Desde o início, pensei em aproveitar ao máximo tudo
o que ia acontecer da Copa do Mundo em Natal, cidade onde moro. Posso dizer,
tranquilamente, que consegui fazer isso. O 24 de junho chegou e seria meu
último dia na Copa, pelo menos in loco. Porém, tive uma ‘despedida’ diga. Não é
qualquer hora que você pode assistir a um Itália e Uruguai, clássico do futebol
mundial.
O jogo tinha um clima tenso. Quem ganhasse, estava
nas oitavas. Quem perdesse, voltava para casa mais cedo. A Itália jogava pelo
empate, mas temia o mesmo fantasma de 2010, quando não passaram da primeira
fase. Já o Uruguai contava com o inspirado Suárez, que só não fez chover no
jogo anterior, quando a Celeste venceu a Inglaterra por 2 a 1, com ele fazendo
todos os gols de seu time.
Italianos treinando um dia antes no Frasqueirão
O clima na cidade era muito louco para esse jogo. Italianos
(há uma grande quantidade deles morando aqui em Natal) e uruguaios em peso
pelas ruas. Ingressos supervalorizados. Teve gente cobrando R$ 800,00 em um
ingresso que comprei baratinho, mas que para mim não tinha preço.
A Itália treinou dias antes no campo do ABC. Minha
namorada, que trabalhava na época no clube, me descolou ingressos para ver de
perto o treino aberto obrigatório. Ali, pude constatar que, de certa forma, os
italianos não teriam coração o suficiente para segurar os uruguaios.
No dia da partida, Natal estava muito quente. Já
não bastava o jogo ser às 13 horas, o clima alternava entre abafado e um sol
que parecia estar querendo ver a partida bem de perto. O raios solares faziam a
Arena das Dunas brilhar, de tão forte que estava.
Confusão na hora da mordida
O jogo foi muito nervoso, com a Itália querendo
segurar o empate de todo jeito. Pirlo demorava uma eternidade para cobrar uma falta.
Mas era perceptível que o resto do time se mostrava nervoso, discutindo entre,
com os uruguaios e com o árbitro.
Quando o Marchisio foi expulso então, a vaca tomou
rumo pro brejo. Naquele momento, era perceptível que o gol celeste seria
questão de tempo, pois a Itália tinha caído no jogo deles, que seria
transformar tudo em uma guerra. Ainda no primeiro tempo, Buffon fez uma
sequência de defesas que jamais esquecerei. Sempre farei questão de contar que
vi aquilo de perto.
No segundo tempo, Balotelli, que estava apenas de
corpo presente, saiu para a entrada de Cassano, que também pouco conseguiu
fazer. Pirlo era o único capaz de algo diferente para a Azurra ali, enquanto que
o Uruguai ia para cada bola como se fosse a última. Buffon ainda salvou mais
umas duas bolas e o gol uruguaio cada vez mais se aproximava.
Confusão na área italiana
O lance da mordida do Suárez no Chiellini aconteceu
próximo de onde eu estava. A confusão foi grande e a galera na arquibancada
tentava entender aquela paralisação. Passada a confusão, veio o gol uruguaio.
Godín subiu mais que todo mundo para balançar as redes italianas e correu para
a galera que enlouquecida, que quase invadiu o campo.
Após o jogo, muita decepção italiana e uma grande
festa uruguaia no campo, nas arquibancadas, na parte externa do estádio e nas
ruas. Os ‘vizinhos’ saíam dos estádio cantando seus gritos famosos, como o “Soy
Celeste” e “Volveremos a ser campeones como la primera vez”. A garra uruguaia
mostrou-se presente mais uma vez.
Foi uma partida inesquecível por tudo que
representou. Uma partida para não esquecer jamais e um dia contar a todos.
* Evandson Eduardo de Morais Fernandes, 26 anos,
mora em Natal e torce para o ABC. Evandson é estudante e designer gráfico. Seus
trabalhos podem ser vistos no site https://www.behance.net/eemf88.
Uruguay 🇺🇾 Bi-Mundial
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