraba no dia do jogo, mas não colou: Ele pegou uma longa suspensão, a primeira acontecida no futebol brasileiro devido a uso de substância proibida. Mas o resultado do jogo continuou valendo.

O jogador nos tempos de Galo

Este foi o primeiro caso comprovado de doping do futebol brasileiro. Porém, se sabia que vários jogadores se dopavam. Alguns chegaram até a afirmar isso tempos depois, como Almir Pernambuquinho, que admitiu ter jogado dopado a final da Copa Intercontinental de 1963, pelo Santos contra o Milan.

O futebol nacional registrou 10 casos positivos entre 1º de janeiro de 2013 e 31 de dezembro do mesmo ano. Trata-se de mais de 10% do total de sanções aplicadas na temporada no esporte. A Fifa reportou à Wada 86 casos no período. O segundo lugar neste ranking é Portugal, com sete ocorrências. Bélgica, Grécia, Irã e Itália estão empatados em terceiro, com cinco cada uma.

Entre os casos dos brasileiros, nove foram em exames de urina durante a competição e um único caso foi por má conduta como, por exemplo, "incentivo, ajuda ou acobertamento para permitir que um atleta se dope", explica a Wada no relatório. A agência não divulgou os nomes dos flagrados neste relatório.
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