Bélgica 2 x 1 Argélia - Belgas passam sufoco, mas vencem

Bélgica teve dificuldades para confirmar o favoritismo

* por Bernardo Haddad Terra

A Copa do Mundo sempre me fascinou e quando houve o anúncio de que o evento seria no Brasil, achei fantástico. Já comecei a pensar que deveria juntar dinheiro para ver quantos jogos pudesse. Sempre fui muito fã de futebol e Copa do Mundo.

Um dos jogos que consegui ingressos foi o Bélgica e Argélia, que estava marcado para o dia 17 de junho, em Belo Horizonte. Eu moro em Vitória, mas tenho parentes em Contagem, então fui de avião com meu irmão mais novo e meu pai foi de trem no dia anterior. Ficamos na casa de um tio e depois saímos com bastante antecedência da casa dele para ir ao estádio. Pegamos um ônibus até um determinado ponto e depois fomos de BRT, que foi rápido e muito confortável, até o estádio. A acessibilidade foi ótima.

Com a família em frente ao Mineirão 

O jogo foi interessante. Achávamos que a Bélgica, badalada por sua ótima geração, iria atropelar a Argélia. Conhecia poucos jogadores argelinos e me surpreendi como dificultaram o jogo no primeiro tempo. Rápidos e incisivos, os argelinos se aproveitaram do estilo de jogo meio morno da Bélgica para levar perigo na primeira etapa e conseguir o primeiro gol de pênalti, com Feghouli.

No segundo tempo, a Bélgica fez alterações que deram mais alternativas de jogo e partiu pra cima. Melhor tecnicamente e com a Argélia um pouco cansada, a Bélgica virou o jogo no com gols de Fellaini e Mertens.

Gostei do jogo da Bélgica, que apesar de ter entrado receosa, dominou a partida e venceu com justiça. Ao mesmo tempo, virei fã da Argélia, que foi corajosa e partiu para cima da Bélgica, dificultando o jogo. Torci bastante por eles no seguimento da Copa.

O clima de Copa do Mundo é fantástico. Há pessoas ali de muitos lugares diferentes, todos na mesma animação, fazendo festa e loucos pra ver um jogão de futebol. No lado de fora as pessoas pulavam, cantavam e abraçavam desconhecidos, além de beberem juntos. Dava para perceber que Belo Horizonte respirava Copa do Mundo pelas pessoas nas ruas, nos shoppings ou em qualquer outro lugar. O clima é contagiante!

Dentro do estádio, a sensação é melhor ainda. De "Eu sou brasileiro com muito orgulho..." a "one two three viva l'algérie", passando pelos ÔÔÔs diversos, tudo é motivo de festa. Quem comemorou o gol da Argélia, também comemorou o da Bélgica e vice versa.

A torcida da Argélia, concentrada, fez uma festa belíssima e ganhou a simpatia de muitos brasileiros no estádio. Os torcedores belgas, pelo visto, se animaram mais no segundo tempo também, provavelmente quando a quantidade industrial de cerveja que beberam começou a fazer efeito e, com isso, também ganharam muitos adeptos na torcida.

Toda a torcida cantava. Clima fantástico

Antes de entrar no estádio, estava na onda da galera que pulava e cantava músicas aleatórias, animados para o jogo. Tinha gente de todos os lugares, argelinos, belgas, franceses, argentinos, colombianos, chilenos, alemães e americanos foram algumas das nacionalidades que vi.

Na volta, pegando o ônibus que ia para o aeroporto na saída do estádio, um homem me perguntou em inglês se podia se sentar ao meu lado. Disse que sim e aí começou uma longa conversa, visto que o aeroporto de Confins é longe. Falando uma mistura de espanhol e inglês com "futebolês", ele contou que é francês, torcedor do Olympique de Marselha e veio à copa ver alguns jogos. Ele estava hospedado em um hostel no Rio, onde já havia assistido um jogo e assistiria outro.


Como é filho de argelinos, quis ir ao Mineirão ver o jogo da Argélia. Comprou a passagem, mas o Santos Dumont ficou muito tempo fechado pelo mau tempo no dia. Ele, Mohammed, chegou atrasadíssimo a Belo Horizonte e mais ainda ao estádio. Entrou no estádio no momento do segundo gol da Bélgica e pode aproveitar bem pouco do jogo. Além disso, havia perdido a câmera digital com todas as fotos que tirara até o momento, do jogo anterior e deste.

Batemos um papo sobre a Copa e nossos times. Ele lembrava bastante do Botafogo por conta do Seedorf e fomos falando de futebol, Copa e Brasil até o aeroporto. Chegando lá tirei uma foto nossa e assistimos a Brasil e México no telão, comentando sobre como o Ochoa era bom. O voo dele era no meio do segundo tempo, logo nos despedimos e ele foi embora. Até hoje batemos papo e acabei ganhando um amigo de Copa!

Com o amigo argelino

A sensação do evento é indescritível. Toda a expectativa que você cria é pouca perto do fascínio que o momento representa. Eu, viciado em futebol e Copa, aproveitei o que podia aproveitar do jogo. Com certeza de que valeu cada centavo e cada segundo investidos naquilo. É uma experiência fantástica e proporcionar isso a meu pai e ao meu irmão mais novo foi uma das melhores coisas que fiz na vida. 

A organização da FIFA é impecável. O nível de organização do evento é altíssimo e a maneira como a entidade e os patrocinadores fazem um jogo de futebol virar uma experiência fascinante, um momento único de êxtase coletivo é surpreendente. Me fez virar mais fã ainda de Copa.

Morro de saudade da Copa. Coloquei como objetivo de vida ir em outras copas, levar amigos, filhos, etc. Quero que mais pessoas sintam o que eu senti vendo os jogos da Copa do Mundo no estádio, apesar de eu duvidar que alguma Copa seja tão boa quanto foi a de 2014 no Brasil.


* Bernardo Haddad Terra, 28 anos, é publicitário, mora em Vitória-ES e torce pelo Botafogo.
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